4 - Es necesario dar explicaciones

292 28 66
                                    

É preciso deixar explicado aqui que, Anahi e Alfonso ser amaram muito — e ainda se amam, mesmo com tantas cicatrizes pelo caminho. Eles se conheceram quando ela ainda era cirurgiã no Hospital de Manhattan. Numa tarde fria de inverno, eles precisavam salvar a vida de Adam Getler, de 32 anos. Um paciente antigo de Anahi, que após um infarto agudo no miocárdio, desenvolveu uma insuficiência cardíaca grave e vinha esperando por um transplante há alguns meses. Naquela tarde ele piorou, e precisavam fazer o transplante com uma urgência ainda maior do que já tinham. Houve a notícia de que um jovem havia sofrido morte cerebral após um acidente grave, e que o mesmo era doador de órgãos. Foi a chance que eles viram para salvar a vida de Adam. O problema estava no transporte do órgão até o Hospital de Manhattan, tanto pelo fato de o coração estar em uma cidade vizinha, como o Estado não liberar um avião particular pra que esse transporte fosse feito, e tal liberação poderia demorar mais tempo do que de fato eles tinham. Brie, que na época era colega de Anahi, já iniciava um romance com Ian, um dos donos de uma famosa companhia aérea dos Estados Unidos da América, o que fez uma ideia insana surgir.

Brie: Eu preciso de você. – foi a primeira coisa que disse quando ele atendeu o telefone. — Eu sei que parece uma loucura, e que ainda estamos nos conhecendo, mas eu preciso que uma vida seja salva e tenho certeza que você pode me ajudar nisso. – Anahí ainda brigava com mais meia dúzia de telefonemas que precisava dar, naquela tentativa de conseguirem um helicóptero.

Ian: Tudo bem, me diga. – disse decidido, seja lá o que ela estivesse precisando, pelo tom de voz e o burburinho a sua volta, ele sabia que era urgente. — O que eu puder fazer, Bri, apenas me diga do que precisa.

Brie: Um helicóptero. – arrancou a touca azul da cabeça, passando a mão pelos cabelos e fechando os olhos, pedindo aos céus que ele pudesse mesmo ajudar. — E de um piloto, por consequência.

Ian: Bom, veio a pessoa certa então. – sorriu pra si mesmo. — Eu tenho os dois. – afirmou decidido, saindo da sala ainda com o celular na orelha e batendo na porta da sala de Alfonso.

Brie: Graças a deus! – caminhou até Anahí. — Ok, eu te passo as coordenadas... – continuou a falar com Ian, encarando Anahi com os olhos manejados. — Te envio a autorização por e-mail... Obrigada Ian. – ela desligou o telefone, abraçando Anahi em seguida. — Nós vamos conseguir, vamos salvá-lo.

Depois daquele telefonema, Ian moveu céus e terras pra que tudo saísse o mais rápido
possível.

Alfonso: Já temos a liberação? – perguntou, voltando a mesa com o celular no ouvido. — Certo, autorização do hospital já está em minhas mãos. – fez uma pausa, assentindo como se a pessoa do outro lado pudesse vê-lo. — Ok, obrigado.

Ian: E então? – perguntou apreensivo assim que Alfonso desligou.

Alfonso: Eles podem exigir que um médico me acompanhe, eu não posso chegar lá sozinho, a responsável pelo pedido do órgão terá que me acompanhar.

Algumas ligações foram feitas, Brie tratou de preparar todo o centro cirúrgico juntamente com a equipe médica, liberando Anahi pra que ela pudesse estar livre no momento em que o piloto fosse decolar. Anahi correu, sequer trocou a roupa, apenas se certificou de que teria todos os documentos em mãos para que tudo ocorresse da melhor forma possível. Saiu às pressas, seguindo o gps até o lugar em que Ian havia indicado, onde o helicóptero estaria à espera dela.

Anahi: Oi, boa tarde. – sorriu. — Eu preciso falar com Ian Herrera. – solicitou à secretaria. — Me chamo Anahi Portilla.

E foi então que tudo aconteceu. Ela estava ali, as mãos inquietas a tamborilar sob o balcão, um sobretudo creme e um cachecol azul marinho envolvendo seu pescoço, distraída demais com a adrenalina daquele momento, quando Alfonso Herrera abriu a porta da sua sala e a viu. Ian estava com ele, e reconheceu os longos cabelos castanhos que Brie o informou.

Sob o Céu de ManhattanOnde histórias criam vida. Descubra agora