Awkward conversations and sweating issues

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Recording You - London. UK

Ainda o mesmo dia...

– Argh, que ódio – Millie praguejou baixinho, pegando a bolsa em cima da mesa e procurando sua toalhinha. Finn a olhou, ainda com a cabeça abaixada, focado em seus papéis e caderninho.

Desde o episódio de horas atrás na sala de piano os dois estavam trocando meias palavras e enchendo o cômodo atual de conversas vazias. Se formos bem honestos, após decidirem ir pra sala a qual ocorreu a primeira reunião com David apenas para comporem, não haviam conversado sobre nada.

– O que foi? – perguntou, curioso. Millie estendeu o papel e mostrou pra ele a mancha gigante.

O suor é uma propriedade corporal que ajuda a regular a temperatura do corpo, porém, hiperidrose é uma condição médica em que a pessoa sua excessivamente e de forma imprevisível. Pessoas com hiperidrose podem suar mesmo quando a temperatura está baixa ou quando estão descansando. No caso de Millie, sempre que ela estava nervosa ou estressada.

– Está tudo bem? – ele sabia que não. A questão só saiu de sua boa por educação (e porque ele não queria que ela pensasse que ainda a conhecia tão bem).

– Claro. Minhas mãos e pés estão escorrendo um líquido nojento, eu não consigo me concentrar nessa merda dessa letra, minha mãe me odeia mais do que eu odeio pizza – a menor listou com uma rapidez anormal – então estou ótima.

Wolfhard a analisou com mais cuidado. Ok, o que fazer?

– Não é nojento, é normal. E pelo menos não fede.

– Obrigada, ajudou muito – rolou os olhos, deixando a bolsa em cima da mesa novamente.

– Não está com a sua toalhinha aí? – sim, tudo que Finn falava, dadas as circunstâncias, eram perguntas de respostas óbvias. Mas ele estava tentando, juro que estava.

– Aparentemente eu esqueci em casa. Me mudei recentemente, as coisas lá estão uma bagunça – explicou. Não entendeu muito bem a vontade de deixar ele a par do que estava acontecendo na sua vida, apenas sentiu.

– Antes da sua agente assinar o contrato para... trabalharmos juntos, você ainda morava em Liverpool? Digo, nunca quis voltar pra casa? – Finn indagou, agora esperando uma resposta a qual não fazia de qual seria. O porquê do interesse repentino também o pegou de surpresa. Não queria estar interessado nas coisas dela. Não deveria.

Millie, por outro lado, havia ignorado inconscientemente que odiava o cara à sua frente. Olhou para ele, reflexiva.

– Eu acho que... aqui só não é mais a minha casa – totalmente presa aos seus pensamentos, deixou-se aparecer emocionada e abaixou a guarda. Não havia percebido, mas até seu cenho franzido tinha relaxado.

– Não fazia sentido voltar para casa dos meus pais quando a minha situação com eles nunca melhorava... só que nada me prendia em Liverpool. Fiquei por puro comodismo. Era fácil morar com Iris, minha melhor amiga, e nunca pensei em sair.

Finn concordou, distensionando os músculos dos ombros enquanto se espreguiçava e relaxava na cadeira.

Brown levantou, indo ao banheiro adjacente da sala-escritório.

Ao se olhar no espelho fez uma avaliação geral. Tudo nos conformes. Pegou o rolo de papel higiênico e levou para a mesa, pois lavar as mãos nessas horas só piorava.

– Por que você disse que não consegue se concentrar?

– Ahn? – ela murmurou se sentando novamente, desenrolando o rolo e tentando secar suas mãos.

Always in Abbey Road - Fillie (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora