Em uma guerra não há vencedores. Nunca.
Todos, sem exceção, perdem algo ou alguém – muitas vezes até a si mesmos.
Infelizmente, Raquel só foi capaz de entender o real significado dessas palavras quando viu Marsella se aproximar com um pequeno bebê no colo sem nenhum sinal de Alicia por perto.
Uma semana atrás...
Sua mente está a mil por hora, cheia de perguntas sem respostas, mas naquele momento não são necessárias palavras ou explicações. A expressão no rosto do croata é suficiente para revelar mais do que ela gostaria de saber.
Alicia se foi.
— Não, por favor, não! — Raquel implora em voz alta.
Sérgio não deixa seu lado nem por um segundo. Embora ele não conheça todos os detalhes da história entre elas, ele sabe o quanto a mulher em seus braços se importa com Alicia e seu choro quebrantando não esconde tal fato.
— Eu sinto muito, Lisboa. — O croata se desculpa baixinho, como se estivesse envergonhado. — Não consegui chegar a tempo, eu- eu sinto muito.
Ao som dessas palavras, a ex-inspetora sente suas pernas cederem e o Professor a segura bem a tempo de evitar que ela caia no chão. Ele não sabe o que dizer nem o que fazer.
— ¡Dios! — Ela esconde o rosto entre as mãos. — A culpa é minha, a culpa é toda minha.
— Raquel, não. — O Professor é rápido em corrigi-la. — A culpa não é-
— Eu disse que ela podia confiar em mim, Sérgio. Ela confiou em mim! Ela confiou em mim! — Murillo sussurra entre soluços, completamente desolada.
Nesse instante, a menininha desperta de seu sono e começa a ficar agitada. O Professor e Raquel observam como Marsella tenta acalmá-la, mas o homem parece mais nervoso do que a criança em seus braços.
— ¡Dios! — Murillo volta a chorar.
Ela se culpa por não ter feito escolhas diferentes, por não ter pensado em um plano menos arriscado e, apesar da insistência de Sérgio em afirmar que nada disso era sua culpa, ela sabe, no fundo ela sabe que carregará esse arrependimento consigo para sempre.
Um improviso.
Alicia havia sido um improviso – o maior de todos – e o Professor sempre havia deixado claro que em um plano perfeito não poderia haver improvisos.
— Ela está faminta. — O croata comenta ansioso. Vê-la em tamanho desespero e não ser capaz de consolá-la é de partir o coração.
— Dámela.
Assim que Raquel a recebe em seus braços e seus olhos, finalmente, vislumbram cada detalhe da pequena, um sorriso triste invade suas feições.
— Shh- Shh- Hola, Melissa.
Ela é linda, simplesmente linda.
A recém-nascida era a mistura perfeita de seus pais. Os olhos esverdeados e curiosos, a boquinha... era como se pudesse ver Germán bem ali na sua frente enquanto todo o resto – o narizinho, o tom de pele, o cabelo alaranjado, tudo – gritava Alicia aos quatro ventos.
De repente, o colar no pescoço da menina chama sua atenção e ela o reconhece imediatamente. Ela recorda como se fosse ontem o dia em que Alicia havia chegado no trabalho toda feliz lhe mostrando o presente que havia ganhado de Germán na noite anterior.
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A escolha
Fanfiction"Porque no era una hija de puta, pero ahora sí lo soy." As palavras de Alicia Sierra escondiam um grande segredo que estava prestes a vir à tona. Qual seria a verdadeira motivação por trás de cada uma das ações da inspetora? Uma fanfic interativa on...