7. TRABALHO FREELANCE

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Uma das coisas que nos permitiu empreender foi o trabalho remoto. Prestando serviços remotamente para empresas em outros países, podíamos gerar renda em dólar e pagar nossas contas pessoais enquanto tentávamos criar nosso negócio. E eu digo nós, porque eu e minha esposa estávamos no mesmo barco.

Naquela época, idos de 2014, a cotação do dólar nem era tão atrativa como é atualmente, em 2020.

Ainda assim, em pouco tempo, permitiu que obtivéssemos uma renda estável próxima à que eu tinha como funcionário.

A primeira vez que ouvi falar sobre trabalho remoto foi em uma matéria da extinta revista Info Exame, em meados dos anos 2000, na qual um analista de banco de dados da Petrobrás falava sobre como era trabalhar de casa.

Aquela ideia parecia um sonho.

Anos mais tarde, pude experimentar alguns dias de home office nas empresas por onde passei. Mas essa experiência ainda era bem diferente do que eu viria a conhecer em uma viagem a Nova York em 2013.

Uma coisa é ter um vínculo como funcionário CLT e trabalhar de casa em um ou dois dias da semana, cumprindo sua jornada de trabalho em horário comercial.

Outra coisa é trabalhar somente em casa, sem ter vínculo com nenhuma empresa.

Há vantagens e desvantagens aí.

A vantagem é que você pode criar seu horário de trabalho, organizar a semana para trabalhar para seus clientes e separar um tempo para tocar seus projetos.

A desvantagem é que a renda do trabalho freelance nem sempre é contínua. Não há garantias, como nos contratos de trabalho tradicionais.

E achar trabalho freelance é trabalhoso.

Isso quer dizer que sim, você vai precisar investir tempo para prospectar trabalho, criar e enviar propostas, fazer entrevistas e ser rejeitado em boa parte das tentativas de "pegar um job".

Bom, o que eu disse acima até pode ser verdade, mas não são regras.

Minha demissão ocorreu poucos meses antes da minha esposa fechar seu primeiro contrato fixo com uma empresa de e-commerce nos Estados Unidos.

Ela havia passado anos tentando achar algum emprego no Rio de Janeiro que se encaixasse no perfil dela. Mas, por algum motivo, mesmo falando quatro línguas, tinha dificuldade em ser contratada.

A possibilidade de trabalhar remotamente para uma empresa no exterior caiu como uma luva.

Não apenas pela possibilidade da renda mensal em dólar, mas também pelo fato de que, finalmente, sua experiência de trabalho e suas qualificações seriam valorizadas.

COMO ELA ACHOU O TRABALHO REMOTO?

Como eu disse, viajei para Nova York em 2013. Tinha ido sozinho, emendando uma semana de férias após duas semanas a trabalho em Greenville, na sede da Michelin americana.

Confesso que sempre tentei aproveitar ao máximo as oportunidades que me eram dadas. Ouvia muito isso na EY, que tínhamos que "surfar a onda toda".

Isto é, devíamos utilizar todos os benefícios à nossa disposição. Se, por exemplo, a empresa oferecesse um curso de inglês, tínhamos que encontrar tempo e melhorar nosso domínio da língua.

Se houvesse uma oportunidade de trabalhar em um projeto em outro estado, por que não usar o tempo livre para conhecer um pouco o lugar e a cultura local?

Pois bem, quando tive a chance de ir aos Estados Unidos, logo pensei que podia aproveitar para melhorar o meu nível de conversação em inglês.

Podia fazer um curso de uma semana em alguma escola americana. No entanto, como já tinha a meta de aumentar minhas reservas financeiras e possuía apenas o visto para turismo e negócios, acabei deixando a ideia de lado. Então, procurando o que fazer em Nova York, acabei encontrando uma série de eventos de empreendedorismo que ocorriam diariamente.

APA Puta Que Pariu, Como Troquei a Carreira Corporativa pela CervejaOnde histórias criam vida. Descubra agora