29 - Desvende As Trevas 🌛

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" No escuro da noite sozinho fiquei,No escuro da noite, seus segredos desvendei"

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" No escuro da noite sozinho fiquei,
No escuro da noite, seus segredos desvendei".

— Mas o que está acontecendo ? — Leopold perguntou mais para si, do que para qualquer outro no recinto enquanto retirava a espada da bainha totalmente fascinado com o brilho.

No mesmo instante, Círdan chegou próximo ao príncipe também fascinado com a magnitude do acontecimento, parecia tudo tão acolhedor e adorável como tantas outras magias que só as fadas sabiam realizar, e só passou por sua mente uma única resposta para dar ao príncipe.

— Está acontecendo, as espadas estão despertando.

— Eu não entendo — falou Leopold se lembrando que o possível forasteiro em questão, podia ser aquele que quase matou seu pai.

A medida que aquele brilho ia se apagando, Camellia também se aproximou sem que a dupla que discutia percebesse, a jovem era um mar de sensações e lembranças que mal havia percebido seus pés se moverem, era como se seus olhos não enxergassem onde estava, e de fato, era como se não estivesse.

Mesmo que não pudesse sentir a energia que a espada emanava, Camellia se lembrou de momentos que estavam a muito tempo perdidos em sua memória, momentos que acordava de manhã só para ver o sol nascer, porque era maravilhoso ver de perto o ritual matinal das fadas que costumavam se exercitar aquela hora, e o brilho que emitiam das asas mesmo que de forma inconsciente deixava tudo ainda mais belo.

Camellia suspirou ao peso das lembranças, sua raiva agora perdida na nostalgia do momento, enquanto o brilho da espada lhe envolvia e não deixava a jovem com muitas escolhas além de pensar.

De repente seu corpo parecia muito mais cansado do que se lembrava, e ao constatar o fato, logo se pegou tendo outra lembrança de um passado muito distante, onde toda sua família ainda estava reunida consigo, e mesmo assim ainda se sentia sozinha, com total vontade de experimentar o novo, o que lhe rendia muitos momentos chorando escondida, quando uma fada lhe encontrou por acaso e disse.

" — Não chore, garotinha, em uma batalha de interesses, se deixar abater é o primeiro passo para perder o confronto, afinal emoções também podem paralisar o inimigo".

Em seguida havia passado horas descrevendo, como no reino cristalino haviam fadas loucas, que podiam fazer o que bem entendessem com as emoções alheias.

Camellia sorriu com o pensamento, também se lembrava de ter dito algo semelhante ao pai, que era para ele não desistir, porque senão não teriam como enfrentar a guerra que seria aqueles dias ruins, era também pelo que havia lhe dito a fada que havia reunido forças para ficar ao lado do pai.

Agora nem mesmo ela sabia se era o suficiente, afinal havia perdido o pai, desmaiado como uma donzela em perigo como se nunca tivesse passado por momentos ruins na vida. Seu lar havia sido invadido de uma maneira grotesca, e o pior, não havia conseguido se defender, sem contar a situação que sua mãe e irmã estavam, lhe incomodava deixar o destino das duas nas mãos de um completo estranho.

Camellia estava tão imersa em pensamentos tentando se encontrar naquela linha terrível de problemas que pareciam querer arrancar tudo de si, que sequer percebeu quando o brilho da espada a envolveu a levando junto com Leopold e Círdan, tal como Jadel foi levado pouco antes, e que já estava lá na frente de onde todos os problemas começaram, a floresta do medo.

...

Mc'Arthur que havia passado a noite entre um cochilo e outro já estava ficando entediado com a espera, suas mãos já estavam ansiando para colocar em prática todas as ideias maquiavélicas que havia tramado no dia anterior, só para ter algo mais interessante para fazer, quando sentiu o primeiro sinal de magia de fada despertar pelas mãos de Jadel e sorriu, aquilo sim era interessante num nível que nem mesmo ele poderia criar com suas artimanhas.

Mas considerando tudo que havia ouvido escondido, sabia que aquele era só o começo do show, só que logo desconsiderou a ideia de quem sabe esperar mais um pouco, afinal era melhor ter um pássaro na mão do que dois voando.

Assim, em um rápido movimento ele se teletransportou para o lado de fora das imensas muralhas do castelo, em seguida se apressou para a floresta do medo, deixando para trás pessoas tão alheias a sua presença, de um modo que poderia ser fatal se não descobrissem logo que estavam sendo observados, porque não tardou ele sentir o despertar da segunda, e pouco depois o farol que chamava por elas, que poderia ser quem sabe o despertar de uma terceira espada, era uma magia tão fraca que Taylor duvidou que bruxos menos experientes pudessem sentir, e por fim ignorou esse detalhe, não estava ali para auxiliar ninguém mesmo.

...

Enquanto Taylor andava sorrateiro ao seu destino, Jadel andava de um lado para outro bem próximo a floresta do medo, ele segurava a espada das fadas, e pensava em todas as formas de como aquele objeto poderia ter se ativado sozinho, mas no fim não havia muitas questões a serem consideradas, pois ou o objeto foi encantado para ser a chave de alguma pegadinha sem sentido que levava suas vítimas para aquela floresta horrorosa, ou poderia ser como presenciou em Bonneville, e a espada estaria encantada com algum objetivo, como os bruxos de seu vilarejo fazia com os mais simples dos propósitos, como encantar um objeto afim que ele encontrasse outro que foi perdido.

Mas olhando aquela floresta apavorante a sua frente, duvidava muito que fosse um simples objetivo.

Por algum motivo lhe veio à mente a conversa que teve com o duende sobre a floresta das fadas, o grande incidente, e as peças foram automaticamente se juntando, e ele chegou a conclusão que talvez esse "incidente" era o que havia deixado as protetoras da bondade nem tão boas assim, e a espada seria a chave para consertar, ou então que outro motivo haveria para um objeto assim criado por elas ( segundo o que havia dito o duende ) o levasse justamente para aquele lugar com provavelmente a existência de tantos outros neste mundo maluco.

Jadel massageou as laterais da sua cabeça frustrado, já estava ficando com dor de cabeça de tanto tentar entender em que raios de confusão havia se enfiado, já que mesmo esta teoria dava pra ver que tinha muitas falhas.

" Há se Hadassa estivesse aqui " foi inevitável ele não pensar, pois em momentos de crise, a sua rainha sabia agir muito mais rápido e de forma precisa do que ele.

Mas antes de continuar seu raciocínio, e assim quem sabe descobrir o paradeiro de Hadassa, Jadel ouviu uma voz tão doce e conhecida.

" — Há Jadel, estar ao seu lado sempre vai ter cheiro de novo".

Assustado ele olhou para os lados, até que encontrou uma pequena luzinha branca.

" Alguém deveria dizer aos moradores deste reino que mesmo sendo sábio fugir de uma briga que não poderia ser ganha, não é sábio fugir da escuridão, porque ela nasce de corações humanos, e mesmo não nascendo é fácil ser plantado ".

Mesmo não estando ouvindo, Camellia sentiu o peso daquelas palavras com um aperto no coração, pois podia ser amanhã, ou daqui a pouco, mas as fagulhas quase imperceptíveis de magia negra que ainda teimam em andar por seu corpo poderia se tornar um incêndio, só que está e uma história para outros tempos, pois naquele momento ponderava apenas uma questão, como resolver o incidente que causou o desaparecimento das fadas, e de uma certa rainha.

— Hadassa ? — Jadel perguntou para a pequena bola de luz a sua frente com o coração a mil, e tudo que recebeu em troca foi um riso tão aconchegante quanto o de sua amada enquanto a pequena bola de luz sumia floresta adentro.

✔️ Mc' Arthur E Os Reinos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora