Enquanto seguia a pequena esfera de luz em direção ao Dedo, Aiken deixava rastros de sangue e corpos por onde passava. Por todo canto em que caminhava, encontrava diferentes tipos de demônios que logo partiam para o ataque, e, por vezes, os sons do embate atraiam cada vez mais atenção. De fato, existiam alguns que eram poderosos, mas não ao ponto de trazer qualquer dificuldade para a sentença do nephilim. Não importava o quão o poderoso era a criatura que encontrava, todos morriam com, no máximo, dois golpes de suas impetuosas lâminas — o que não era surpresa.
Por diferentes lugares ele passou, e todos eram basicamente iguais: desérticos, podres, muitas rochas, com rios de sangue aqui e de lava acolá. Não havia encontrado espécie alguma além de demônios e nem qualquer tipo de flora, a não ser árvores ressecadas e espécies de flores murchas. O calor intenso ainda continuava queimando e ressecando sua pele, deixando-o incomodado. Aquele lugar era um saco, e Aiken desejava sair dali quanto antes. Portanto, seguiu a passos rápidos, ora correndo, parando apenas para massacrar aqueles que adentravam em seu caminho.
Ora, após muita labuta, o Selo havia finalmente chegado no castelo. Ele estava localizado em cima de uma alta elevação rochosa solitária, situada em meio ao rio de sangue, que borbulhava devido à alta temperatura. Atrás, haviam montanhas agrupadas por onde o líquido carmesim escorria pelos seus sulcos e assomavam na imensidão do rio. O castelo se erguia preeminente, com suas construções parecendo amontoar-se uma sobre a outra. Em suas paredes enegrecidas e desgastas, haviam algumas esculturas grotescas, por onde transbordavam sangue que recaia lá embaixo. Não haviam muros, pois qualquer um poderia adentrar no paço do poderoso Dedo Be'vros, principalmente se sua intenção fosse matá-lo. Enquanto passava pela ponte não natural que intercalava até a porta da fortaleza, o nephilim fintava o rio abaixo de si e observava diversas criaturas remexendo-se de um lado para o outro, imergindo e emergindo.
Ao ficar de frente para a porta, ela começou a abrir lentamente. Uma espécie de névoa rosada exalou pela fresta, cercando o nephilim. Ele adentrou e surpreendeu-se pelo que viu: as paredes eram arquitetadas de maneira majestosa e o chão de pedra era liso e polido. Haviam lustres com velas no teto, um longo tapete vermelho no chão e ornamentos luxuosos espalhados pelo corredor. Não só isto, como também alguns homens e mulheres, todos de beleza acentuada, com pouca vestimenta ou complementa desprovidas delas.
Desconfiado, Aiken desceu sua mão direta sobre o punho de sua espada, e, praticamente ao mesmo tempo, outra mão repousou sobre a mesma. Era uma mulher de cabelos cacheados e ruivos e de olhos castanhos claros. Com sua beleza branca, aproximou-se do Selo apertando seus fartos seios desnudos contra sua armadura.
— Oh, nobre guerreiro, parece ter seguido um longo e tortuoso caminho até chegar aqui — ela disse, suavemente.
— Quem é você? Afaste-se, ou...
Aiken pensou em sacar sua lâmina, mas uma segunda mulher abraçou seu braço direito com força. Esta também detinha olhos castanho e cabelo cacheado, mas este era negro. Com sua beleza marrom e acentuada, também apertou suas partes contra o nephilim.
— Você parece tão cansado, meu lindinho. Deveria tirar sua armadura para nós — esta disse, com a voz mais manhosa.
— Eu... não posso. Melhor não.
Uma terceira mulher, tão bela quanto as outras duas, se aproximou pela sua frente aninhando-se em seu peito.
— Deve estar tão exausto com esta pesada armadura...
— Eu...
Aiken engoliu em seco. A cada instante sentia seus pensamentos flutuando em sua mente, cada vez mais confusos e distantes. Piscou muitas vezes para tentar manter o foco, mas nada adiantou. Ele viu a névoa cercando-o, como se dançasse em sua volta. O frescor dela ondulava no ar até suas narinas, e, quando aspirava, uma sensação de anestesia pulsava pelo seu corpo. O Selo balançou a cabeça e deu passo para trás para tentar se afastar, porém esbarrou em uma quarta mulher que o abraçou pelas costas. O toque dela havia sido diferente. Quando a mulher o tocou, sentiu o calor do corpo dela em sua pele.
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Os Cinco Selos 2
FantasyContinuação direta de Os Cinco Selos a partir do capítulo 195.