Por fim, decidi atender o telemóvel:
- Estou! – disse eu.
- Olá! – respondeu ele.
- Olha, agora não posso falar, os meus pais devem estar a chegar e eu estou a fazer os trabalhos de casa. – disse eu, para o despachar, não estava para grandes conversas.
- Dá-me só um minuto! Falei com a minha mãe e ela queria saber se podia ir aí falar com a tua, por causa daquele assunto da explicação de Mat. – disse ele rápido para eu não o parar a meio.
- Desculpa, mas a minha mãe não está em casa, não vai dar. – respondi eu.
Mas no momento em que eu digo isto, olho pela janela e vejo a minha mãe a entrar em casa. Não lhe podia mentir.
- Espera! A minha mãe acabou agora de chegar. Vou perguntar-lhe se a TUA MÃE pode vir cá, agora!
Desci as escadas duas a duas ainda com o telemóvel em chamada.
- Mãe, olha a mãe do David, aquele rapaz que te falei, perguntou se podia vir cá a casa, para falar contigo?
- Sim, claro!
Retomei a chamada.
- A minha mãe disse que sim. – respondi eu.
- Está bem! Nós vamos agora aí. – disse ele com muito entusiasmo.
NÓS !!! Ele disse NÓS! Não! Que eu saiba, quem tem de tratar do assunto são as mães e não ele.
Fui para o meu quarto de novo. Liguei à Fred, atendeu de imediato como sempre:
- Estou! – disse ela.
- Oi! Olha, nem sabes o que me aconteceu! – exclamei.
- Conta!
- Sabes, hoje quando disse ao David que a minha mãe lhe podia dar explicações à borla. Foi um erro!
- Porquê, a tua mãe precisa do dinheiro da explicação?
- Não, não é esse o problema! O problema é que eu não quero estar tão próxima dele, acho que ele é um rapaz atrevido, se é que me entendes…
- Atrevido, como assim atrevido? Saíste-me cá uma santinha… - disse ela num tom de gozo.
- Não estás a perceber, este ano é muito complicado e nós temos de nos concentrar é na escola e não andar por aí a pensar em rapazes. – disse eu a tentar desviar a conversa.
- Vá, anda lá, explica essa história bem explicada. – pediu ela.
- Não, agora não quero pensar nele! – disse eu acrescentando rapidamente – nele ou noutro rapaz qualquer! – disse já meia engasgada.
- Sim, sim! Olha, cá para mim tu tens um fraquinho por ele! Ahaha!
- Tem juízo! – respondi eu já irritada com o rumo da conversa.
- Tás apaixonada! Tás apaixonada! – dizia ela para me irritar.
- Não estou e nunca vou estar! Tu és uma chata e percebeste tudo ao contrário. – resmunguei irritada.
Desliguei o telemóvel, mas ainda antes de pressionar o botão de desligar, ouvi do outro lado da linha uma grande gargalhada!
Neste preciso momento ouço a campainha. Olho lá para fora e era o David e a mãe dele.
A minha mãe chamou-me à entrada e eu desci as escadas como um caracol para demorar mais tempo, que era o meu objetivo, estar o menos tempo possível lá em baixo, porque estava muito frio… Acho eu que era por isso…
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But what if it comes from my heart ...
RomanceEsta história é baseada em alguns acontecimentos verídicos, sobre o tema a Adolescência.