Capítulo dois

1.1K 55 3
                                    

CAPÍTULO DOIS

Do outro lado da cidade alguém despertava com uma sensação de ter vivido uma aventura no deserto de Hoggar, há muito tempo não tinha essa sensação de plenitude na alma. Adonai despertou consciente que tinha feito amor sem reservas e sem cuidados com uma total desconhecida, ele sabia que ao virar daria de topa com essa mulher e teria que encara-la, mas pensar nas emoções animou seu coração, quando girou deparou-se com o vazio, ficou incrédulo, não poderia ter imaginado a situação, ele se levantou da cama confuso, nem um rastro da criatura.  - Não acredito nisso.  

Foi para a sala e nada, tudo quieto. Então retornou e ao caminhar pode perceber a essência dela no ar, sorriu, "jamais vou esquecer essa fragrância" sentou-se na beira da cama olhando o vazio, enquanto acariciava o lençol no desejo incontido de sentir seu calor, o perfume estava impregnado, ele aspirou a ponto de sentir excitado, decidiu tomar uma chuveirada quando levantou e percebeu entre os lençóis uma pequena peça branca de renda inusitada, ele sorriu e pegou aquela pequena calcinha, fechou os olhos e sentiu as emoções da noite anterior, dirigiu-se a uma gaveta onde havia uma pequena caixa, então ele guardou a pequena peça, "quem sabe um dia eu a devolvo".

Mas isso só seria possível depois que soubesse quem era a sósia de Tin-Hinan por hora deveria se contentar em tomar um banho. Em baixo do chuveiro ele pensava no evento, "que loucura a minha, como trago uma mulher pra minha cama sem mesmo saber o nome, e por que ela foi embora sem ao menos se despedir, pra que esse mistério". A água gelada escorria em seu corpo, mas não apagava as marcas daquela mulher. Saiu do banho decidido a procurá-la, porém o que ele encontrou parado no meio do quarto foi seu empregado, um velho tuaregue.  

-Bom dia Menino Adonai.  

Ele sorriu ao ouvir a voz do velho Moussa enquanto pensava no grande tempo que o velho amigo havia sido designado a tomar-lhe conta, desde a infância no deserto quando seu pai lhe confiou à segurança e a educação enquanto vivesse, o velho Moussa permanecia, mesmo com Adonai lhe dizendo que deveria descansar ou mesmo voltar para casa, o Velho Moussa permanecia dizendo que havia feito uma promessa e iria cumpri-la até o final de seus dias. 

- Meu caro Moussa, bom dia.  

Respondeu com um sorriso límpido no rosto, demonstrando ao velho guardião que estava relaxado e feliz. 

-Suas roupas já estão prontas. Sua lista de compromissos pra hoje está bem extensa seu helicóptero já está aguardando para levá-lo a Austin. 

-Ótimo. Vou querer apenas café preto. 

-Já estará sendo servido. Vou pegar seu computador portátil. Enquanto ele falava Adonai se dirigiu para o interior do quarto olhou em direção à cama e pensou nos momento que viveu com aquela quase desconhecida. "Como seria acordar ao lado dela? Pensou" e arrumando sua camisa no interior da calça lembrou-se do quanto selvagem foi ao ser descamisado por ela, e do quanto foi sexy ao debruçar sobre aquele corpo colado ao seu. 

Dirigiu-se ao corredor em direção ao salão de jantar onde uma imensa mesa estava posta, com todas as iguarias para agradar ao paladar, porém depois de ter experimentado aquela boca nenhuma iguaria seria tão boa quanto ela. Contornou a mesa e pegou apenas a xícara de café e dirigiu-se para a janela olhou a imensidão daquele céu, era de um azul profundo, os raios do sol surgiam em tom alaranjado no horizonte, ainda estava pensando nisso quando o velho Moussa pigarreou a suas costas, ele se virou e olhou para o velho amigo. 

-Diga velho Moussa, o que você quer. 

-Menino Adonai parece descansado. Vejo que está com um brilho diferente no olhar. 

Adonai sorriu e olhou para o velho e pensou no quanto ele estava curioso. 

-Velho Moussa, não me diga que está ficando mexeriqueiro? 

Uma noite em teus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora