Never surrender

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De volta à Recording You Studio

Ainda o mesmo dia, algumas horas depois

– EU ODEIO ESSE MUNDO – Finn escuta o grito enquanto caminhava em direção ao seu carro.

Se assustou, virando o corpo para visualizar a morena emburrada, jogando a bolsa no chão, se colocando em frente ao próprio automóvel.

– Problemas? – ele perguntou, se aproximando.

– Muitos deles! – bradou, abrindo o capô e vendo-a observar e mexer naquelas coisas as quais Wolfhard não sabia nem o nome. A mulher tentou neutralizar sua respiração, se sentindo em extremo estresse, pressentindo que suor começaria a brotar em suas mãos e pés – A bateria arriou, aparentemente – reclamou, por fim.

– Ok – assentiu, mesmo não sabendo do que ela estava falando.

– Você não sabe o que isso significa, né?! – ela provocou, achando graça. Finn nunca apresentou interesse por esse assunto, muito pelo contrário, achava uma tremenda perda de tempo. Ele tinha dinheiro, podia pagar alguém para fazer o que quer que fosse necessário. Millie não era muito diferente, admitia, mas não gostava de depender ou de esperar por alguém. Por essas e outras, logo que saiu de Londres, tratou de aprender tudo que precisava para sobreviver. – A bateria arriada faz com que eu não consiga dar partida do carro, Finn. Só que eu não sei como isso aconteceu, vou ter que ligar no mecânico pra ele examinar.

– Ah – ele murmurou baixinho, levemente impressionado com o fato dela saber exatamente o que fazer. – Bom, nesse caso, como você voltaria pra casa?

Brown o olhou com confusão e logo sua feição se tornou preocupada. Não havia pensado nisso ainda. Iris estava trabalhando e Gia também. Louis não iria conseguir vir buscá-la tão cedo. Estava fudida.

Fechou o capô e recolheu sua bolsa recém jogada no chão.

Finn observou a forma nervosa com que ela procurava (provavelmente) por sua toalhinha.

– Posso te dar uma carona – soltou a oferta antes de ao menos cogitar uma segunda vez seriamente – Q-Quero dizer, você pode voltar sozinha e a pé, se quiser, mas é uma escolha sua.

– Tudo bem – ela prontamente aceita, não querendo esperar muito.

Wolfhard se chocou, mas não pestanejou em guiá-la para o seu Mustang e deixarem o estúdio.

– Louis virá buscar quando eu pedir para que ele venha – Millie explicou quando Finn questionou se ela deixaria seu carro lá, após ter feito mais milhares de perguntas sobre como era possível um Dodge Challenger 80 ter falhado e receber como resposta curta um "Não sei, Finn, não trabalho com isso".

– E quem é Louis? – curioso, parou o veículo, apoiando uma de suas mãos na sua marcha e deixando a outra ainda no volante.

– Partridge. Um dos meus melhores amigos e engenheiro mecânico – o encarou de soslaio, tentando disfarçar a satisfação pelo interesse repentino. – Nos conhecemos em Liverpool, uns meses depois de eu conhecer a Apatow.

– Ah, tá – sua mão direita voltou ao volante quando o sinal verde apareceu no semáforo novamente – Apatow é a Iris?

– Isso – afirmou usando a toalhinha púrpura para apertar a palma da mão, balançando a cabeça em negação ao suor que não parava nunca.

Finn estava preocupado, não havia como mentir, com o fato da menina parecer já acostumada com isso. Será que ela esteve assim durante todos esses anos? Como será que ela esteve todos esses anos?

Always in Abbey Road - Fillie (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora