O Baile

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- Laura? - Perguntei cautelosamente, para que ele não percebesse minha surpresa e desespero.
- Sim, ela é minha melhor amiga, na verdade sempre gostei dela. - Disse ele, entre suspiros.
- Lamento.
- Pelo o quê? - Ele pareceu assustado.
- Por ela não ter vindo te levar á festa.
- Ah, sim. - Ele parecia triste.
- Talvez ela tenha tido algum imprevisto ou ficado doente. - Menti, na tentativa de não parecer suspeita.
- Ou talvez ela não queira mais ir comigo...
- Por que acha isso? Ela deve ter os motivos dela, não acho que ela te deixaria.
- Ela me ligaria se esse fosse o caso, talvez ela tenha sido convidada por outros caras mais atraentes do que eu.

Fiquei calada, não poderia dizer o real motivo de Laura não ter vindo, ela estava morta, e eu havia a matado. Tinha que manter minha boa reputação nessa cidade, e no momento Dominik parecia ser a única pessoa que eu havia conhecido bem até agora.
- Você se importaria se eu te chamasse pra ir comigo? - Ele me perguntou.
Pensei em todas as hipóteses e coisas que poderiam ocorrer, e resolvi que ele não era tão feio assim, era aceitável, e merecia um bom momento antes do luto, ele iria ficar abalado quando soubesse que Laura havia morrido, mas nunca descobriria que eu havia a matado, apenas pensaria que ela havia se suicidado, então eu não ficaria com a culpa por ele se sentir mal, afinal, a vida daquela garota devia ser tão ruim que eu devo ter feito um favor a ela.

- Tudo bem, pode ser. Vou me arrumar, chego em 2 minutos. - Falei rapidamente, como quem não queria nada, e fui em direção ao meu quarto me arrumar.
Deixei meu cabelo solto, vestindo um vestido preto com uma jaqueta por cima, para que ninguém pudesse ver Perfect, a minha espada que estava pendurada na alça da calcinha.Calcei uns saltos pretos de cadarço na frente, passei um batom vermelho e fui do jeito que estava, pois como toda boa vendedora de maquiagens, eu sempre estava maquiada, perfeita e em boas ordens.
- Você foi rápida! - Ele disse. - A maioria das garotas com quem eu saía demoravam no mínimo uma hora para se arrumarem.
- Só um lembrete... Eu não sou a maioria das garotas com quem você saía.
Dominik ficou calado, afrouxando a gola da gravata. Estava de terno preto, com o cabelo meio bagunçado de gel e o mesmo anel vermelho de sempre.
- Você não larga essa anel? - Perguntei.
- Não posso, ele é muito caro e alguém pode o roubar.
- Entendo. - Menti, ainda desconfiando que aquele anel possuía alguma coisa a mais.
- O que está esperando? Vamos! - Ele desviou o assunto, me puxando pelo braço para fora do apartamento.

Chegando na festa, eu nem sabia o nome da aniversariante, tudo parecia como uma típica festa de 18 anos, a mesma coisa que uma festa de 15, só que sem a valsa da debutante, com bebidas e pessoas fazendo o que queriam. Achei interessante. 
Eu e Dominik sentamos numa mesa, onde várias pessoas vieram falar conosco. Os garçons nos ofereceram bebidas, e provei todas junto com ele, até não me sentir mais sóbria.
- Vem, vamos pra pista de dança. - Ele me chamou.
- E se eu não quiser ir? - Perguntei, o desafiando.
- Por favor, bela donzela. - Ele brincou, me beijando a mão.
- Isso não vai me matar. - Retruquei, indo com ele até a pista de dança.
-Mas o álcool vai. -Ele disse.
Muitos casais dançavam, até que a música mudou para baile, e ele me segurou pela cintura, dançando no ritmo da valsa. Tudo aquilo parecia muito clichê pra mim, vários adolescentes dançando músicas românticas... Aquilo não era pra mim, parecia tudo muito meloso, e eu jamais me envolveria com um cara como Dominik, do qual mal me conhecia e parecia flertar com todas as garotas que aparecessem na sua frente, pois nunca gostei de homens assim.
Perdida no meio dos meus pensamentos, o vi sorrindo para mim, de uma forma que seus dentes pareciam se afiar, seria o efeito do álcool? Talvez.

Resolvi esquecer aquilo e continuamos dançando, tudo aquilo deviam ser alucinações de uma garota bêbada, até que ele aproximou seu rosto de mim, e foi aproximando cada vez mais. Minha mente dizia coisas confusas, como: "deixe ele te beijar, ele perdeu a garota que amava",                " dê uma chance pra ele, é seu único amigo", "apenas desvie, finja que isso não aconteceu e continuem amigos, ele é a única pessoa do seu lado."                                                                        "ele vai te fazer sofrer depois, vai te trair do
jeito que ele é: um galinha, acabe logo com isso e saque sua espada"

Resolvi fazer o que meu último pensamento mandou, a sede por sangue não havia diminuído com o passar do tempo, saquei Perfect rapidamente, a direcionando para o rosto dele. Tentei o golpear no pescoço, para decapita-lo de uma vez só, assim não ia doer e seria rápido, porém de alguma forma ele a segurou com um reflexo que jamais vi, e com a boca aberta de surpresa e susto, percebi que nada era ilusão minha, suas presas estavam bastante visíveis.
Dominik era um vampiro.
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Fαℓℓєn AngєℓOnde histórias criam vida. Descubra agora