REPLACE | vmin

[moon]

#vmin90s

— Você... disse que é apaixonado por mim.

A chuva forte lá fora bate nos baldes do quintal, e no vidro da janela da sala, tão forte, mas o silêncio entre os dois parece ser mais barulhento do que qualquer tempestade.

Jungkook não sabia o que responder, nem conseguia soltar o copo da Coca, paralisado como se Seokjin apertasse o pause. Decepcionado, não queria ter dito a verdade, prometeu a Jimin que não iria, foi traído pela própria febre.

Já o outro, abaixou a cabeça, observando os próprios pés e se arrependendo em ter falado algo, pois não quer magoar Jungkook com o assunto. Se o silêncio fala alto, se a tempestade é escandalosa, o coração de Seokjin é uma turbina, o som de uma explosão. Segurou a camisa rosa que Jungkook emprestou, apertando seu peito, pedindo para que não fosse real.

Antes que pudesse dizer algo, um som alto de trovão rachou o céu e a luz da casa caiu em seguida.

Seokjin deixou um grito escapar e Jungkook se lembrou que seu hyung tem medo de trovão, os relâmpagos iluminam a sala a cada dez segundos e podia ver Seokjin abraçando os próprios joelhos.

— Hyung...? Você tá bem? — perguntou confuso, preocupado e Seokjin não respondeu enfiando a cabeça nos joelhos.

O que ele faria? Não tem muito o que fazer nesse caso, não sabe se deve. E se Seokjin agora tem nojo dele?

Soltou o copo de refrigerante e se acolheu com as costas no sofá, ao lado do hyung, esperando algum sinal, alguma palavra, ou a luz voltar. Foi quando sentiu algo quente na sua mão direita. Seokjin o segura, com medo, mesmo sentindo vergonha por ter um metro e oitenta, vinte e poucos anos, e choramingar como criança por causa do trovão.

Jungkook o fitou, pelos flashes dos relâmpagos e o segurou de volta sem dizer nada. Talvez nada fosse preciso, não agora.

🩸

Preciso desistir de você. Seu destino não é ao meu lado, infelizmente, nada parece estar do meu lado mais, preciso tomar uma decisão.

🩸

A pousada é antiga, mas uma das maiores da região e o dono se surpreendeu quando viu os dois chegarem ensopados na recepção. Uma construção antiga, um hanok grande dividido em várias partes, sobre pedras, no meio de uma paisagem cheia de árvores e plantas lindas, Jimin podia respirar fundo e sentir o cheiro da natureza.

Entraram no quarto, que mais parece um palácio imperial, com vigas grossas de madeira escura, uma cama com tecido floral e bordados dourados. Às vezes, esquece que Taehyung consegue o que quiser por ser tão rico.

— Acho que aqui vai ser bom pra gente dormir por uma noite — sorriu tirando sua camisa molhada e Jimin se encolheu. — O que foi? Precisa tirar essa roupa molhada, amor...

— Aqui não é muito caro?

Riu do menor e se aproximou puxando sua jaqueta jeans, Jimin permitiu que Taehyung tirasse a peça pesada de tanta água.

— Não se preocupe. Nunca tive motivos pra gastar meu dinheiro, agora eu tenho e é o melhor do mundo — o beijou no rosto. — Aqui tem uma ofurô, a gente pode tomar banho quente, o que acha?

— Eu nunca tomei banho em uma — tirou sua camisa e todas as peças molhadas foram colocadas no canto do quarto, sobre uma cesta.

Ao abrir a porta grande de correr, uma área coberta com vidro protege a ofurô. Uma varanda bonita, e dali pode se ver a chuva forte caindo na vegetação. Os dois entraram assim que a água ficou pronta e Taehyung deitou a cabeça na borda, olhando Jimin brincar com as bolhas. O rosto do mais novo ficou vermelho bem rápido por causa da temperatura.