Quem o fogo cala

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Me viro para Hades e ele não parece estar nada feliz com a situação, pelo contrário, está com expressão de raiva e ouço pensar que deveria ser minha expressão também, mas esta cedo demais para ficar emburrada e como era de se esperar Hades não tem hora para usar seus poderes.

-Se me conhecer bem um dia saberá que qualquer situação que alguém me acorda fora das minhas vontades eu fico irritado – Ele diz rindo após ver minhas opiniões em meu pensamento, que costumam ficar apenas para mim. – Estar sendo levado ao castelo é só um detalhe.

-Agora seu humor faz sentido, mas acho que não teremos tempo para nos conhecer bem – Sorri murcho sabendo do nosso destino.

Ao ouvir o que eu disse Hades muda o humor de raiva para tristeza, ele não quer ser mais um banhado pela chama que lutou tanto para ficar longe. Nenhum de nós falou durante o caminho, o silencio é tranquilo até que a caminhonete freia com força no que parecia ser metade do caminho. Uma luz surge na frente dos nossos olhos trazendo uma sensação de letargia, um sono sem sonhos, apenas escuro e pesado.

Acordo antes que Hades que está caído ao meu lado, o único problema é que não estamos na caminhonete dos guardas, estamos em uma caverna escura porem ainda consigo ver Hades graças a um buraco no alto seguido por uma escada feita com terra e rodeada por galhos e folhas velhas como todas as paredes desta caverna. Decidi subir a escada até sair pelo buraco e a paisagem a minha frente é algo que nunca vi em toda a minha vida.

A única parte comum desta paisagem são as arvores e rios cristalinos o resto parece até mais magico com a luz do sol. No ar voavam desde insetos mágicos até fadas de todos os tamanhos, aparentemente eles estavam cumprindo tarefas já que nenhum deles parecia estar sem algo a ser feito. Nas montanhas se viam criaturas voando, mas eu não reconheci de nenhum livro que eu já tenha lido. Junto aos lagos via sereias e criaturas que não soavam tão belas quanto sereias, mas que pareciam interessante.

Estava tão impressionada com a paisagem que tomei um susto ao virar o rosto e ver Hades capitando toda a visão e visivelmente confuso.

-Onde estamos? – Questionou mesmo sabendo que eu não tinha respostas certas para isso.

-Purgatório – Uma voz soou ao meio das arvores, uma mulher alta em torno de dois metros, cabelos castanhos compridos com tranças ao seu decorrer e uma espécie de tiara com chifres em sua cabeça, dela derivando várias correntes pequenas que traçam seu rosto magro e sério. Seu vestido parece feito para ser uma armadura já que tem partes de metais como as ombreiras e partes de pano como a saia comprida e com recortes. Ela caminhou até nós e ao parar nos comprimenta com uma referência.

-Quem é você? –Hades pergunta antes que eu faça o mesmo.

-Me chamo Frigg, e antes que você pergunte o que eu faço aqui saiba que sou apenas mais um ser que vê o destino, mas ao contrário dos sombrios do Norte eu não revelo nada e muito menos uso minha sabedoria para o mal – Ela tem gestos confiantes que mostram muito sobre a força e o pouco de ego em sua personalidade.

Ela não nos falou mais nada apenas gesticulou dando a entender que deveríamos segui-la, então apenas fizemos. Enquanto caminhávamos pela floresta passamos por milhares de animais mágicos e híbridos vivendo livres e fazendo seus trabalhos com harmonia. Entre várias cabanas crianças brincavam de algo com uma bola, longe delas havia um animal que eu diria que se parece com um búfalo se não fosse pelo tamanho-ele é gigante- por ter pelos verdes acima da cabeça e chifres para os lados, me surpreendi quando vi pessoas subindo naquele animal, ao contrário de um cavalo que sempre via na vila aquele animal carregava famílias.

-Vocês conheceram agora nossa princesa Corália – Ela para rapidamente na minha frente antes de atravessarmos um rio cristalino por uma ponte em formato circular feita lindamente de pedra –Podem fazer suas perguntas a ela quando chegarem, tenho certeza que ela ficara feliz em responder.