[floppy disk]

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(n/a: eu rachei de rir de um comentário falando sobre disquete. Eu sou uma criança dos anos 90, pra mim era chique tá? Eu lembro que toda criancinha tinha um disquete pra levar pra minha escola, assim a gente podia salvar os desenhos que a gente fazia no Paint. Que saudade, meu Deus. Floppy disk é um dos nomes usados pra disquete em inglês.)

AVISO: esse capítulo terá descrição de cena de violência e palavrão; como já avisado em outros capítulos, abordarei assuntos como homofobia.

#Vmin90s

Taehyung deixou Jimin do outro lado da universidade, já que o rapaz é de artes, não fica muito próximo ao prédio dele. O que foi bom, afinal, nem todo mundo daquela área sabe quem é Kim Taehyung. Se despediram com um toque nas mãos, disfarçado, e o viu caminhar pelo estacionamento abraçando a própria bolsa, acenando para algumas meninas do seu curso que sorriram de volta.

Um rapaz social entre as meninas, mas entre os meninos um certo problema.

Deixou o carro próximo a um dos prédios administrativos, onde os professores costumam descansar. Ele mesmo não fica muito ali, outros docentes não parecem gostar muito dele por ser muito jovem, evita conflitos com pessoas que realmente podem prejudicar sua estadia.

Caminhou pelo corredor semi iluminado pela luz do sol, ouvia vozes baixas e o som das teclas grosseiras dos computadores amarelados, telefones tocando, papéis sendo revirados, até chegar nos armários dos professores. Ele tem o seu, mas não usa, não vê utilidade.

O que é dele é dele e não fica por aí longe dele. Se Taehyung quer levar algo para a universidade, ele leva e traz de volta.

Observou a foto, com o número da placa do carro e viu que o armário de Yoongi é o último do corredor. Naquele horário, não tem outros professores por perto e agradeceu em silêncio por isso. A pequena chave deslizou com facilidade pelo cadeado e Taehyung se viu grato mais uma vez.

Espera que tudo dê certo, que lá esteja o que ele precisa para libertar seu amigo do inferno.

Isso se ainda estiver vivo.

Ao abrir, observou que Yoongi guarda, no mínimo, quatro cadernos de anotação, folhas espalhadas com rabiscos e qualquer baboseira, uma bolsa com giz branco e um apagador de madeira.

Nada parecia importante, então, porque diabos ele escondeu essa chave com tanto afinco? Frustrado, pegou caderno por caderno, leu casa coisa, ficou ali por quase uma hora, e nada parecia ser o que precisa.

Deixou os cadernos do jeito que encontrou, passou a alisar os pequenos papéis espalhados no armário, até bater a mão no fundo do mesmo. Um espaço oco, é falso.

Sorriu, Yoongi é esperto, aproveitou o rumor de que todo professor é desorganizado para esconder o que tanto precisava esconder. E ali tem um disquete cinza, sem nenhuma escrita na etiqueta branca.

As pressas para não ser visto, Taehyung guardou na sua bolsa e saiu apressado para dar sua aula, que já está atrasada.

Quinta é o sarau, ele precisa resolver as últimas pendências com seus alunos, como provas finais e correção de exercícios.

Agora Jimin tem um telefone, que prometeu esconder no seu guarda-roupa quando chegasse em casa, Taehyung ficou feliz ao lembrar que poderá ligar quando sentir saudade.

Bobo, se sente um otário de quatro por um aluno três anos mais novo que ele, baixinho e encrenqueiro, mas com um coração lindo e uma determinação de ouro.

Sempre ouvia Soojin falar "Acho importante analisar como o seu futuro amado se relaciona com a família, isso diz muito do caráter da pessoa". E Jimin daria a vida por seus pais.

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