At the limit of your desire

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CAMILA MENDES
Acordo às 6h40 morrendo de vontade de dormir novamente. Desde que mudei da casa dos meus pais para viver sozinha na capital, minha vida mudou completamente, ainda mais depois do meu pai ter ligado há dois meses informando que não estava muito bem de saúde. Para completar, minha bolsa de estudos está me dando adeus. Nunca poderia dizer aos meus pais a minha atual situação na faculdade.
Minha madrinha me chamou para ajudar na casa em que trabalha. Eu não estou trabalhando e realmente preciso ajudar meus pais. Mesmo tendo que deixar a faculdade, preciso me organizar sozinha e por isso aceitei o emprego.
Hoje será meu primeiro dia na casa dos Apa's. Minha madrinha Sol, trabalha para essa família praticamente toda a vida e está precisando de ajuda, e eu, de dinheiro. Não é fácil cursar direito em uma universidade particular sendo bolsista. Vou ter que trancar a faculdade por um tempo. Já que meu pai é apenas um aposentado e o aluguel deste pequeno apartamento já lhe tira muito, nunca poderia pedir-lhe para pagar meia bolsa ou integral na faculdade.
Tenho apenas duas aulas no curso, depois correrei para a casa dos Apa's para me apresentar para a Senhora Moly Apa. Paro de pensar na vida, pulo da cama e sigo para o banho escovo meus cabelos, que quase chegam a minha cintura em ondas sedutoras, assim como diz minha melhor amiga, Lili.
Coloco uma saia preta um pouco acima dos meus joelhos e uma camisa preta colada, e saltos (não muito alto) pretos e pego minha bolsa e caderno. Estou pronta para a faculdade. Paro na cozinha para preparar meu café. Não gosto de tomar café da minha completo, mas café preto é tudo de bom para mim. Pego minhas chaves e sigo para a garagem. Meu belo carro, mais do que usado, está lá, presente do meu irmão.
Quase morro de raiva ao descobrir que só terei uma aula e a outra será apenas a entrega de trabalho da semana passada. Terei que ir para a casa dos Apa's antes do combinado, saco!
Ligo para minha madrinha para avisar que estou a caminho. Sua alegria me faz sorrir. Amo minha madrinha assim como amo meus pais e o chato do meu irmão.
Já fui à casa dos Apa's quatro vezes, quando eles se encontravam de férias pelo o mundo. Sei que eles têm dois filhos:Casey, Keneti e Madeleine Apa. Eles são bonitos por fotos. São uma família muito tradicional e de posses.
Os Apa's são do ramo da Advocacia. Sei que possuem várias unidades espalhadas, e elas têm como vigas o Senhor Luke James Apa e seus dois filhos homens, conhecidos como o "Terror dos Tribunais", assim como diz minha madrinha. Madeleine, a única filha da casa que cursar Designer de Modas, saindo completamente das linhas do Direito que correm no sangue da família Apa.
Chego ao portão da casa as 7h50, apresento-me, e o porteiro me deixa entrar a permissão da minha madrinha. Achei que teria que mostra meu registro de nascimento também.
O jardim é imenso, não posso deixar de notar a quantidade de seguranças que há aqui. A casa de primeiro andar é toda branca, tendo como cores apenas a das rosas e o verde das árvores e plantas que a cercam.
Minha madrinha Sol, já está á porta da frente, me esperando.
  -Minha boneca, como você está? Estava
ansiosa por sua chegada!-
Não tem como eu me conter, e saio pulando como uma criança.
Apesar de ter 21 anos de idade, é assim que me sinto perto da minha madrinha, uma criança
-Cams, minha flor- diz me abraçando e me enchendo de beijinhos por todo rosto.
-Madrinha- Abraço-a com carinho.
-Você está linda como sempre.-
Eu não me acho lá essas coisas, mas meus olhos parecendo jabuticabas de tão escuros, minha pele morena, meus cabelos longos e ondulados chamam atenção.
-Que saudades!- Falo com o coração apertado e lágrimas nos olhos.
-Vamos, minha flor. Vamos entrar, tenho uma surpresa para você!- Ela está tão feliz com minha chegada.
A casa, do jeito que é por fora, é por dentro: paredes brancas e com móveis elegantes. Acho tudo lindo e bem decorado.
-Aqui, querida, vamos para s cozinha.- Também é toda branca.
Os Apa's realmente gostam da cor branca.- Quero que você coma essa torta de limão, fiz para você. Ainda é sua preferida?-
-Adoro torta de limão, obrigada!-
-Enquanto você come, vou pegar seu uniforme.-
Minha madrinha sai, e me encontro sozinha na imensa cozinha.-
-Olá!- cumprimenta-me uma voz feminina.
Viro-me deparando-me com uma moça linda.
-Olá-respondo sorridente.
-Sou Madeleine, e você deve ser a Rebeca, afilhada da Sol, certo?-
-Sim sou eu, pode me chama de Cams!-
-Cams? Gostei! Pode me chama de Mads.-
A moça em minha frente é extravagantemente linda, tem altura, com os cabelos ruivos longos, olhos castanhos, pele branca e é muito animada!
- Obrigada, Mads.
  -Ei você!- diz um rapaz alto, moreno muito atraente e com olhos na cor verde, agarrando Mads por trás e a fazendo bufar de raiva.
Tenho que segurar o sorriso.
  -Por favor, Casey. Vai me desarrumar toda!
Mads mostra língua a ele em revolta.
  -Casey, essa é Cams, afilhada da Sol.
  -Ei, Cams, é um prazer conhecê-la!
Sorridente, apresento-me com o mesmo entusiasmo.
  -O prazer é todo meu- respondo sorrindo, percebendo o aperto suave da sua mão.
  -Você é um perdido, meu irmão- Mads afirma olhando para Casey que sorri.
  -Vejo que já conheceram-Diz minha madrinha, entregando-me o uniforme.
Nesse momento, os irmãos se olham e me olha de volta.
  -Vai trabalhar aqui?-Pergunta Casey.
  -Irei ajudar minha madrinha por um tempo.
  -Hum... Isso será problema- afirma olhando para a irmã.
  -Nada disso! Ela está aqui para ajudar a Sol, ele não vai se opor-Mads conversa com seu irmão, mas eu não estou entendendo nada.
  -Já deu uma boa olhada nela? Eu já constatei o quão linda é. Será um problema, sim, conheço a fera- Casey retruca olhando para mim sério.
  -Não faça tempestade em um copo d'agua, Casey!
  -Tudo bem, minha irmã. Depois não diga que não avisei. Seja bem-vinda Cams. A tempestade vai deixar sua marca. Isto eu sei.
  -Obrigada- olho para minha madrinha que sorri docemente.
  -Não ligue pra o Casey. Só falou isso por causa do nosso irmão do meio, Kj. Se estiver aqui de noite irá conhecê-lo. Chega hoje de viagem. Ele é um pouco ou melhor, muito diferente de nós, e desde já te digo: não dê importância às atitudes dele. Beijinhos pra vocês.
A forma como os irmãos falaram do outro me deixou curiosa. Eles dois aparentam ser legais, e esse outro é tão diferente? Algo há para ele ser assim.