Capítulo 204 - O Equilíbrio

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Após seu triunfo incontestável sobre os Mephistos, Lúcifer despachou os demônios da cidadela, com exceção de Meiritelle e alguns outros que ascenderam: Merlyn, Gouth, Jorge e Steck. E a estes demônios que ficaram, inicialmente ele repassou uma simples ordem: não incomodar até a segunda ordem.

Ora, o anjo adentrou na biblioteca da ordem, com três andares sobre sua cabeça e um sob seus pés, abarrotado de livros. Obviamente, nem todos ali se tratavam acerca de magia, mas também sobre filosofia e história da humanidade. Anjos não aprendiam sobre a arte da magia no céu, simplesmente nasciam com um dom especifico e só utilizavam ele. Lúcifer, no entanto, queria ir muito além. Sabia que, para seus futuros planos derem certo, iria depender praticamente da energia da natureza... em outras palavras, iria precisar aprender a manipular a magia ao seu redor. Era o caminho mais rápido para ficar ainda mais poderoso e de achar um método de aniquilar Bahamut de uma vez por todas. Então, por lá ele ficou durante muitos anos seguintes, sem nem mesmo sair para tomar um ar fresco.

Lúcifer começou seu aprendizado do básico: com livros que contavam sobre o que era magia. Mana era como os humanos chamavam toda a energia provida da natureza em sua forma bruta. A sua manipulação, dando-lhe forma, cor e ação, era o que chamavam de magia. Simples assim. Os humanos não eram capazes de manipular a energia da natureza em sua forma bruta, por isso tinham que desenhar círculos mágicos e runas, no entanto, com a criação do cajado, tudo isso se tornou mais fácil. Anjos e demônios, porém, conseguiam concentrar esta energia sem a utilização destes artefatos. Mas não significa que a utilização destes círculos e runas eram desnecessários, pois intensificava ainda mais a magia. Depois de se aprofundar ainda mais a este respeito, ele enfim começou a praticar.

Bem, entender a prática foi mais difícil do que ele imaginava. Ele conseguia controlar sua energia tão fácil quanto respirar... mas converter a energia da natureza em algo completamente diferente era complicado. Por muitas vezes o anjo falhou, esquecendo-se de usufruir do princípio mais básico e essencial: imaginação. Muitos dos livros deixavam vago como deveria ocorrer esta imaginação, até ele encontrar um que dizia detalhadamente. Para invocar uma bola de fogo, por exemplo, não deveria simplesmente imaginar a esfera laranja, tinha que ir muito além. Lúcifer teve que imaginar a energia da natura fazendo cócegas em seus dedos, o formato preciso da esfera, o quão denso era, as chamas ondulando e o fervor que emitia. Não só isto, mas também como aquele calor agia sobre seu corpo, no ar e nas estruturas ao redor, e, por fim, qual era sua finalidade. Ora, arcanjos são criaturas poderosas de nascença, então quando Lúcifer conseguiu conjurar a magia, foi tão poderosa que quase imbuiu a biblioteca em chamas, apesar de seu propósito era de apenas queimar um manuscrito próximo.

Sorriu, então, o futuro imperador do inferno, pois havia conseguido conjurar sua primeira magia! Contudo, aquilo era um pequeno passo para o que queria de fato. Ele queria não só conjurar as magias mais poderosas, como também deseja modificar e criá-las. Para isto, levaria muitos anos para estudar sobre a arte da magia e tudo o que a roga.

Com este propósito, o de aprender sobre a ciência do mundo, Lúcifer um dia se deparou com um livro chamado "O Equilíbrio". O autor, um Mephisto muito sábio em sua época, dizia que o Equilíbrio é uma força natural, independente e sem corpo, cujo qual paira sobre o mundo e age sobre todos nós desde o nascimento até a morte, de forma imperceptível e impossível de se controlar e ninguém está impune dele. Isto, pode-se dizer que até meus deuses, anjos e demônios não conseguem controlá-lo e nem mesmo resistir. Esta força não possui lados, ou seja, não difere o mal do bem, a criação da destruição. Ela simplesmente sabe que no mundo todas as coisas devem estar na mesma proporção, seja boa ou ruim, pois só assim irá prosperar em equilíbrio. Até então, tudo isto Lúcifer já tinha ciência, porém, em um adendo, seus pensamentos ficaram perturbados:

Os Cinco Selos 2Where stories live. Discover now