IV

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Por três segundos de sua vida, Park Jimin esqueceu-se que era um psiquiatra e ficou estatístico diante a fala do maior.

Entretanto, logo voltou a sua conciencia e pigarreoou baixinho endireitando-se sobre a cadeira.

—Entendo. Mas antes de irmos aos finalmentes tenho que me apresentar a você, sou o Dr. Park Jimin, irei ser seu psiquiatra a partir de agora.

Deu o melhor sorriso que conseguia naquele momento. O ômega via na face alheia a tristeza e a dor que escorriam com suas lágrimas, seu coração se apertou, ver um alfa daquele tamanho mas completamente vulnerável lhe deixou um tanto "triste".

Um certo alerta piscou na mente do ômega. Os remédios que haviam sido receitados para o maior eram remédios para pessoas com depressão severa, ansiedade, TDAH e bipolaridade. Entretanto, o comportamento do alfa não parecia apresentar-lhe qualquer tipo de sinal sobre essas doenças. Algo estava errado. Mas não poderia fazer muito, apenas seguiu com seu trabalho.

—Eu preciso lhe fazer algumas perguntas, tudo bem? Eu sei que é chato isso mas é que somos estranhos um ao outro no momento e precisamos nos conhecer para temos uma boa convivência, sim?

Sorriu. O alfa elevou o rosto até o ômega e sorriu um tanto tímido na direção do outro. Park sentiu seu coração ficar um pouco mais quentinho naquela hora. Com um aceno calmo da parte do moreno Jimin iniciou as perguntas.

—Como é sua relação com sua mãe?

Pensa-se o seguinte geralmente pessoas depressivas tendem a não querer falar sobre situações que lhe deixam mal, elas evitam falar para evitar um possível gatilho ou um sentimento ruim. Entretando não foi isso que aconteceu.

—Minha mãe é uma vagabunda, desculpe-me expressar assim. Ela nunca ligou para mim, nem pro meu pai e meu irmão. Ela sempre nos tratou muito mal, mas quando precisamos aparecer na televisão ela paga de mulher perfeita que quer apenas uma família estável.

O ruivo anotava tudo. A fluidez e a raiva na voz do garoto quando falava da mãe, indicava que tais nunca foram próximos ou que tivesse tido algum dia um carinho, ou afeto por parte da progenitora.

A face do garoto expressava nojo e desprezo ao falar da mãe.

—E como é seu relacionamento com seu pai e seu irmão?

Perguntou o ruivo enquanto encarava o maior. Este por sua vez passou a língua nos lábios e em seguida bufou baixinho.

—Instável, ao mesmo tempo que não. Meu pai é um ômega lúpus e por isso é mais sensivel, lidar com ele não é difícil o problema é meu irmão. Ele é mais novo e também é um ômega lúpus, só que diferente do meu pai, ele é mais bruto, ele confronta a minha mãe e ela não gosta nada disso, uma vez ele disse um não pra ela e.. —O alfa abaixou a cabeça, um soluço não passou desapercebido pelo ômega. — escutar ele chorar a noite toda de dor não foi muito bom..

Família conturbada, pais ausentes, de certo modo, pressão social e familiar. É, ele realmente era um lúpus muito forte.

A sessão se estendeu por mais alguns minutos até que logo se foi ouvida uma batida a porta. Um cheiro forte de terra molhada e chuva invadiu as narinas de ambos, Jaebum se encolheu sobre a cadeira e, com certo receio, encarou o psiquiatra.

—Adeus, senhor Park, gostei de você.

O alfa se levantou e caminhou para fora da sala. A mãe do maior estava parada ali, os lumes vermelhos e fuminantes da mulher encararam a face do ômega, Jimin engoliu a seco até ter a visão bloqueada pela porta que se fechou.

O alfa mais bonito {jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora