Capítulo 11

35 9 22
                                    

- O que está fazendo aqui? Não ia ficar meses fora?

- Depois do que me falou noite passada, fiquei muito preocupado. O que está acontecendo com você?

- Eu não sei. – falo quase chorando.

   Leandro me conduz até a janela, pega uma taça para ele e se senta.

- O que exatamente eu te disse?

- Não lembra?

   Dou de ombros. Ele pega seu celular e me mostra a nossa chamada.

"- Meu Deus. Como pode fazer uma coisa dessas! Tem ideia de como me deixou? Porque não me responde a 3 dias? Coringa? Está aí? Eu estou extremamente preocupado. Está tudo bem? Por favor, fala alguma coisa. Qualquer coisa. Coringa, por favor me fala o que está acontecendo.

- Eu estou quebrada. Sinto que estou morta. Estou cansada de viver o que eu não quero para não ter que me preocupar com o que sinto ou devo fazer. Não quero mais me sentir uma sombra na minha própria vida. O que eu faço já não faz mais sentido. Eu não tenho motivos para viver. Eu quero sumir Leandro. Eu só quero sumir. "

- Eu não me lembro disso.

- Quando você desligou o telefone eu me senti horrível por não estar aqui com você. Pequei o primeiro voo de volta só para ver você, só para cuidar de você.

- Você deixou a sua família e suas obrigações só para me ver? Por que?

- Porque eu te amo e me importo muito com você. Não gosto de não saber seu nome. Não saber como te chamar é muito ruim. Não sei se você acha isso, mas para mim, o nome é algo muito importante de se ter. Ter uma identificação é uma coisa incrível. Mostra que você é único. Vou perguntar só mais uma vez, como você se chama?

- Se eu sou única, por que devo ter uma identificação? – o encaro enquanto tomo um gole de bebida - O Coringa é um termo quimbundo, que significa "matar". O palhaço, é considerado tudo ou nada, a alegria ou a tristeza, a sabedoria ou a ignorância. Pode ser qual quer coisa. Eu sou a tristeza. Eu sou a ignorância. Eu sou o nada. Eu me matei. – dou outro gole na bebida - "Às vezes a vida é dura. Você recebe choques e mais choques, e parece que querem derrubar o mundo sobre sua cabeça. Por isso, sempre sorria! Se tiver que morrer, morra sorrindo! Se tiver que matar, mate sorrindo! E sempre coloque um sorriso no rosto das outras pessoas. Nem que para isso, precise rasgar-lhes a face de orelha a orelha. " Eu tentei sorrir a minha vida toda, mas nunca foi real, mas agora, com você... eu choro de verdade. A dor que você me traz é mais forte das que eu senti a minha vida toda.

   Leandro se vira para ir embora, mas pego seu pulso e o detenho.

- Eu ainda não terminei. – ele se senta novamente - A dor que você me traz é mais forte das que eu senti a minha vida toda. E isso me faz feliz. Toda essa dor me faz querer ser alguém, me faz querer ter uma identificação. Me mostra que mesmo que eu tenha que sofrer, você estará lá para me levantar... e isso me deixa muito feliz. – não consigo conter minhas lagrimas.

- Coringa, - ele sorri – eu te amo mais que tudo no mundo, e a única coisa que quero é ficar do seu lado para sempre.

- Por que?

- Porque você é única! Você é tudo. Você é minha alegria. Você é minha sabedoria. Você me faz querer viver. Quando eu te vi pela primeira vez, eu sabia que você era tudo. Você é os sentimentos que todos precisa sentir. Você é a aventura que todos precisam viver. Você é o amor que todos precisam conquistar. Você é a loucura que todos precisam entender, amar e respeitar. Você é a pessoa de maior valor nesse universo, a única coisa que eu quero é que você entenda o quanto é especial e importante para mim.

   As palavras de Leandro me fazem desabar em lágrimas. Tudo que busquei durante minha vida encontrei nesse exato momento do lado dele. Pela primeira vez, me entrego de verdade para uma pessoa.

   Ele me beija com paixão. Ao tocar os lábios dele consigo sentir um suave gosto de bala de cereja, além do seu Azzaro Silver Black. Seu toque suave me faz arrepiar enquanto desabotoo sua camisa.

   Ele desliza suas mãos pelas minhas costas por baixo da minha blusa, pela minha cintura e pelas minhas coxas me carregando. Beijo seu pescoço enquanto ele caminha até meu quarto.

   Leandro me pouso suavemente na cama, desabotoo seu sinto e ele tira minha blusa. Ele me deita e começa a beijar meu corpo, me fazendo ofegar.

   Sinto meu short sendo aberto e descendo pelas minhas pernas. Me ajoelho na came e começo a beijar o tanquinho dele também tirando sua calça. Me viro de costas para ele enquanto o mesmo subia na cama. Sinto seus lábios em meu pescoço, assim como sinto suas mãos tirando meu sutiã.

   Pela primeira vez eu me sinto tranquila, eu me sinto amada. Ditada na cama, Leandro termina de tira nossas roupas. Sinto ele entrando em mim. Ele é delicado, cuidadoso e gentil. Nos beijamos, mas não consigo evitar e dou um gemido. Pela primeira vez eu sinto que estou sendo amada, e principalmente, que amo.

*

   Acordo no meio da noite envolvida pelos braços do meu amor. Não faço nada, apenas o observo. Seu rosto doce, suas bochechas coradas, seus lábios deliciosos. Não consigo deixar de pensar: ele fez muita coisa por mim e o que fiz por ele? Então me lembro de sua frase. ".... Não gosto de não saber seu nome. Não saber como te chamar é muito ruim.... Vou perguntar só mais uma vez, como você se chama? "

- Rebeka Bellini.

   E então, apenas fecho meus olhos com um sorriso, sabendo assim, que essas foram as minhas últimas palavras.

A CoringaOnde histórias criam vida. Descubra agora