Capítulo quatro.

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Empatia.

Empatia: Do grego 'empátheia' capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.; processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta compreender o comportamento do outro.

Inês se mostrava sincera em suas palavras, era carinhosa no modo de agir e não pude não ficar por lá, procurando por respostas para nós duas. Após minhas roupas se acomodarem perfeitamente em meu corpo, subi e encontrei a cena mais bonita de toda a minha vida: A própria Cuca lia o livro com o cabelo de lado, e seu pescoço a mostra me dava vontade de sentir o cheirinho que saia dali. Os olhos dela escaneavam tão rápido e davam tanta atenção as palavras, que mal me viram chegar. Deixei as roupas de Camila na cadeira do bar, dei passos lentos até o lugar macio que antes estava sentada e mal percebi o sorriso bobo no meu rosto. Ela ainda folheava as páginas e os lia rapidamente quando disse:

-Por que está me olhando assim, Márcia? – Tomei um susto, afinal ela nem estava me olhando então como conseguiu ver a minha cara?

-Assim? Assim como? – Tentei disfarçar enquanto me sentava na sua frente. Ela deveria achar engraçado a minha forma imbecil de lidar com as coisas, por isso, sorriu e me fez sorrir também. Seu olhar sobe para meu rosto, me senti corada e quente novamente.

-Assim. – Seus lábios movem lentamente, pronunciando cada letra na palavra, por um momento eu invejei sua habilidade, por outro, imaginei besteiras e em que momentos ela falaria menos certinho.

-Vai existir algum momento em que você não vai me rebaixar ou fazer piadas comigo? – A minha maior habilidade não profissional eram as minhas piadas e flertes que nunca funcionavam, já eram esquisitos, mas me rendiam ótimas histórias.

-Não te rebaixo, eu brinco com seu péssimo jeito de esconder as coisas. – Ela sempre brinca de volta, me fazendo imaginar que talvez ela estivesse brincando ou flertando também, mas obviamente isso nunca aconteceria.

-Você também não é das melhores. – A provoquei e em resposta, ela mordeu o lábio inferior até ele ficar vermelho. Senti meus mamilos enrijecerem com o olhar penetrante neles, que se mantiveram por alguns segundos. Se fosse qualquer outra situação eu xingaria por olharem, mas aquilo me excitava absurdamente. Ela levantou os olhos para minha boca, se fixou mais um pouco e disse:

-Você está sem sutiã. Quer que eu te empreste um? – Sorri com seu comentário descarado e sua forma idiota de mudar de assunto.

-Você vai ficar encarando meus seios? – Ela sussurrava e eu também, pareciam os vídeos de gatilhos sensoriais com pessoas falando baixo ou fazendo barulhos.

-Não estava os encarando, eu vi que pôs a roupa em cima da cadeira. – Apontou, mas algo que ela falou sem perceber, era que as minhas roupas íntimas estavam emboladas nas de Mila, sem possibilidade alguma dela ver.

-E viu o sutiã debaixo de todos os panos da Camila? – Joguei a informação seu rosto ficou vermelho instantaneamente e ela voltou a folhear o livro.

-Eles estão embaixo? – Sussurrou, de novo.

-Você estava olhando! – Minha voz também baixa era convencida, ela estava me olhando, observando minhas curvas e eu usaria isso contra ela outras vezes.

-Acho que precisamos nos concentrar em coisas mais importantes. – Ela continuava a encarar o livro, mesmo que eu visse que ela não estava nem a ler uma palavra sequer nele.

-Se você conseguir. – Brinquei, usando algo dela contra ela mesma e pude entender o porquê ela não parava de fazer isso comigo, era poderoso e delicioso provocar alguém assim.

Efeito BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora