3 - Si necesitas aire fresco

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Jenna: Com licença, senhor Herrera. – bateu na porta. — Aqui está o que me pediu. – a jovem se fez presente na sala, e como um balde de água fria que faz alguém despertar de um sono profundo, também fez os dois despertarem daquele transe e se afastarem. Anahi rapidamente virou as costas para ele, que saiu do banheiro a passos largos para agradecer a secretaria por trazer o que ele tinha pedido. Ele se praguejou mentalmente por alguns segundos, até voltar ao banheiro de cabeça baixa e entregar as coisas a Anahi.

Alfonso: Fique a vontade, tome o tempo que quiser, e chame Jenna caso precise de algo. – dito isto, saiu da sala tão rápido que quase podíamos dizer que ali dentro havia uma doença contagiosa que poderia matá-lo.

Na verdade ele sentia que realmente poderia morrer se ali permanecesse. Era isso que Anahi fazia com ele, pelo menos a Anahi de antes. Saiu da sala como um furacão, apertando bem mais de uma vez o botão para chamar o elevador, como se aquele andar estivesse incendiando e ele precisasse se salvar. Bem amigos, de certa forma, estava mesmo. Quando o elevador chegou, entrou sem olhar, novamente apertando botões com mais força e rapidez do que deveria.

Ian: Tá fugindo de alguém? – cruzou os braços observando Alfonso afrouxar o nó da gravata, respirando as arfadas assim que entrou no elevador.

Alfonso: Ao caralho, Ian. – passou às mãos pela testa, controlando a respiração pra que voltasse ao normal.

Ian: Pelo visto temos um início de dia esplêndido. – ergueu as sobrancelhas, olhando o relógio em seguida. — Vai me explicar ou terei que pedir os vídeos da segurança pra entender seu desespero?

Alfonso: Preciso sair daqui. – a porta se abriu, e ele seguiu saguão a fora até chegar à rua, surpreendendo o corpo com a lufada de ar puro – e limpo de Anahi. Ian, bom curioso que era, o seguiu.

Ian: Eu posso saber que diabos você tem, Alfonso? – ele o observava sem entender.

Alfonso: Anahi. – respondeu de uma única vez.

Ian: Bom, isso é o que você não tem, sendo sincero. – deu de ombros, desviando o olhar do irmão.

Alfonso: Vá pro inferno. – revirou os olhos. — Não preciso do seu humor negro agora, Ian.

Ian: O que aconteceu? – pôs a mão no ombro do outro, fazendo com que Alfonso o encarasse.

Alfonso: Ela está aqui. – riu, mas não havia humor na voz dele. — Está aqui, depois de meses sem colocar os pés nesse lugar, depois de meses sem sequer olhar dentro dos meus olhos, e depois de não assinar os papéis do divórcio. – e foram as últimas palavras de Alfonso que fizeram com que Ian realmente se surpreendesse.

Ian: Então ela não assinou os papéis? – disse, a ruga da testa ficando evidente pela confusão que havia em sua mente. — Ela desistiu de se separar?

Alfonso: Sim. – disse com a voz baixa, e os olhos observando a rua movimentada a frente deles. — Ela desistiu de assinar.

Ian sorriu. Foi um sorriso genuíno, eu diria que até mesmo havia alívio ali. Todos sabiam de tudo que Alfonso e Anahi passaram nos últimos anos, principalmente nos últimos meses, mas existia uma única coisa entre eles que era capaz de anular qualquer dificuldade no caminho: Existia amor. Era nisso o que Ian pensava ao ouvir àquelas palavras.

No escritório, Anahi saía da sala de Alfonso vestindo um uniforme da HEA maior do que o corpo dela, mas ainda assim sendo melhor do que a roupa completamente manchada pelo café. Foi até a sala de Olívia, que a essa altura já a estava esperando, bateu e entrou.

Olívia: Ora ora se não é a mais nova solteira do momento. – levantou, pondo os olhos em Anahi e parando no caminho. — Que roupa é essa? – Anahi riu.

Sob o Céu de ManhattanOnde histórias criam vida. Descubra agora