Parte I - Lídia e Freya:. 6

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Devidamente vestidas e calçadas, Freya e Lídia caminhavam pelo Castelo através de corredores mergulhados em um bloco sólido de escuridão.

Escuridão para olhos humanos, pois para elas, não havia breu nem trevas impenetráveis.

Freya engolia o som das sandálias de Lídia com as batidas das solas de seu sapato de veludo na pedra, envolvendo as duas numa bolha ritmada de "toc, toc, toc". Sendo o silêncio total, as passadas soavam quase como uma profanação.

– Hein, Freya, você não tinha sapatos menos barulhentos não? Parece até um cavalo – provocou Lídia.

A vampira loira riu e reclamou divertida:

– Ah, num começa, seu suspiro resmungão! Meus sapatos são todos assim.

– Pois é, eu sei...

– Ah, ocê é cheia de coisa. Parece até uma velha.

– E você continua parecendo um cavalo – Lídia apertou os lábios para não rir.

Freya gargalhou e fez duas tentativas de cutucar as costelas da namorada, sem sucesso. Ágil, a vampira branca riu e desvencilhou-se com facilidade.

– Ei, cosquinha não vale!

– Num vale, é? Vem cá 'procê ver! Chega aqui perto, sua clara em neve pilantra!

– Eu não. Tenho medo de cavalos selvagens.

– É o quê?! – e Freya avançou novamente na direção da namorada, que ria e ria enquanto se desvencilhava dos dedos. – Vou te mostrar o cavalo selvagem!

– Ai, hahaha! Não, não vale! Ai, hahaha! Sai, sua loira maluca, sai com essa mão cheia de dedos para lá!

– Ocê num tava reclamando dos meus dedos agora à pouco!

Hahahaha...!

Mesmo gargalhando, Lídia desviava as mãos de Freya com habilidade suficiente para a outra desistir do ataque.

– Sua chata – lançou a loira, sorrindo.

Lídia tentou manter o rosto sério, mas este se contraía contra sua vontade. De repente Freya começou a rir baixinho e, num crescendo, gargalhou.

– Ué, endoidou? – perguntou a namorada, imitando-a involuntariamente, contaminada pela graça misteriosa. – Está rindo do quê, loira maluca?

– Eu tô... hahahaha... rindo 'docê, hahahaha – explicou Freya entre um espasmo e outro.

– De mim? Por quê?

– Ocê... hahahaha!... Ocê toda séria 'cos números... hahahaha! ... "Bla bla bla vezes blu, blu, blu" – remedou Freya numa voz e gestos compenetradamente idiotas.

– Ei! Eu não sou assim, sua chata! – respondeu Lídia com a voz entrecortada, rindo tanto que suas maçãs do rosto ardiam.

– É sim. É exatamente assim – e a loira riu mais alto ainda, o que a fez receber um tapa no braço. – Ai, sua violenta! – reclamou Freya num drama exagerado. – Ocê me dá coices e depois eu sou o cavalo!

As duas riam sem parar.

– Você é uma chata, sabia? – Lídia jogou entre uma risada e outra. – Vou terminar tudo com você e me casar com outra!

– Vai nada! Ocê me ama – e puxou Lídia para perto de si, que fingiu lutar um pouco, mas cedeu ao abraço por fim, terminando as duas caminhando coladas uma à outra. – Minha floquim de neve chata – e beijou a cabeça da namorada.

– Minha cavalinha selvagem – respondeu ela, passando a mão pela cintura da amada.


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Anjos e Vampiros - A Filha da VampiraOnde histórias criam vida. Descubra agora