Capítulo cinco

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CAPÍTULO CINCO

Haviam passado-se duas semanas que tivera em Corpus Christi, Kamilah seguia para o trabalho pensativa sobre as últimas emoções que vivera com Adonai, sua pacata vida virara do avesso e agora ela precisava de tempo, tempo para avaliar tudo que vivera e pensar na pequena vida que se formava em seu útero. Não tivera tempo de conversar com ele, por que logo que chegaram a casa, ele se desculpou e saiu dizendo que precisava atender uma urgência, passou o final de semana sonhando com a volta dele, mas ela não aconteceu.

Estava grávida, por um momento ela ficou tão feliz que não cabia em si, mas depois vieram às preocupações, a primeira era que iria ter esse filho sozinha, mesmo sabendo que a presença de um pai na vida do filho é muito importante, ela tomara a decisão de não revelar nada sobre a gravidez, não queria correr o risco de perder seu filho para uma cultura nômade, a segunda era a parte financeira, já que estava assumindo esse bebê sozinha, teria que economizar muito para cobrir as necessidades do bebê e a terceira teria que ir embora de San Antonio, aquela cidade seria muito pequena para esconder uma gravidez e o pai desse bebê, logo perguntariam, logo desconfiariam, Não. Ela não ia pagar pra ver.  

A todo o momento pedia perdão a seu filho por ter sido tão irresponsável, ela poderia ter evitado, não só com pílulas, mas com preservativos; que cabeça a dela, ao invés de uma gravidez, ela poderia ter sido infectada por algum vírus, mas agora não adiantava mais ponderar e muito menos pensar sobre o assunto, era assumir e pronto. Estacionou seu carro e subiu silenciosa, estava grávida de três meses, pelas contas o bebê nasceria em maio, teria seis meses para se organizar. Para sua tristeza decidiu não contar nada para Leila, ela sabia a posição da amiga, e sabia muito bem que Adonai poderia interpretar sua gravidez de outro modo, tinha consciência do que poderia lhe acontecer, provavelmente não se casariam e ainda ficaria longe de seu filho, ainda mais se fosse um menino, não! Ela já tinha tomado à decisão não voltaria atrás. 

Ao empurrar a porta, viu a outra assistente empilhando umas revistas na prateleira da estante, pensou em passar sem chamar atenção, mas no momento em que colocou os pés no salão Dolores lhe estendeu um sorriso. 

-Bom dia, Kamilah! Dolores falou sorridente. Kamilah a olhou e também com um sorriso retribuiu o bom dia. 

-Me diga Dolores, Craing já chegou? Kamilah perguntou. 

-Ainda não. Respondeu olhando para Kamilah como que analisando a moça depois continuou, - você quer lhe avise quando ele chegar? 

-Sim. Preciso conversar com ele. Você pode me fazer esse favorzinho? 

-Mas é claro que sim! 

Kamilah foi para sua sala e começou a finalizar algumas tarefas que havia deixado pendentes e depois olhou a agenda e começou a organiza-la para poder partir sem deixar nada pendente, observou que precisava fechar os preparativos da amostra das gemas e também a catalogação dos achados na catedral de San Fernando. Enquanto escrevia alguns apontamentos, a porta se abriu, Dolores entrou com uma foto na mão e entregou para Kamilah, depois disse:  

- Flor, a fera já chegou, e me parece que a semana dele não começou bem.  

Sussurrou depois concluiu: - Ele chegou todo amarrotado.  

Kamilah olhou para ela em meio sorriso, pegou a foto sem entender nada, respondeu:  

- Fica tranquila sou vacinada contra cachorro louco. As duas riram baixinho, e então a mulher saiu da sala, no silêncio Kamilah virou a foto, e viu o rosto de Adonai, ele estava lindo, ela olhou e lembrou-se dos seus planos, não entendeu por que a secretária havia levado aquela foto até a sala dela, mas decidida a resolver suas pendências, achou melhor perguntar mais tarde, então colocou a foto no meio da agenda, e se levantou para ir até a sala do cachorro louco, intimamente começou a rir pela comparação, ao chegar à sala dele já estava séria novamente. Bateu levemente, e em seguida entrou, Craing estava ao telefone e indicou a poltrona para ela se sentar, em seguida desligou o aparelho e sentou-se enfrente a moça. 

Uma noite em teus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora