26 - As Notícias Voam 🌛

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" Como o vento que as antecedem,Problemas nem tão antigos  antecedem"

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" Como o vento que as antecedem,
Problemas nem tão antigos  antecedem".

Leopold saiu do quarto onde estava Camellia pouco antes do amanhecer, e como o previsto, mal havia pregado os olhos, entre um mísero cochilo e outro ele havia passado a noite, e seu humor ruim denunciava muito bem a posição do futuro rei.

Ele andou de cara amarrada até o seu quarto, e quando chegou nele, abriu e fechou a porta de forma violenta, só saiu de lá quando estava com uma aparência mais adequada, e de banho tomado.

Enquanto isso a correria fora do quarto ainda era audível, pois faltando apenas dois dias para a coroação do novo rei, dificilmente se via alguém de bobeira, era tanta coisa para arrumar, organizar, reorganizar caso parecesse ruim ou fora do lugar para quem ditava as regras naquela "bagunça organizada" tanto que o barulho da correria e das conversas havia sido o suficiente para acordar Leopold, Círdan, e até mesmo Camellia, um dia movimentado como poucos, e sem a presença de seus reis ali, todos queriam mostrar eficiência ao príncipe, além da animação de uma nova coroação que estava por vir, já que ninguém queria deixar muito trabalho para a última hora para aproveitar melhor o marco.

...

Camellia estava vagando pelo escuro de um mundo sem sonhos, ainda se lembrava bem da invasão dos bandidos em sua casa, e o shock da sua tremenda falta de sorte que teve aos encontrar, somado com o sumiço repentino do pai, que só serviu para deixar seu estado de nervos delicado devido aos longos anos morando ao lado da floresta do medo mais frágil ainda, sem contar o poder da pequena mutação que vivia ali que alterava as sensações, moldando sua presa de modo que não quisesse se soltar, deixando assim tudo mais frágil, e fácil de ser atacado.

Em circunstâncias normais, qualquer um teria acordado depois dos cuidados necessários, mas a sua situação era mais delicada de modo que acabou inconsciente por longas horas, o que a princípio assustou os curandeiros que não possuíam um conhecimento muito vasto na área de magia negra.

A jovem também possuía flashes de memória bem vagos de quando conversou com dois estranhos a respeito de seu pai, mas quando finalmente abriu os olhos, tudo aquilo parecia tão distante, que de imediato julgou ser um sonho, mas aquele teto chique todo desenhado em forma de raízes não passava nem perto do de sua casa que vivia com buracos.

Assustada, Camellia saltou da cama e bateu com as costas na cabeceira, a jovem resmungou ao sentir a dor espalhado, e olhou preocupada para todos os lados do quarto, mas fora a poltrona perto da cama, que dava algum indício de que alguém possivelmente estava por perto quando não estava acordada, não encontrou uma única alma viva por perto, bom muito bom, isso facilitaria sua fuga.

De forma rápida se livrou das cobertas, e por segundos respirou aliviada ao constatar que estava com as mesmas roupas do dia do ocorrido, após Camellia se levantou.

Como não viu seus sapatos em parte alguma do seu campo de visão, não se atreveu muito a procurá-los, podia ser segundos precisos entre sua fuga bem sucedida, e a chegada de quem quer que a estivesse levado para lá.

Mas quando estava próximo da porta, uma pessoa estranha passou por ela e a fez recuar.

...

O curandeiro da família real estava indo ver a estranha menina que seu príncipe havia trazido ao castelo no dia anterior, a jovem não aparentava feridas graves, mas algo estava nitidamente em seu interior que a fazia ter uma recuperação mais prolongada do que o habitual, visto que magia alguma fazia o efeito esperado, como seu príncipe havia dito que ela havia possuído breves segundos de lucidez, havia deixado a jovem passar aquela noite se recuperando por conta própria, porque qualquer que seja o poder que estava dentro dela não parecia ter sido em dose suficiente para provocar dano grave, mas visto que ela poderia acordar a qualquer momento, era bom estar por perto para fazer exames minuciosos para ter uma certeza mais concreta.

Mas quando o curandeiro abriu a porta, a cena que viu estava muito longe do que imaginava.

...

Camellia já estava ao alcance da porta, quando um homem de aparência estranha passou por ela, o cabelo dele em tom vermelho escuro, lembrava a ela das belas flores que nasciam perto da floresta do reino das fadas quando o reino ainda existia, mas o que mais lhe chamou a atenção foram os olhos, a coloração alaranjada diferente de tudo que já havia visto, embora tivesse ouvido vagamente no vilarejo próximo a onde moravam, que era natural cores assim para aqueles que mexiam com porções altamente concentradas " então era um curandeiro " ela pensou, mas ainda sim, sua desconfiança estava apurada, e Camellia deu um passo para trás.

— Quem é você ? Onde estou ? — ela perguntou desconfiada, e o homem levantou as mãos em sinal de rendição.

— Calma senhorita, sou o senhor Dantas, o curandeiro do castelo de Ônix.

— Castelo de Ônix, mas o que eu estou fazendo aqui ? — ela perguntou confusa.

— Meu príncipe a resgatou ontem de bandidos, não sei ao certo os detalhes, mas a senhorita está aqui desde ontem a tarde.

— E meu pai, onde ele está ? — ela perguntou sentindo um medo crescente, já que não havia o visto desde a hora do almoço do mesmo dia que houve a tragédia.

— Sinto lhe dizer, mas não houve sinais de mais ninguém no lugar onde lhe resgataram.

— Não, não, não, meu pai, ele tem que estar lá — ela falou desesperada apertando os cabelos com força com as mãos — ele deve ter voltado mais tarde e isso, ele deve ter voltado e não me encontrou mais lá, aí meu senhor, ele deve estar desesperado a minha procura, como vocês não se atentaram a esse detalhe — ela falou mal humorada.

— Olha senhorita... — ele começou a falar, mas foi cortado pela garota.

— Eu preciso voltar para a minha casa agora — ela falou, e passou rápido pelo homem a sua frente, não restando a ele outra escolha a não ser ir atrás.

— Senhorita, peço que reconsidere, ou ao menos espere que o príncipe disponibilize guardas para ir convosco, pode ser perigoso.

— E que pode ser mais perigoso ainda para o meu pai — ela deu um olhar fulminante para o curandeiro, e voltou a sair pisando duro, mas não foi muito longe em seu destino, porque logo esbarrou em alguém.

...

Leopold já estava se sentindo bem melhor depois de tomar um bom banho, e vestir roupas limpas, mas sua tranquilidade não foi muito longe até abrir a porta do seu quarto, pois do lado de fora lhe esperava um guarda trajando sua armadura platinada com um pergaminho aberto em mãos, foi quando sua mente voltou aos infortúnios que ainda tinha que resolver com a ausência do pai, e pelo visto aquele era mais um para a longa lista, já que os afazer do dia costumavam ser ditos pelo porta voz do castelo, guardas só tinham a autorização de sair de seus postos, quando houvesse algo urgente a ser dito, e o responsável pela tarefa não tivesse disponível.

— Meu príncipe — falou o guarda em sua voz grave.

— Sim ?

— Chegou agora a pouco um comunicado da rainha de Gemma — Leopold de imediato estranhou, "o que poderia ser ? Será que meu pai havia piorado ?" Como o guarda não continuou o anúncio, ele falou irritado.

— Prossiga.

— Estão trazendo as testemunhas do incidente com vossa majestade para o reino.

" Merda, mas o que essa rainha estava pensando ao fazer tudo assim em cima da hora ? " Ele pensou irritado.

— Obrigado — ele falou e em seguida começou a andar em passos rápidos em direção a sala do trono, só que antes de chegar em seu destino, acabou trombando com uma garota que veio em disparada ao seu encontro.

✔️ Mc' Arthur E Os Reinos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora