Respirar

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(Ler ouvindo a música acima)

Christopher ficou enciumado pelas cenas na rua com Pablo. Quem não ficaria? O pior foi a manchete. Em um dos jornais saiu que havíamos passado a noite juntos. Senti repulsa por todo aquele jogo da mídia e do marketing em cima de minha vida pessoal. Quase 20 fotos de todos os nossos movimentos. Aquilo me fez pensar se realmente as pessoas acreditariam, já que sempre foi tão difícil pegar algum flagra nosso sobre nossos relacionamentos, e me refiro aos 6 RBDs. Só que dessa vez estava claro: o objetivo não era esconder, mas fazer repercutir nos 4 cantos do México e para além disso...

Apesar de sempre associarem nossa relação ao marketing, o que uniu Christopher a mim nunca foi isso. Tínhamos uma conexão muito antes de Rebelde. Tínhamos conexão pela música, pela arte, pelas nossas crenças, por sermos mais jovens que os outros e de certo modo, um jeito de lidar com as coisas parecido. Apesar de diferentes em termos de personalidade, tínhamos muitas coisas em comum em relação às nossas crenças e gostos. E foi isso que nos uniu no momento em que mais precisei. Christopher sabia da minha índole e mais do que isso, sabia que eu o amava.

Depois de todos os burburinhos que renderam essa manchete, enfim, pudemos respirar aliviados. A ausência um do outro era sentida como algo normal e não mais como um impedimento do que tínhamos.

Em uma de nossas conversas sobre como agir em meio a tudo isso, Christopher se colocou de modo muito confiante sobre nós.

Ele reafirmou como o fez na Argentina que faria o que sentisse e foi assim que as coisas aconteceram. Eu retribui todas as vezes que ele me buscou e em alguns momentos que o sentia afastado, fui eu quem o busquei.

Na gravação do DVD em São Paulo dançamos Carino Mio como se fosse a última vez, e de certo modo era: o último DVD. Deixamos marcado na memória de muitos, aqueles passos, sorrisos e gestos, aquela sintonia que nos invadia desde a primeira batida da música.

Mas foi somente próximo ao meu aniversário que selamos nosso pacto de confiança

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Mas foi somente próximo ao meu aniversário que selamos nosso pacto de confiança.

Aliás essa data passamos juntos, abraçados, quase como se fôssemos um só. Mesmo sabendo que precisávamos aprender com a distância, ainda mais quando entramos no último mês daquele ano de adeus à banda. Prometemos que aproveitaríamos ao máximo, todos os momentos juntos, fossem eles nos bastidores, em nossas casas, com nossas famílias e amigos, ou ainda em cima dos palcos. 

E como aproveitamos.

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Passar pelo que estávamos passando, mexia demais com nossas emoções. Eu prometi que ficaria ao lado dela e assim o fiz. No Equador, Peru, Chile, Eslovênia, Sérvia e finalmente na Espanha selamos nosso compromisso também em cima dos palcos. Eu ficava extasiado com os fãs e o quanto dava para sentir o amor que dispendiam sobre nós.

Quando chegamos ao local do show em Madrid, nem exitei em abraçá-la em forma de apoio. Caminhamos abraçados pelo lugar e assim seguimos durante toda a noite.

Este corazón teria um gran final e seríamos totalmente responsáveis por isso. Quando a beijei, os gritos do público ultrapassaram as barreiras do lugar, mas o que realmente eu ouvi foi o nosso grito de liberdade, de dentro para fora, estávamos livres e essa liberdade marcada na nossa memória e também na de todos os que estavam ali. Era a demonstração explícita de nosso afeto. Ainda que não pudéssemos assumir nada oficialmente, aquilo nos bastou durante um tempo.

Nos últimos dias de turnê também gravamos nossos depoimentos de Adeus para o documentário do RBD

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Nos últimos dias de turnê também gravamos nossos depoimentos de Adeus para o documentário do RBD. Minha relação com Pedro e Luisillo não andava das melhores. Apesar de ser grato a Pedro, de admirá-lo por toda sua genialidade, não conseguia mais vê-lo como o cara humilde e carinhoso que conhecia devido a situação com Dulce. E sentia que com o fim da banda, atravessaríamos períodos turbulentos, não só pela distância física, ela no México para gravação da novela e eu Los Angeles, em estúdio e compondo. Combinamos que nos falaríamos sempre e nos veríamos quando conseguíssemos. O mais difícil era confiar que Dulce não desistiria de tudo, já que tantas vezes a vi desistir. Mas confesso que os tempos eram outros e estávamos dispostos. Pela primeira vez em anos, a nossa comunicação fluía sem espaço para as nossas neuroses.

E como eu esperava, os meses que se sucederam foram repletos de amor, em meio a algumas crises...Eu nunca imaginei que pudesse ser tão forte a ponto de sustentar emocionalmente a mim e a ela...

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