The Same Eyes

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Capítulo 4


Flashback On

10/10/2000

Eu estava sentado dentro do armário, foi onde minha umma me mandou ficar até que tudo estivesse seguro. Eu estava com tanto medo, os barulhos estavam altos o que me fez ficar confuso, olhei pelas pequenas brejas do armário e vi o que nenhuma criança de 5 anos jamais deveria ver..

Eu quis gritar, chorar, sair correndo e ir até meus pais e os abraçar, mas estava sendo obediente a minha umma, ela disse que isso salvaria minha vida. Será que eu realmente conseguiria viver sem eles?

Vi quando o corpo do meu appa caiu sem vida no chão da sala, e minha umma se virou para me encarar e dizer algo que eu nunca esqueci.. Suas últimas palavras "Eu te amo"

Eu vi os homens os encararem e logo em seguida sorrir, como alguém consegue sorrir após fazer algo tão ruim? Eles eram frios, e dava para perceber isso nos olhos deles. Eu estava com medo.


"O mundo é cruel, ele destrói tudo o que você mais ama bem na sua frente e o pior, você não pode fazer nada" Minha umma dizia isso para mim, mas também disse "Tenha coragem, seja você mesmo e o mais importante nunca perca essa pessoa doce de dentro de você."

Quando a polícia chegou até minha casa os homens ainda estavam lá, com os corpos sujos de sangue e o mesmo sorriso assustador no rosto, eles foram algemados e levados até a viatura e eu finalmente sai do lugar escuro onde me escondia fazendo os policiais se assustarem com minha presença.

Temos um sobrevivente! - Um deles anunciou indo até mim.

Meus olhos cheios de lágrimas e finalmente eu pude chorar, caí de joelhos em frente os corpos e eu não queria os deixar, segurei a mão deles e os prometi sempre os amar..

Fui levado até a delegacia onde fiquei sentado até que um outro policial veio em minha direção..


Park Jimin sua tia veio para te levar para casa. - Ele disse me fazendo o acompanhar..

Parei assim que vi a mulher de cabelos pretos, pele clara, ela realmente parecia com minha umma. Corri até sua direção e ela me abraçou me permitindo chorar em seu ombro.

Eu sabia que aqueles homens se tornaram meu pior pesadelo…

Flashback Off

Assim que Jin cuidou dos meus ferimentos eu me levantei e voltei para minha ala e me deitei na cama encarando o teto, não queria sair, mas isso não me impediu de receber visitas. A porta foi aberta e a guarda entrou com um copo de água e um remédio.

É para dor. - Ela disse me fazendo a encarar.

Por que você? Deve ser a melhor aqui. - Falei voltando a olhar o teto.

Por que eu não ligo para que os pacientes tenham feito, estou aqui apenas para cumprir meu trabalho, é só não me atrapalhar que não teremos problemas.. Não que eu ache que você ligue para isso, não tem medo de se meter em encrencas, pelo contrário, você parece gostar de adrenalina. - Sorri de cantos com suas palavras. - A propósito meu nome é Lee Sunmi.

Ela colocou o remédio no criado mudo e saiu do meu quarto eu a encarei por alguns segundos antes de me virar e encarar o remédio. Por muitas vezes fui enganado dessa mesma força, uma desculpa de que iria me ajudar com a dor quando na verdade só me causava mais dores ainda, mais pesadelos.

Ah que se foda. - Falei revirando os olhos.

Coloquei a pílula em minha boca e bebi a água, se fosse algo para me matar seria um alívio, olhei pela janela e vi que não tinha nada além de pessoas.. Todas juntas, não importa a sua doença ou seu nível de loucuras..

Eu me pergunto se os donos dessa merda toda é tão louco quanto os que estão aqui, por que quem junta pessoas com infantilismo com psicopatas?

Você deve achar estranho neh? Todos juntos.. - Sunmi se pronunciou do lado de fora do quarto. - Os senhores Kim's querem mostrar que todos somos iguais, que podemos conviver juntos e que podemos ajudar uns aos outros. Claro que alguns com histórico mais pesados não ficam sozinhos, por isso os guardas sempre os acompanham.

Então eu devo ser um desses já que você não sai do meu pé. - Falei revirando os olhos. - Exceto quando tem um louco olhando pela abertura da minha porta, e eu espero pelo bem dele que isso acabe. Não gosto de ser observado.

Sussurrei apenas para que eu ouvisse. Não precisava sair contando isso a ela, e nem contaria, não confio nela, na verdade eu não consigo mais confiar em ninguém é isso é bom, porque assim ninguém me decepciona mais.

Disse algo? - Ela perguntou curiosa.

A encarei e sorri a vendo com o rosto virado olhando pelas malditas parte de grades que tem na porta, claro que era uma abertura pequena já que eles não são tão loucos de dar liberdade aos que eles julgam como perigosos.

Peguei minha toalha e algumas roupas e fui até o banheiro, tirei minha roupa enchi a banheira e entrei sentindo o choque do meu corpo quente ao ter contato com a água fria, coloquei meus pés na borda e deitei minha cabeça no fundo olhando para o teto através da água.

As únicas vezes que me sentia vivo de verdade era quando estava perto da morte, mas não me deixo abalar.. Alguns minutos depois eu voltei para meu quarto vestindo apenas um short e  secando meu cabelo com a toalha, alguns dos meus fios negros cairam sobre meus olhos enquanto encarava o meu reflexo..

Vi as cicatrizes espalhadas em minhas costas, uma marca que eu sempre irei carregar para toda a vida. Algo que me faça sempre lembrar do passado, mas sem dúvida nenhuma cicatriz é pior do que a que fizeram em meu coração.

As horas passavam e eu odiava a hora em que tinha que sair do quarto, mas as piores eram quando todos estavam em suas "celas" e os choros começavam, eu me perguntava o porquê de ninguém conseguir fazer essa pessoa calar a boca.

"Eu odeio choros! " Pensei irritado.

Peguei o controle e liguei a TV, mas nada parecia chamar minha atenção, estava entediado, desliguei as luzes e a televisão. Senti que alguém me observava olhei para o lado e vi que novamente os mesmo olhos estavam ali, a luz do corredor estava fraca e piscando, ficava alguns segundos apagada antes de acender brevemente.

Quando tudo ficou escuro eu sei que ele não iria conseguir me ver, eu levantei calmamente e fui até a porta ficando de frente a ele e quando as luzes se acenderam ele se assustou. Eu o encarava de forma sombria.

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