Alfonso: Que diabos ela ta fazendo aqui? – perguntou exasperado. Agora estava em
pé, andando de um lado pro outro. Ian ria.Ian: Acredito que o mesmo que você. – deu de ombros, bebendo da água que tinha nas mãos. — Distraindo a cabeça pra não pensar que dormiu com o inimigo na noite passada. – Afonso riu, mas não havia graça no riso.
Alfonso: Agora eu sou o inimigo então? – fuzilou o irmão. — Você parece que esquece tudo que aconteceu as vezes...
Ian: Oh, não! Eu me lembro bem. – suspirou. — Mas já falamos sobre isso, ficar batendo na mesma tecla não vai mudar em nada as situações, Alfonso, já chega disso. – virou as costas, indo em direção a porta que dava acesso a casa.
Alfonso: O que...? Que merda você pensa que tá fazendo? – sentiu a boca secar.
Ian: Entrando na minha casa, pra sentar na sala com a minha mulher, e beber um vinho enquanto escuto minha cunhada praguejar aos céus sobre meu irmão. – piscou.
Alfonso: Ficou maluco? – jogou no chão a garrafinha de água que tinha consigo.
Ian: Não. – parou na porta de entrada, parecendo pensar. — Mas ficar aqui ouvindo você falar a mesma coisa o tempo todo, sobre o que aconteceu no passado, e vendo você definhar por não admitir que o passado ficou no passado, me parece bem menos interessante do que ouvir Anahi chingando aos montes o babaca que você foi com ela. – e ele entrou. Alfonso grunhiu. Não podia ir embora sem passar pela sala principal agora. O lugar por onde entrara, na garagem, foi fechado com a chave que Ian tinha agora. E Ian estava exatamente onde ele não queria estar.
Alfonso entrou, praguejando aos quatro ventos, em murmúrios. Tinha uma toalha branca no ombro, o cabelo desgrenhado, e usava um calção e uma regata folgada. Queria tudo, menos precisar passar por ela. Pelo estado atual, pela noite que passaram juntos, pela forma como saíra da casa dela pela manhã... Tentou não ser notado, em uma tentativa absurdamente falha já que a porta principal ficava na sala onde Anahi estava.
Brie: Alfonso. – constatou e riu, ele parou onde estava. Anahi, que levava a taça de vinho a boca bebericando um gole, cuspiu de volta no susto, quase se afogando. Alfonso fechou os olhos, dessa vez o praguejo foi mental. — Até onde eu me lembro nós não dormimos juntos pra você estar na minha casa e não me cumprimentar. – tomou um gole de vinho tranquila.
Alfonso: Oi Brie. – forçou um sorriso. Anahi ainda estava estática, organizando os pensamentos, não movia um músculo sequer na esperança de que conseguisse estar invisível. Era engraçado no fim. Ian se deliciava com o momento, encarando o irmão com um olhar divertido.
Brie: Tentando sair de fininho? – provocou, vendo Alfonso inflar de ódio.
Anahi: Ele gosta desse tipo de saída. – deu de ombros, a voz sendo ouvida pela primeira vez. O fato do álcool estar presente no sangue, e a raiva que ela estava sentindo, a deram força pra não se deixar abalar naquela situação. Ian riu. Alfonso não disse nada, apenas respirou fundo. — E ah! – pareceu lembrar de algo, levantando a mão. — Foi comigo que ele dormiu essa noite, Brie. – piscou para a amiga. — Uma pena que não tenha sido uma noite tão divertida quanto a sua e a de Ian... – ergueu as sobrancelhas, Brie soltou a risada que prendia, seguida por Ian.
Alfonso: Mais essa agora. – passou às mãos pelo rosto, numa busca por sanidade. Precisava sair dali. — Tenham uma excelente tarde, eu preciso ir pra minha casa agora. – forçou um sorriso, caminhando como se o olhar dos três não o estivessem queimando.
Ian: Fique irmão. – disse pela primeira vez, se levantando e indo se servir de um uísque, servindo um copo para Alfonso também.
Alfonso: Eu preciso ir, agradeço o convite, mas tenho que trabalhar. – disse a primeira coisa que lhe veio à mente.
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Sob o Céu de Manhattan
FanfictionAs pessoas que você ama são as mais difíceis de manter por perto.