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Haarlem 2012

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Haarlem 2012

Era um dia ensolarado, as nuvens estavam escondidas, mas Lily não se importava com aquilo, ela nem olhou pro céu naquele dia. Jos e Sophie eram pessoas com quem ela já convivia desde que ela e Max são amigos.

Lily ia a todas as corridas, gostava muito de ficar no Paddock e, sinceramente, ela adorava receber a pergunta "você é namorada do Max?" Ela adorava pensar naquilo. Ela sempre corava um pouco e respondia que não.

Hoje era diferente. Hoje ela podia dizer que sim, mas antes tinha que encarar o grande desafio de sua vida: dizer ao seu pai que estava namorando. Como criança, esse era seu momento mais temido e continuava a mesma coisa.

Con era uma pessoa muito tranquila, mas ela viveu alguns momentos em que essa descrição não combinou muito com ele e não queria que esse fosse um momento desse. Ela gostava de Max, sabia que Con também, mas como amigo dela, não sabia se ele iria gostar de Max como o namorado de sua filha.

O piloto já tinha contado para os pais e Lily ficou feliz com isso, agora era sua vez.

Ela estava parada na cozinha olhando o pai fazer alguma coisa, que não fazia ideia do que era, para ela comer antes de ir para o autódromo.

— Pai. — Ela o chamou e ele olhou para a filha. — Eu preciso te dizer algo.

— Pode falar. — Ele mexia algo na panela e olhava para ela.

— Bem, eu sempre pensei em como te falar isso, mas apenas quando eu não precisava te falar isso. Agora, que eu preciso te falar, eu não sei como e geralmente eu perguntaria ao senhor como perguntar, mas eu preciso te perguntar então eu não posso te perguntar como te perguntar. — Ela se enrolou.

— Calma, você pode me falar qualquer coisa. — Ele falou rindo.

— Eu estou namorando com o Max. — Ela falou e ele parou olhando para ela.

— Você está... Namorando? — Ele perguntou parecendo assustado.

— Com o Max. — Ela completou.

— Verstappen? — Ele estava definitivamente assustado.

— Verstappen. — Ela confirmou e olhou para ele.

— Ok e... Como eu faço isso? — Ele perguntou e ela franziu a testa. — Tipo, você quer que eu fale algo com ele ou... Não sei. — Ele questionou e ela riu.

— Pai, não precisa fazer nada de diferente, é o Max. — Ela deu de ombros e ele suspirou com alívio.

— Eu fico feliz, minha filha. Max é um garoto muito bom e ele ainda vai te deixar muito feliz. — Ele deu um abraço nela.

— Mas Jos e Sophie querem um jantar em conjunto. — Ela disse e ele separou o abraço.

— Ah não. — Ele resmungou e os dois riram.

Haarlem 2021

Ela bateu na porta e esperou tranquilamente Max abrir. O holandês logo se levantou da cama e girou a maçaneta. Deu de cara com Lily calmamente esperando.

— Eu tenho pizza. — Ele falou olhando ela com coisas na mão.

— Eu trouxe refrigerante. — Ela levantou a garrafa de Soda Pop.

— Eu tenho oreos. — Ele falou e saiu da fremte da porta.

— Eu trouxe donuts, framboesa e chocolate. — Ela entrou e ele fechou a porta.

Tinham duas caixas de pizza em cima da cama, ela sentou ali na ponta e ele sentou com as costas contra a cabeceira. Era uma distância segura.

Os dois ficaram calados, ela pegou um pacote de Oreo para si e começou a comer. Ele resolveu começar.

— Você lembra do jantar com nossos pais? — Ele perguntou e ela confirmou com a cabeça. — Eles me disseram que eu não deveria ter me envolvido com você. Eles te adoravam, mas tinham medo que eu te machucasse. O que é irônico, já que eles são meus pais, mas eu entendia eles. Você merecia algo melhor, você sempre merece melhor. — Max olhou para suas próprias mãos.

— Eu não me arrependo de nada. — Ela confessou. — Eu amei cada minuto que a gente viveu, mesmo tendo me machucado no final. — Ela olhou para ele. — Valeu a pena. Você sabe que eu sempre fui dessas de fazer memórias e eu fiz muitas com você. — Ela o confortou.

— Eu queria ter te dado mais memórias. Deveríamos ter ido pro paddock juntos e... — Ela o interrompeu.

— Não precisamos disso, Max. Eu não preciso. Eu fui pro paddock, muitas vezes, não interessa em que categoria foi. — Ela falou e ele sorriu.

Ela era tudo e ele sabia que tinha perdido tudo. Mesmo que estivesse ali como ela, ele tinha perdido ela.

— Se não fosse pela Red Bull e Netflix, você estaria aqui? — Ela perguntou curiosa.

— Não hoje, pelo menos. — Ele admitiu.

— E onde você estaria? — Ela colocou o pacote agora vazio de lado.

— Mônaco. É lindo lá, você iria gostar. Os barcos, as lojas. — Ele falou imaginando ela lá.

— Você está feliz lá. — Ela observou e ele assentiu. — Eu sinto sua falta. — Ela admitiu e ele deu dois tapinhas do lado dele.

Ela foi lá e encostou com a cabeça no ombro dele. Era como se eles estivessem ali de novo, os dois, a dupla inseparável. Ali não era Max Verstappen, o piloto. Ali era liefde, como ele a chamou pela primeira primeira vez de um apelido, boo, como ele a ensinou e ela começou a chamar ele, babe, como ela insistia em chamar por causa dos filmes.

— Eu também sinto a sua falta. — Ele falou e colocou a cabeça em cima da dela.

E ele estava gostando de tudo aquilo. Fechou os olhos e aproveitou o momento, porque agora ele sabia que todos os momentos poderiam ser os últimos. Ele sabia que ela estava fazendo a mesma coisa, registrando o momento.

Ela sempre foi sobre momentos e ele adorava aquilo. Fazer memórias, guardar tudo o que acontecia, porque, tudo o que perguntasse, ela iria lembrar anos depois.

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