Confissão

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No dia seguinte, ainda era cedo, alguns homens e mulheres treinavam com espadas enquanto as servas realizavam seus serviços da manhã como alimentar o gado, lavar roupa e começar a prepara o almoço quando o sol estivesse mais alto no céu.

Fryda estava de passagem após enxer um grande jarro de água para que pudesse ajudar Sigrid a lavar roupa, mas quando estava passando por uma tenda ouve um grito, possivelmente de dor seguido de outro:

-SAIA!!!

No mesmo instante um homem sai da tenda as pressas deixando a jovem agoniada, aquela voz parecia de Ivar, mas por que ele estaria ali? E por que dos gritos? Antes que pudesse pensar muito a jovem aproximou-se deixando o jarro no chão e sutilmente puxou o véu da tenda para espiar e deparou-se com Ivar de fato, ele estava sentado em uma espécie de almofada no chão com a cabeça baixa.

-eu disse pra sair...! - volta a esbravejar ao sentir o movimento do véu mas ao avistar a jovem sua expressao de furia da lugar a uma de espanto

-...peço perdão... e-eu não deveria estar aqui - Fryda diz fazendo menção de se retirar

-realmente, não devia... então por que está aqui? ...está me seguindo por acaso? - diz num tom cínico que ele usava constantemente fazendo a jovem parar onde estava

-...de maneira nenhuma meu senhor... eu apenas estava de passagem quando ouvi gritos... como uma boa serva senti que precisava ter certeza de que estava tudo bem com meu senhor - explica Fryda mantendo o olhar baixo e as mãos ligeiramente trêmulas pelo nervosismo

Ivar apenas a observa por alguns segundo mantendo no rosto o mesmo olhar sério.

-... aproxime-se - ele pede de forma autoritária e assim ela faz entrando na tenda porém mantendo o olhar baixo

Ele se apoia na muleta colocando-se de pé com certa dificuldade e da mesma forma se aproxima dela segurando seu rosto com apenas uma mão e erguendo o mesmo de forma que pudesse analisa-la.

-como se chama? - indaga pouco mais brando ao fitar os olhos cor de mel da moça profundamente com os seus azuis

-...Fryda, senhor - responde a moça sentindo suas pernas bambearem com aquela inesperada aproximação

-...Parece que meu irmão Hvitserk tem uma estranha fascinação por você - diz com naturalidade soltando-a mas mantem-se parado em sua frente - será que... devo fazer de você minha escrava pessoal então? - indaga cínico

Por alguma razão, Ivar sentia um estranho prazer com o sofrimento dos outros, por isso ele não média esforços para ferir pessoa, ainda que fosse seu próprio irmão.

-...estou a suas ordens meu rei, farei o que o senhor desejar... - diz Fryda buscando manter o controle, pensar naquela possibilidade a fazia tremer por inteiro

Mais uma vez, não por medo, mas sim pela força do sentimento que fazia seu coração bater acelerado dentro do peito.

-... então repita o que me disse ontem - exige porém num tom manço

-...senhor? - indaga confusa pois não se lembrava exatamente do que se tratava

-sobre o que pensa a meu respeito... - explica fitando-a com atenção

-...eu disse que o senhor é diferente... não pela condição com a qual nasceu... mas por que os deuses o escolheram... o senhor está destinado a grandes coisas e... eu espero estar aqui para ver e me alegrar com suas vitórias... - conclui baixando o olhar um tanto intimidada pelo olhar frenético dele sobre si

Ivar suspira e segue lentamente para o interior da tenda acomodando-se em um banco.

-venha, aproxime-se - Ivar chama a moça indicando outro acento a sua frente e Fryda acomoda-se ali com toda a delicadeza

Eu te amarei para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora