Eu te amarei para Sempre

Admitindo

Ainda não era tão tarde quanto Fryda imaginava, então ela seguiu para um cômodo que Oleg havia preparado exclusivamente para ela, quase uma biblioteca, um quarto de leitura, o lugar era aconchegante, tanto de dia quanto de noite e agora era iluminado somente por uma lareira.
Fryda estava apenas observando o fogo, ela não estava com a menor pressa para encontrar Oleg, mas estava determinada a mata-lo ainda está noite.
Fryda sempre foi doce, gentil, carinhosa, temia todo tipo de arma, mas seu juízo perfeito estava consumido pela raiva, desgosto e medo, ela não queria mais viver assim.

Ela é tirada de seus devaneios ao ouvir a porta se abrir e vira-se rapidamente segurando a lâmina escondida na parte de trás do vestido mas respira mais aliviada ao ver Hvitserk.

-não quis te assustar... - ele diz meio sem graça fechando a porta

Fryda solta a adaga e fecha os olhos com força por um segundo.

-... não, tudo bem - ela volta-se ao fogo

A moça queria ao máximo evitar aquela conversa mas sabia que não conseguiria fugir para sempre.

Hvitserk se aproxima dela lentamente.

-eu... te procurei mais cedo... - ele começa quebrando o silêncio

-Hvitserk, nós... - ela se afasta evitando encara-lo - não temos que fazer isso...

Ele mantém o olhar fixo nela enquanto a moça, inquieta, o evitava.
Por mais que Hvitserk fosse importante para ela, Fryda sabia que aquilo era errado, sabia que eles deveriam parar antes que aquilo acabasse mal para ambos.

-do que exatamente você está falando? - ele indaga e a moça respira fundo

-... não precisamos falar sobre isso... - ela diz mantendo o olhar em qualquer lugar, menos nele

-claro que precisamos - ele diz mais sério e ela baixa o olhar com receio do rumo daquela conversa - ...se você não quer falar então apenas me escute - ele pede e começa a falar o que de fato queria - eu... Só quero que você saiba que não aceito seu pedido de perdão

Ele conclui e ela em fim olha para ele confusa e receosa.

-...o que...? - ela praticamente sussurra sem entender

-não tenho por que te perdoar por algo que nunca foi sua culpa... Você nunca me envolveu em nada, eu escolhi me envolver - ele se aproxima a medida que falava - e sinceramente... - ele toca levemente o rosto dela - essa é uma das únicas vezes que não me arrependo de uma decisão

Ela fecha os olhos com o toque do rapaz como se estivesse com dor mas na realidade não se tratava de uma dor física e sim de um mix de sentimentos que fazia seu coração bater forte e acelerado ao ponto de machucar seu peito por dentro com a força da pulsação.

-Hvitserk... - ela sussurra tensa

-... Eu não me arrependo de nada - ele admite - nada relacionado a você...

-...por favor - ela sussurra outra vez virando o rosto na tentativa de evita-lo

Tê-lo ali em sua frente, praticamente declaração seus sentimentos e ter que rejeita-lo a machucava... E o que mais machucava... Era o fato dela não querer rejeita-lo e sim beija-lo novamente, e novamente, e mais quantas vezes fossem possíveis... E com isso, o peso da culpa a consumia ao pensar em Ivar que ela também amava sem medidas.

-eu sei que você também não se arrepende - ele afirma por ela acariciando sua bochecha com o polegar - admite para mim... - ele pede e ela se afasta minimamente com um passo para trás

Ele tenta acompanhar seu movimento mas é barrado pela mão dela em seu peito o empurrando. Hvitserk ri soprado desviando o olhar por um momento e logo volta a olhar para ela.