Quando Alfonso acordou pela manhã, a sobriedade lhe invadiu como um soco. As lembranças vagas da noite passada enchiam ele de uma culpa que ele não sabia exatamente porque estava carregando. Paola estava esparramada em sua cama, nua, e ele sabia o que fizera. Não deveria, como já dissemos anteriormente, mas ainda assim o fez. Levantou-se rapidamente, sem se importar se acordaria a acompanhante ou não, precisava de uma ducha e colocar um ponto final naquilo – e avisar a portaria que a subida de Paola precisaria ser anunciada a partir de agora. Entrou no chuveiro, fechou os olhos e deixou que a água fria o fizesse acordar, para o dia e para a vida, mas um par de mãos se fez presente em seu peito e ele abriu os olhos rapidamente.
Paola: Faz tempo que não tomamos banho juntos... – disse manhosa, começando a se envolver a ele, mas ele deu um passo atrás, se afastando do corpo nu dela.
Alfonso: Por favor, saia. – pediu olhando-a nos olhos, mas ela sorriu, voltando a se aproximar, as mãos passeando pelo corpo dele na intenção de provocá-lo, o que tinha um efeito absurdamente contrário. Ele segurou as mãos dela, firmes o suficiente pra que ela entendesse, e as retirou de seu corpo. — Não quero ser rude, nem machucar você, mas preciso que respeite o que estou pedindo. – ela bufou, irritada.
Paola: Mas que droga, Alfonso. – cruzou os braços, os seios fartos saltando para cima. — Achei que gostasse da minha companhia. – ela o encarava enquanto ele continuava o banho, fechando o chuveiro e saindo do box.
Alfonso: Tome seu banho e vista-se. – disse se enrolando em uma toalha. — Nós precisamos conversar. – ele estava sério, sério demais ela percebeu. — Vou esperar você na sala. – e então se afastou, deixando uma Paola completamente frustrada e com o peito avisando o que viria daquela conversa.
Alguns minutos depois, Paola já estava vestida e recomposta, aproximando-se de Alfonso na sala. Dessa vez sem contato físico, ela notou o olhar dele no banheiro, ele não queria a aproximação dela, e aquilo lhe machucava, ainda que não conseguisse expressar isso. Doía sentir certa rejeição dele.
Paola: Então, estou aqui. – disse com um suspiro.
Alfonso estava sentado em uma poltrona próxima a imensa janela de vidro, observava o movimento abaixo de si, Manhattan acordando naquela segunda-feira quente, sentindo um peso abismal se apossar de seu corpo, ainda que nada físico houvesse sobre ele. Quando Paola se aproximou, dessa vez sem os toques, seus devaneios sumiram, e ele respirou fundo antes de fazer o que já deveria ter feito a tempos atrás.
Alfonso: Ontem foi a última vez. – levantou, ficando de frente para Paola. — O que tivemos foi bom, e satisfatório para ambos, mas hoje eu coloco um ponto final definitivo nisso em que temos.
Paola: Alfonso... – tentou, mas os olhos dele já respondiam que não havia nada que ela pudesse dizer, ele estava decidido. Ela sabia que aquela decisão estava ali desde que fora rejeitada minutos atrás.
Alfonso: Você é uma mulher incrível, tenho certeza que não faltarão homens que possam te dar o que eu não serei capaz, e você sabe disso. – ela engoliu a seco. — E espero que seja feliz em sua vida.
Paola: Não terei a chance de tentar mudar sua decisão? – ela precisava tentar, ainda que soubesse que era em vão. Alfonso negou com a cabeça. — Tudo bem. – sorriu. — Não é como se eu não soubesse a razão desse término... – deu de ombros. — Você está pronto pra ser esmagado outra vez? – Alfonso faiscou, o peito apertando ao pensar em Anahi, e novamente a culpa o consumindo pelo que fizera. Ele respirou fundo, caminhando e passando por ela, abrindo a porta em seguida.
Alfonso: Não quero brigar, nem mesmo dizer coisas que vão te machucar, não sou assim. – a encarou. — Mas acabou, Paola. Eu não quero mais, e não importa a você qual razão me levou a tomar essa decisão, apenas diz respeito a mim e as minhas vontades. Foi bom pelo tempo que tinha que ser, mas isso acaba aqui.
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Sob o Céu de Manhattan
FanfictionAs pessoas que você ama são as mais difíceis de manter por perto.