T W E N T Y - S I X

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— Eu queria ter a sua coragem. Mas eu, por mais que eu queira, sou fraca. Todos vocês não têm medo da morte. Talvez seja por isso que sejam um grupo pequeno, mas o maior dos mares.

— Eu sempre gostei de grupos pequenos, além de que, eu nunca estive sempre certo. Eu tive um canibal a bordo, por exemplo.

— E como iria adivinhar?

— Eu fui burro por nunca ter percebido certas conversas. "Dizem" — Fiz aspas. — Se for preciso somente você sabe e fala que dizem para se sentir no meio de tanta gente. "Dizem" que você é fraca. Mas se for preciso, somente você diz.

— Eu percebi onde quer chegar. — Respirou fundo, olhando para a água fora do barco. — Mas tem um grande motivo do porque me acho assim. Não sou só eu falando. Foi o meu pai. Foram os tripulantes dele. Eu nem sequer era digna de herdar o barco do meu próprio pai porque ele não confiava em mim. Não era por eu ser mulher, como muitos fazem, ele só não acreditava no meu potencial e botava culpa noutras coisas. Sempre o ouvi falar sobre isso. E sempre me deixou triste pois desde pequena que levo com esses comentários. Então, talvez seja por isso que nem queira ser capitã. Nem saberia agir como uma capitã se você morresse. Além de que, eu nem aguentaria. 

— Você não vai morrer só porque eu morrerei um dia. Você ainda tem muito pela frente, sobretudo para provar para o seu pai e os tripulantes dele que você não é desse jeito. Amor, eu sei do que falo. Eu tentei ser uma pessoa normal, sair da pirataria, mas não deu certo, mas nunca deixei de acreditar no meu potencial.

— Você voltou para a pirataria porque ela te trocou, Hongjoong.

— Não foi só por isso.

— Não, chega deste assunto. Você sabe muito bem que eu sei e presenciei sobre esse assunto e eu não quero te ver mal de novo. Vamos parar de falar sobre isto. Estou com fome. Oxalá o Wooyoung não coloque veneno na minha comida.

— Porque você ainda é assim. — Revirei os olhos, descendo as escadas logo atrás dela.

— Eu não perdoo ele, ele nem sei se me perdoou quanto ao que eu disse, mas foda-se. Eu não quero saber dele. Já pensou que ele pode estar do lado do meu pai e você nunca ter percebido? — Parei rapidamente, segurando o braço dela. 

— Eu confio nele.

— Eu não.

— Confie em mim. Ele tentou te salvar. Todos tentámos. Ele realmente se arrepende do que fez.

— Não é porque eu também me arrependo que você precisa falar que ele também se arrepende só para eu me sentir bem. Eu sei que pedi para ele me matar, mas eu simplesmente não quero falar com ele porque ele sabia que eu era irmã dele, mas me culpou por tudo o que aconteceu! Eu não tenho culpa se a mãe dele morreu! A minha estava viva, mas eu sofri de Karma além de uma assombração da minha avó, que até hoje não entendo porque diabos ela me assombrou e não ao meu pai! Eu não entendo nada deste mundo, se quer saber. Eu não pedi para estar neste mundo, eu só saí porque o tempo de espera acabou e eu tinha que sair. Mas se fosse uma escolha, eu garanto que eu nunca sairia se fosse para sofrer por coisas que eu nunca fiz. Eu não sou culpada pelo que aconteceu. Realmente só tenho culpa de uma coisa, mas já paguei o Karma e mereci em cheio. 

— Ainda assim, tenho a dizer que confio nele e ele está arrependido com tudo o que se passou, assim como faz de tudo para ter sua atenção.

— Olha, Joong... Eu sei que ele é meu irmão de sangue, mas eu não quero um irmão... Por enquanto. Eu nunca precisei, e eu sei que estou a ser cruel, mas é estranho para mim. Eu sempre pensei ser filha única. Eu espero que ele possa entender um dia que me deixa um pouco desconfortável ele agora estar sempre a referir-se a mim como irmã. Mas eu tento-o tratar de um jeito melhor. 

— "Tu aí" — Disse, rindo fraco. — Foi o melhor até agora. Realmente você tem o tratado muito mal e com muita ignorância.

— Prometo mudar. Mas só porque diz confiar nele.

— Eu confio nele. Muito mesmo. Foi díficil eu confiar, mas ele foi abandonado pelo Zico. Ele nunca sequer iria ter alguma coisa a ver com ele. Você, mesmo sendo quase improvável, sempre foi a filhinha. Te chamavam de filhinha mimada ao ponto que não era mostrada para o mundo porque ele queria te preservar.

— Enquanto isso eu quase era degolada pelos próprios tripulantes dele além do medo das coisas que poderiam fazer comigo que me faziam dormir, literalmente, com um olho aberto. E olha que eu era a única mulher aqui também, mas aqui, pelo incrível que pareça, sinto-me segura desde o primeiro dia quanto aos seus tripulantes. Porque com você eu tinha uma grande certeza, ou eu era feita de isca mais uma vez, feita de refém ou sei lá, ou eu seria metida na prancha.

— Eu ainda queria entender como que você conseguiu fazer dois caras se apaixonar por você em três dias.

— Eu não sei. Queria saber que poder é que eu tenho, porque eu não vejo nada atraente em mim. Notei algo na sua ex-namorada quando a vimos. Eu realmente lamento não ter peito grande.

— Ah, não vem. — Revirei meus olhos, colocando-me na frente dela. — Eu sei que isto não se diz para a namorada, mas antes de eu namorar com aquela lá, eu andei no meio de prostitutas e os tripulantes sempre me criticavam porque eu tinha preferência por peito pequeno, e eu realmente vi isso um problema em mim, porque eu não estava satisfeito com a natureza de uma mulher, que não tem culpa se o busto crescer mais. — Levei minha boca até ao ouvido dela em seguida. — E ela usava meias para parecer maior, eu fiz sexo com ela, sei que não é grande.

— Então você gosta de peito pequeno. 

— Não é de propósito. Mas eu acho bem mais fofo.

— Realmente não se deve contar uma história dessas à sua namorada, mas também, para quem eu sou.

— Ao menos eu te desvirginei. 

— Eu gostei, o problema são esses imaturos. Provavelmente você quer fazer de novo, e eu só lembro deles me zoando na manhã seguinte depois de fazermos. — Respirou fundo, inflando as bochechas. — Não me olhe assim.

— Ué, estou te olhando normal. Embora eu fique impressionado todos os dias com a sua beleza. — Revirou os olhos. — Não acredita em mim?

— Não. Mas é porque eu não vejo isso.

— Todos veem o mesmo que eu. E agradeço por não ser parecida com o Wooyoung.

— Wooyoung é bonitinho. Mas é meu irmão e somente eu posso chamar ele de feio, narigudo, megafone humano... E outras coisas que talvez irmãos digam, não sei. Vejo com a Rita. Realmente deve ser bom ter irmãos. Mas não estou acostumada e é tão estranho para mim eles também serem meus irmãos.

— Bem, ao menos eles não são como o Harry. Pensa por esse lado positivo.

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⏰ Última atualização: Feb 03 ⏰

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Treasure | kim hongjoong (2.ª temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora