REPLACE | vmin

final 1/2 [papa, dont preach]

#vmin90s

[n/a: Olá pessoal, é com muita dor no coração que venho dizer que esse capítulo é uma parte do fim de REPLACE. Pois é, como eu já havia comentado, REPLACE está na reta final. Esses capítulos de encerramento costumam ser muito difíceis para mim, porque são desfechos, então tenho que reler toda a história e fazer anotações sobre assuntos que ficaram abertos e etc. Agradeço todo mundo que ficou comigo até hoje, que se divertiu. Foi uma história muito séria e importante, tive que estudar pra tentar representar bem os personagens. Comentem e votem, vamos aproveitar os últimos momentos.]

As noites de Busan estão frescas, tudo é muito melhor nessa época do ano, Seokjin sabe bem. No estacionamento da praia, estão Jungkook e Jimin, um mais bêbado que o outro, sentados sobre o capô do carro com garrafas de água nas mãos. Já Taehyung está parado, fumando, observando o mar com o olhar perdido, enquanto Seokjin, atrás dele, tenta imaginar o que se passa dentro da cabeça de seu "primo".

— Taehyung...?

O professor observou seu amigo por cima dos ombros. Jogou o cigarro no chão e o amassou com a sola do sapato. Seokjin achou que nada seria dito, aquele olhar é o de um homem cansado e apavorado, tudo ao mesmo tempo, como se aquele telefonema tivesse amaldiçoado sua noite.

Com as mãos nos bolsos, Taehyung suspirou voltando os olhos para o mar novamente.

— Às vezes... me permitem respirar por tempo demais. Por um momento, esqueço de quem sou, do meu sobrenome e do peso que isso tem na minha vida. E então alguma coisa acontece e eles me lembram de que sempre serei o que sou, nasci para ser e morrerei sendo.

— Não entendo, Taehyung... do que fala? — Seokjin deu um passo à frente, ficando ao lado do professor. — Quem são eles?

— Você sabe... — rodando sua aliança no dedo, não quer pensar no que foi dito ao telefone, contudo, não tem para onde fugir. Infelizmente, não é como se um contrato fosse manter sua família longe de seu querido Jimin.

Olhando para trás, viu seu marido com o amigo, olhando as estrelas, bêbados e rindo. Sua risada, sua alegria, lhe traz conforto e é por isso que Taehyung teve de aceitar a proposta.

A voz rouca e intensa de seu pai foi bem clara.

"Resolva esse problema antes que resolvam tirar de você o que você mais ama."

Levou Jimin para casa, adormecido e bêbado, o menor nem percebeu que foi carregado para dentro. Taehyung tem dificuldade, o marido tem pernas grossas e é forte, pesado, teve de deixar Jimin no quartinho do primeiro piso, o quarto de visitas que escolheu para Soojin. Não é feio, nem menos confortável que o seu, apenas pequeno. Abriu a janela para deixar o vento fresco da noite entrar e se sentou na beirada da cama, tirando as meias do menor, depois suas roupas.

— Sinto muito por isso tudo... — Taehyung começou a falar sozinho, enquanto busca algo para Jimin vestir. Ao voltar ao quarto, encaixou a calça do pijama em seu corpo. — Desculpa por não conseguir te dar a normalidade de um amor... da gente não conseguir ser feliz sem problemas, sem confusões tão sérias. Sinto tanto por trazer a sua vida morte e sangue.

Sua mão ficou no peito do menor, sentado ao seu lado. Jimin dorme como um anjo, sempre foi a visão mais bonita da noite, acordar e ver seu marido adormecido, com suas bochechas fofas e lábios grandes, macios e vermelhos.

O dentinho torto de Jimin não permite que feche a boca totalmente ao dormir e é adorável.

— Cansei de te prometer que viveremos em paz, Jimin, porque não sei se será possível. Me perdoe.