Guarda Pessoal

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Era um dia como outro qualquer em Kattegat, Fryda de 9 anos e seu irmão Torben de 6 seguiam até um poço com dois baldes vazios, eles precisavam levar água para casa e para o gado.
Torben coloca o balde no chão enquanto a irmã começa a descer o dela pelo poço com o auxílio de uma corda.
O menino não pode evitar observar um grupo de crianças que brincavam com uma bola de tecidos e trapos, Fryda percebeu, ela termina de subir o balde cheio e enche o do menino que estava ao lado.

-já cumpriu sua tarefa, pode ir brincar agora - ela diz gentilmente e o menor a olha com surpresa

-serio? - Torben indaga e menina ri

-eu não vi nada- ela pisca para ele que sorri animado e corre até às outras crianças

Todos gritavam e riam alto mas Fryda apenas ignorava o barulho enquanto enchia o segundo balde. Quando a menina termina de prender os baldes em um suporte para carrega-los e os apoia sobre os ombros ela olha para as crianças vendo seu irmão tentar tirar a bola das mais de outro menino, o garoto estava sentado dentro de um carrinho de madeira com rodas e ela achou aquilo muito estranho mas seus pensamentos foram interrompidos no momento que o menino do carrinho puxa um machado acertando a cabeça de Torben que cai morto na hora.

Fryda solta os baldes no chão sem acreditar no que viu enquanto as outras crianças saem correndo e gritando de medo, até mesmo o próprio menino que acabara de matar Torben estava chorando assustado com a situação. Rapidamente a rainha Aslaug se aproxima pegando o menino nos braços e segue com ele para longe da confusão e tudo o que Fryda pode fazer além de se culpar era chorar em silêncio devido ao choque, aquela foi a primeira vez que Fryda viu alguém morrer, e logo seu irmãozinho, ela corre chorando desesperada para casa para avisar a mãe.

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Fryda despertar subtamente e percebe que ainda era madrugada pois os primeiros raios de sol ainda não haviam surgido, ela sente lágrimas secas em seu rosto e ao olhar para o lado ela avista Oleg que dormia tranquilo, aquilo só fez a raiva da moça crescer mais.

A jovem grávida sai do quarto com uma capa e capuz escondendo o rosto, ela segue pela cidade ainda deserta entrando no celeiro onde costumava se encontrar com Ivar, o lugar estava vazio e ela sente o peito apertar de saudade.
Ela acaricia seu ventre e tira a capa deitando-se no feno onde tinha boas lembranças com Ivar e ali adormeceu, enfim um sono tranquilo.

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Mais tarde, Fryda voltou ao castelo, seu rosto estava com uma marca avermelhada bem latente devido ao tapa da noite passada mas já não era tão ruim quanto um olho roxo.
Enquanto seguia pelo corredor ela da de cara com Hvitserk.

-...onde você esteve? Oleg estava te procurando - ele diz e a moça ri sem humor baixando o olhar

-...lugar nenhum... Eu só fui tomar um ar - ela diz

-hm... Com um rebanho de ovelhas? - ele diz meio cínico tirando um fio de palha do cabelo dela

Fryda respira fundo fechando os olhos com certa força agradecendo por ter sido ele e não Oleg a ver isso.

-...preciso esconder melhor as "provas do crime" - ela diz mais para si mesma e ele apenas acente concordando

-...onde estava de verdade? - ele pergunta mas ela não responde e ele ri de canto baixando o olhar - foi ver o Ivar... Não é?

-...sim, era minha intenção... Mas não o encontrei - ela diz a verdade

-hm... E quanto a isso? - ele questiona a marca em seu rosto

-...acredite Hvitserk, você não vai querer saber... É melhor você não saber - ela diz

A moça sentindo o peito apertar só de imaginar o que Oleg faria caso Hvitserk tentasse tirar alguma satisfação, ela só queria poupa-lo e subitamente se lembra de algo:

Eu te amarei para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora