CAPÍTULO SETE
Ethan estava lindo, era um menino forte, as bochechas rosadas mostrava um lindo sorriso quando via a mãe. Kamilah estendeu-lhe os braços e o retirou do berço, como ele se parecia com o pai, era impossível não perceber a semelhança. Os olhos verdes como o mar, as covinhas no rosto seu filho agora contava com sete meses. Havia partido há um ano, quando saiu da clinica furtivamente com a ajuda de Jack, Kamilah seguiu para o rancho da tia, depois de relatar os acontecimentos, elas traçaram um plano para sumir com Kamilah do mapa, então a velha tia a mandou ir morar em outras terras localizadas ao sul do Texas, nas planícies litorâneas, próxima de Beaumont e Houston cuidar de outro rancho onde além de uma pequena criação de bovinos, havia também uma plantação de trigo, Kamilah aprovou a ideia e partiu antes de Ethan nascer. Estava próxima da civilização e ao mesmo tempo acolhida pela planície lhe mantinha no anonimato, a velha tia havia cuidado para que o segredo fosse guardado as sete chaves, às vezes o dinheiro podia ser bem útil. Nas proximidades do rancho há uma pequena reserva de índios "Patiris", eles moram na beira do Rio Trinity, onde Kamilah acabou aceitando o convite do líder para lecionar na pequena escola. A casa no rancho foi construída de maneira que atendesse confortavelmente a vida de Kamilah e dos empregados naquele rancho, aconchegante e harmoniosa, era uma casa de dois andares, no primeiro andar a casa se dividia em uma sala, o escritório, um quarto de hóspedes e uma cozinha ampla, além deum dispensa e a área de serviço, uma grande varanda circula toda a casa, mas no lado sul da casa havia uma enorme mesa e uma grande churrasqueira onde todas as noites os peões se reúnem para cantar e jogar conversa fora, no segundo andar além do quarto de Kamilah, tinha o quarto de Ethan e também uma sala onde uma grande vidraça dava ampla visão da colina na planície, havia uma varanda que dava um charme todo peculiar a sede do rancho, Kamilah morava com Ethan nesta casa enquanto a família do velho Thomas morava em outra casa a uns duzentos metros dela, os filhos dele vieram morar com ela neste rancho, Helenita e o velho Thomas, Isabel e Jack, Paul e Adam, todos vieram com ela e começou a tocar o novo rancho, a tia ficou no rancho em Georgetown como o filho e outros empregados. Já estavam todos acostumados e felizes. Mas sempre Kamilah olhava pra trás e sentia falta do que havia deixado, além de Adonai, o que mais sentia falta era Leila, e do emprego que teve que largar, ela gostava do trabalho que desenvolvia na fundação, precisava esquecer, porém todos os dias aquilo se fazia mais presente, na presença viva de Adonai em Ethan, a cada sorriso de Ethan, a cada gesto lhe mostrava o quanto Adonai estava em sua vida. Ela procurava passar o dia enfurnada no trabalho com os índios e com o próprio rancho, ela tomou gosto pelas atividades do rancho, sua administração ganhou elogios da tia em certa ocasião, mas ela sabia que o mérito era dos rapazes, Jack era o braço direito dela, a ajudava em quase tudo, e também mantinha o nome dela no anonimato, depois que Ethan nasceu eles quase não a chamavam de Kamilah era sempre de senhora Thompson, quem não conhecia achava até que ela era casada. Uma mãe solteira naquelas terras não era bem vista, isso não seria bom para os negócios e tão pouco para o seu filho. Todos os dias ela e Ethan iam para a pequena escola na reserva, mais tarde Isabel o buscava, enquanto Kamilah cavalgava até uma pequena colina, onde ela via boa parte da planície, e também do lago, às vezes através do vento era possível sentir cheiro do mar do golfo do México, ou outras era possível ouvir o barulho dos aviões do aeroporto de Houston, mas naquele momento o vento estava era lhe trazendo lembranças, apertou um pouco os flancos da jovem égua para acelerar a cavalgada, era como se quisesse fugir, por mais que quisesse, ela não se desfazia das lembranças, e tão pouco afastava o medo de um dia Adonai parar na sua porta. Ao chegar à parte mais alta do platô ela parou e desceu do cavalo. Ficou olhando para baixo, onde estava à pequena reserva de um lado e mais ao sul, seu rancho, ela amava aquele lugar, os platôs ao longe era uma visão magnifica e a visão de um pedaço do lago Houston completava aquele panorama único, ela sentou-se em uma pedra e se aqueceu com o restante de raios solares que ainda teimavam em abraça-la, ainda era possível respirar, mas logo Adonai a encontraria, e provavelmente tiraria seu filho e o levaria para longe, só de pensar que esse dia pudesse chegar, ela sentiu um frio na barriga. Não! Precisava se manter incógnita a qualquer preço, como um vento ela montou novamente e desceu a colina, veloz, sentindo o afago do vento em seus cabelos, e os primeiros acordes da noite começa romper no céu. Entrou em um trote só no rancho, seguiu para o estábulo e levou a égua para tirar o arreio e solta-la juntos dos outros animais para pastarem. Enquanto pendurava a sela, Jack se aproximou com algumas seringas nas mãos.
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Uma noite em teus braços
RomanceAdonai sempre viveu em dois mundos. De um lado era o homem do deserto líder de uma tribo de bérberes, do outro um forte empresário no mundo das pedras preciosas. Com os dois pés fincados nestes dois universos, sempre se esquivou de relacionamentos...