APA Puta Que Pariu, Como Troquei a Carreira Corporativa pela Cerveja

6. EMPRETEC

Pretendíamos lançar o clube em novembro de 2014. Não tínhamos definido uma data, mas já fazia algum tempo que nos reuníamos e falávamos algo do tipo: Dá para lançar no mês que vem.

Nessa mesma época, eu estava começando um curso que queria ter feito há muito tempo.

Meu primo Isaac, funcionário do Sebrae, vivia falando que eu deveria fazer o Empretec. Mas, para isso, era necessário ter o dia inteiro disponível durante uma semana, e até então eu não havia tido tempo.

Naquele momento, a situação era outra. Pela primeira vez em muitos anos, eu não tinha emprego, comércio nem qualquer obrigação com clientes. Enfim, eu tinha tempo!

Entrei em contato com ele, perguntando se não poderia arranjar um desconto. Em pouco tempo, ele retornou dizendo ter conseguido o equivalente a uns 20%.

Pronto, agora não havia mais desculpa para continuar adiando aquela imersão.

O Empretec é um treinamento intenso, ideal para quem é empreendedor ou quer começar a empreender.

Em uma experiência de quase imersão no mundo do empreendedorismo, os participantes são desafiados a criar um negócio e gerar receita em apenas uma semana.

Você pode criar qualquer tipo de empresa, mas esse negócio fictício precisa gerar dinheiro de verdade, vender, faturar, dar lucro!

O treinamento vai muito além da criação de um plano de negócio, e não necessariamente ensina a fazer isso.

O foco desse treinamento é comportamental.

E é intenso. Vi pessoas desabando de chorar em alguns momentos.

Saí do curso com uma vontade enorme de conquistar o mundo!

Lembro que um dos instrutores comentou sobre alguns casos de sócios que passaram a ter conflitos após só um deles ter participado do Empretec.

O ideal seria que todos os sócios participassem, não necessariamente ao mesmo tempo, mas que estivessem todos na mesma página.

Porque o treinamento mostra de forma clara como o comportamento dos empreendedores influencia o seu sucesso.

Saí do treinamento diferente. Mais do que nunca, queria colocar minhas ideias em prática.

Eu precisava avisar meus amigos que não podia mais esperar por eles.

De fato, estávamos avançando de pouco em pouco.

Eu achava que tínhamos que ser mais rápidos, por questões de timing do negócio e também por necessidades pessoais.

Os meses iam passando, e eu me questionava se não estava perdendo meu tempo.

As dúvidas em relação a largar a carreira pairavam no ar.

Novembro chegou, e não lançamos o clube. Veio dezembro, e nada. Sempre havia outra prioridade.

Novamente, eu me via na situação do sacrifício. Precisava ser claro e direto com meus amigos em relação à continuidade do que estávamos tentando fazer.

Eu não estava mais confortável.

Decidi marcar uma reunião com meus atualmente ex-sócios, mas ainda grandes amigos.

Nessa época, já tínhamos aberto espaço para um quarto cofundador, um amigo em comum que havia gostado das nossas ideias e estava disposto a ajudar a materializá-las.

Foi justamente o Diogo quem veio com a ideia de batermos um papo com a prima blogueira de um conhecido dele. Era uma garota que tinha um blog sobre cervejas especiais, ainda com poucos seguidores, mas que poderia nos ajudar de alguma forma.