Haarlem 2021
— Hey! — Ela sentou pulando na banqueta. — Bom dia! — Ela falou tentando chamar a atenção de Tom.
Tom era uma ótima pessoa, mas distraída, não prestava atenção. Ela já era acostumada com isso, então apenas sentou ali esperando ele perceber sua presença, enqunto Tom anotava outros pratos e ela balançava as pernas penduradas.
— Bom dia. — Max apareceu do lado dela e ela sorriu sem mostrar os dentes.
— Oi, Max. — Ela voltou a olhar Tom.
— Bom dia, Tom! — Max tentou chamar a atenção dele.
Ela riu e continuou a ficar calada, olhando o dono da caferia fazer algo por ela.
— O que estamos fazendo? — Max perguntou e ela olhou nos olhos claros dele.
— Esperando Tom terminar com todas as mesas para perceber a gente. — Ela continuou balançando as pernas como se fosse uma criança.
— Ele sempre faz isso? — O piloto perguntou enquanto olhava o sorriso dela.
— Sim. — Ela falou e voltou a olhar para Tom.
Ele ficou olhando para ela, o cabelo era escuro, ao contrário de muitas pessoas da Holanda, tinha ondas também e ele adorava aquilo, principalmente quando ele mexia nelas e ela se irritava. Ele poderia fazer isso agora, mas sabia que não tinha a liberdade.
— Eu não te dei o que queria ontem. Eu posso passar na sua casa mais tarde? — Ele perguntou e ela riu.
— Você está arranjando desculpas para me ver, Max Verstappen? — Os dois riram. — É claro que pode. — Ela falou séria e os dois viram Tom encarando. — Olá, Tom! Meu suco tá pronto? Eu preciso ir para a escola.
Tom pegou o suco e colocou na frente dela. Lily derramou tudo numa garrafa, fechou e tomou.
— Ótimo como sempre! — Ela se colocou no chão. — Tchau! Vejo vocês dois mais tarde. — Eles observaram ela sair agitada.
Max voltou a olhar para o amigo que tinha uma confusão estampada no rosto. E dava para culpar ele?
— Eu quero um café e donuts de chocolate. — Max pedir tentando fazer com que ele falasse alguma coisa.
Tom se afastou e voltou logo com o café e donuts.
— Eu perdi algo? — Ele perguntou e Max deu uma mordida no donuts. Logo ele percebeu sobre o que Tom falava.
— Nós conversamos ontem. — Ele deu de ombros. — Eu fui até a sala dela depois do evento da escola, de noite ela foi até o hotel e nós nos... Resolvemos. — Max não sabia se essa era a palavra certa, mas a usou.
— Simples assim? — Ele perguntou e Max riu.
Era engraçado como eles tinham complicado tudo no começo, por tanto tempo, anos sem se falar e toda a birra quando ele voltou, mas foi tão fácil se resolver tudo. Eles ainda não estavam cem por cento, principalmenre ela, mas era um bom começo para que os dois voltassem a ser dar bem.
— Vocês dois são bem complicados. Gostava de quando vocês deixavam as coisas simples. — Tom falou e Max deu de ombros.
— Você acha que algum dia ela me perdoa totalmente? — O piloto perguntou e Tom respirou fundo.
— Não sei, sinceramente. Mas, se for possível, você está no caminho certo. — Tom saiu para atender outras pessoas.
Mais tarde Max estava novamente na varanda da casa azul. Felizmente, dessa vez ele sabia que ela deixaria ele entrar. Ele bateu na porta e esperou ela abrir.
Lily vestia um conjunto moletom verde. Ela odiava verde, pelo menos até ele ir embora.
— Você não odeia verde mais! — Ele apontou para a roupa dela.
— Ah, não. Eu ainda odeio, Jen me deu como um brincadeira e tento usar para não mostrar a ela que não me incomodo. — Ela riu e saiu do caminho. — Entra. — Ela pediu e ele entrou. — Você pode ir sentando no sofá, eu vou pegar água. Você quer algo? — Ela perguntou.
— Sim, pode ser água mesmo. — Ele falou e ela assentiu.
Ele analisou a casa. Era grande. Não tão grande quanto a sua, obviamente a dele era maior, até porque ele tinha mais dinheiro. Mas a cozinha era espaçosa, assim como a sala. Tinha uma escada bonita, branca, da mesma cor que a maioria das coisas.
A atenção do piloto holandês foi chamada para as várias fotos penduradas em uma parede. Tinha ela com Jen, com Tom, com Jack, com Con, o pai dela, o que o lembrou.
— Onde está Con? — Ele perguntou e ela parou no meio caminho.
— Meu pai, ele... — Ela falou olhando para o chão. — Ele morreu uns meses atrás. — Ela desabafou.
— Con... Morreu? — Max não estava pronto para ouvir isso.
— Lembra daquele mês que meu pai disse que ia viajar com Jack, quando tínhamos 10 anos? — Ela perguntou e ele assentiu. — Ele estava no hospital. Ele tinha câncer, 10 meses atrás as coisas ficaram piores e ele falou para mim. Não tinha muito o que fazer. Eu tentei te dizer sobre, mas ninguém tinha seu número e seu Instagram é muito cheio. — Ela ofereceu a água para ele.
— Eu... Tudo bem. — Ele falou e ela se sentou do lado. — Me desculpe por trazer isso de volta. — Ele falou e ela negou com a cabeça.
— Não tem problemas. — Ela falou e os dois ficaram em silêncio.
— Ah, sim. Isso. — Ele falou pegando uma maleta do lado. — É pra você. — Ele entregou a ela que pegou olhando estranha.
— Misterioso. — Ela riu e abriu.
Era um... Troféu. Um troféu lindo, um troféu de verdade. First place Spanish GP 2016. Era um troféu de Fórmula 1!
— Max... O que é isso? — Ela perguntou confusa.
— É o troféu da minha primeira vitória, Lily. Eu disse que era para você. — Ele falou e ela negou.
— Eu não posso ficar com isso. Foi você que ganhou, é seu. Eu não preciso disso pra saber que foi pra mim. Você já disse e é o bastante. — Ela falou e estendeu de volta para ele.
— Tinham corridas, que eu pensava em desistir e dizer para meu pai que eu não queria fazer isso, mas você ia para a corrida e eu não queria te decepcionar. Por isso eu ia e por isso eu ganhei esse troféu. Eu não vou aceitar ele de volta. — Ele pediu e ela sorriu.
— Mas quando você olhar, sempre vai estar faltando um. — Ela falou ainda tentando convencer ele a aceitar de volta.
— Eu vou lembrar com quem está e vai ser melhor ainda. — Ele falou e ela concordou, finalmente deixando para lá.
Pegou o lindo troféu em suas mãos e observou cada detalhe. Era incrivel.
— É... Maravilhoso, Max. — Ela confessou, colocou o troféu de lado e se jogou nos braços dele.
— Que bom que gostou. — Ele acariciou o cabelo dela e deixou um beijo no ombro da professora.
Talvez aquilo fosse um novo começo.
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Fanfiction[Home] : Eu lhe seguirei pelo parque, pela floresta pela escuridão. Garota, eu nunca amei alguém como você.