𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐓𝐄

276 31 2
                                    

RICHARD

Ontem à noite, após o jantar, tive uma reunião com o Rei e alguns dos meus homens sobre a distribuição dos nobres por cada um dos vagões e como colocaríamos os seis assassinos para dentro sem que nenhum deles fizessem nada suspeito. Estaremos em céu aberto e se alguém do lado de fora desconfiar da identidade deles podemos ter um sério problema.

Estou posicionado em uma das plataformas do lado de fora do castelo, na saída que leva a estação de trem, com mais 3 dos meus homens. Decidimos que cada assassino será escoltado por 4 soldados para que caso algum deles pense em fazer alguma coisa tenha um guarda em cada ângulo a sua volta o impedindo.

Não sei exatamente quem eu e meu grupo vamos levar. Quando perguntei isso ao Rei ele deu de ombros como se não tivesse relevância, mas tem e muita. Talvez Vossa Majestade ache que com essas semanas dentro do castelo eles mudaram e ficaram mais parecidos conosco, mas eu tenho treinado com Tormenta e sei que isso não é bem verdade. Ela continua a mesma garota de quando chegou aqui. A única diferença é que agora nos conhece melhor. As vezes penso se nesses últimos tempos o que temos feito é mostrar cada vez mais nossas fraquezas a eles.

Vejo o sol começando a descer no horizonte e o som dos trens começa a ficar cada vez mais audível. Olho para o relógio em meu pulso. 6:00 da noite, sempre pontual.

O primeiro dos três trens para em frente a um grupo de pessoas. Avisto alguns nobres já embarcando, entre eles minha irmã e minha mãe. O vestido de Alejandra dança com o vento ao seu redor e seu cabelo forma uma longa cachoeira flamejante por suas costas.

Olho com mais atenção para elas e percebo seus ombros um pouco caídos. Sei que deve estar sendo difícil. Na última vez que fomos a Rider meu pai ainda estava com a gente. Lembro de como Alê ficava animada no trem quando ele contava histórias que tinha vivenciado no outro reino. Tiro esse pensamento da cabeça. Tenho que focar em não deixar que nada aconteça durante a viajem. Pensar no meu pai só dificultaria as coisas.

Russel Baine entra logo após elas seguido por sua esposa Catherine, seu filho mais velho John e as gêmeas Nadine e Hazel. Edith Hurst vem atras junta de seu único filho Samuel. Procuro em vão o marido de Edith, Aaron Hurst, em meio aos rostos das pessoas. Sei que sua doença não está melhorando, mas não imaginei que estivesse tão ruim assim. Pelo que as pessoas sabem Aaron não tem mais do que alguns meses de vida. Ele não é muito mais do que um corpo inerte na cama.

Charles Preston entra alguns minutos depois ao lado da esposa Rosalyn. Sua primogênita Valerie vem um pouco atras de mãos dadas com o pequeno David.

Olho para o relógio novamente, 6:30. Sei que a família real, os Riley e os Howell só chegarão as 7:00, mas já era para os assassinos estarem aqui ou pelo menos chegando. Tento olhar para as outras plataformas em busca de algum sinal dos 6 ou de algum dos outros soldados, mas estão todos longe demais. Começo a bater os pés impacientemente. Já pensando na desculpa que terei que dar para o Rei pelo atraso e na conversa que terei que ter com os soldados que foram encarregados de trazê-los.

Alguns instantes se passam até eu receber o recado sobre a chegada de um dos assassinos. Sam. Leio o relatório que fizeram e me forço a não rir.

-Senhor. – ouço Joseph, um dos meus mais novos recrutas, chamar bem atras de mim –É ela? – mesmo que não o esteja olhando sei pelo seu tom de voz que está espantando.

KATE

Eu sabia que os saltos incomodavam, mas não imaginava que seria isso. A cada passo sinto que vou cair ou no mínimo perder um dedo, então uso toda a minha concentração colocando um pé atrás do outro de cabeça erguida.

𝐓𝐨𝐫𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚 Onde histórias criam vida. Descubra agora