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[marlboro]

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Varre o chão, joga o lixo no saco azul, amarra e coloque dentro do tonel que será esvaziado pela equipe de limpeza. Fim de expediente é dessa forma, sempre, e Jungkook sabe. Fez tudo automaticamente, enquanto a noite e seu vento fresco balançam as árvores da rua. Quando jogou o saco no tonel preto, ouviu passos a esquerda vindo da escuridão dos fundos da pizzaria.

O vento trouxe o perfume caro que ele bem conhece, seus olhos encontraram Kim Seokjin escorado na parede, com roupas casuais e olheiras embaixo dos olhos.

Doeu vê-lo, mais do que queria, porque Jungkook não quer ser a causa de Seokjin perder o convívio com seus pais.

— Oi - disse o mais velho e Jungkook limpou as mãos no uniforme. — Te liguei hoje cedo e... seu irmão me disse que estava tomando banho.

— É, eu fui trabalhar mais cedo também - abaixou a cabeça, tentando não derreter na frente de Seokjin. — O que faz aqui? Está tão tarde...

Deu alguns passos na direção de Jungkook e passou a mão nos cabelos, ajustando os fios que o vento tira do lugar.

— Pensei em dar uma carona pro meu namorado - sorriu, mas forçado e Jungkook negou com a cabeça, segurando maçaneta da porta. — O que foi...?

— Jin-hyung, eu acho... acho que é errado isso tudo, sabe? - sua voz saiu tão pesada que Seokjin sabe, o mais novo chora. Jungkook é muito sensível, e não segura suas emoções.

Droga.

— Não, olha... não chora, vou ajudar você a fechar a pizzaria e vou te levar para casa, no caminho a gente conversa melhor, o que acha?

Suspirando, limpou o rosto na mão e Jungkook aceitou sua ajuda, os dois seguiram na pizzaria, limparam o que precisava, Seokjin terminou de abaixar as cortinas e Jungkook trancou o caixa.

Saíram em silêncio, como entraram no carro e Seokjin não ligou o automóvel e Jungkook respirou fundo, passou a mão no rosto e encostou a cabeça no vidro da janela.

— Jungoo... - sussurrou e levou sua mão a sua coxa. — Fala comigo, se abre pra mim, eu... por favor...

Como dizer a um garoto, que perdeu sua virgindade e logo foi flagrado nu na cama com outro homem, pelos pais de seu namorado, que vai ficar tudo bem? Que ele não precisa chorar?

— Foi horrível - disse baixo. — Foi humilhante... meu coração doeu, sangrou, foi a pior noite da minha vida.

Nossa.

Seokjin não sabe o que dizer e nem fazer, mas ele sabe que aquele garoto é tudo pra sua vida, é uma das fontes de alegria, de luz e de amor mais puras que já conheceu.

— Não quero que saia da sua casa e nem que eles fiquem odiando você, sabe?

Não consegue falar, porque dói. Muito. Então segurou a mão de Jungkook com força e beijou as costas dela com carinho.

— Hyung, você foi meu primeiro amor, sempre gostei de você, sempre te amei tanto e amo muito, quero você feliz, não quero que tenha que apanhar pro seu pai, nem ser expulso de casa - sentiu uma lágrima quente escorrer pelo seu rosto e Seokjin apertar mais ainda sua mão. — Andei pensando, se não é melhor a gente se separar...

— Jungkook, não. - respondeu imediatamente e Jungkook o observou de canto de olho. — Não vamos terminar, não vou deixar você terminar comigo, nada disso, proibido.

A forma que o mais velho falou parecia um senhor e fez Jungkook rir sem querer no meio de seu choro. Seokjin limpou sua bochecha molhada.

— Você é meu amor, garoto, eu não desisto de você. Estou bem, por enquanto Taehyung tá me hospedando, em breve a casa que tenho no subúrbio vai ficar livre, é uma casa bonita, tem dois quartos, uma sala com cozinha, você vai gostar dela... - alisou seu rosto com carinho e Jungkook suspirou. — Estou bem, por favor, se você me deixar, vai ser pior...