No entanto, a discussão é interrompida quando um barulho ecoa por todo o esconderijo e os dois percebem assustados que a origem do ruído está logo atrás da inspetora.
Alicia se vira em direção ao som bem a tempo de desviar do que seria, sem sombra de dúvidas, um golpe certeiro em sua cabeça.
No entanto, ela mal consegue registrar a presença do homem diante dela, pois no instante seguinte ele avança em sua direção para retirar o canivete de suas mãos enquanto ela tenta em vão alcançar a arma que havia deixado em cima da mesa.
O problema é que ele é mais forte do que ela e mais rápido também, principalmente levando em consideração seu estado atual.
Por isso, quando ela se dá conta, os braços dele já estão rodeando seu corpo, envolvendo-a em uma tentativa quase violenta de imobilizá-la, e seu organismo reage liberando ondas impetuosas de epinefrina em sua corrente sanguínea, obrigando-a a lutar contra ele.
E assim ela o faz.
Caramba, como ela luta!
— Com cuidado, Marsella, ela está grávida! — Sérgio alerta.
O homem consegue derrubar o canivete das mãos da inspetora e a arma que ele segura também vai ao chão, mas ainda assim ela continua lutando como pode, acertando cotoveladas aqui e acolá, arranhando seu rosto e suas mãos na tentativa de fazê-lo soltá-la, mas nada parece adiantar.
A cena toda é um completo caos.
— Alicia, para com isso! — O Professor grita, debatendo-se contra suas algemas.
— Para de se mexer, inspetora, você só está se machucando! — Marsella esbraveja em seu ouvido.
Mas ela não cede, não poderia parar de lutar nem se quisesse, porque ela não foi feita para fugir de um combate. Por isso, Alicia continua conferindo golpe após golpe contra o croata, que os recebe cada vez mais irritado com a força e persistência da mulher.
Até que, finalmente, ele consegue prendê-la em uma chave de pescoço e, em questão de segundos, sua visão começa a ficar embaçada. É nesse momento que o Professor observa assustado como uma enorme poça de líquido se forma no chão aos pés dos dois, mas, em meio à confusão instaurada, nenhum deles parece perceber o que acaba de acontecer.
— Marsella! — O Professor grita novamente.
Quando os movimentos de Alicia já estão ficando descoordenados e confusos e é nítido que ela está prestes a perder a consciência, uma outra voz ecoa pelo ambiente, surpreendendo a todos.
— Solta ela! Solta ela agora mesmo!
Espantado demais para reagir, o croata demora alguns instantes até entender exatamente o que está acontecendo, o que só ocorre quando ele sente o cano de uma arma sendo pressionado contra sua nuca ao mesmo tempo em que esta é engatilhada.
— Solta ela, Marsella, é a minha irmã. Solta!
Ele a obedece e Alicia cai no chão sem nenhum cuidado, completamente desorientada e em busca de ar. Sem pensar duas vezes, Tatiana se aproxima correndo e se ajoelha ao seu lado.
— Ali! — Ela tenta acalmar a irmã, buscando tocá-la em sinal de conforto.
Ainda muito confusa, Alicia se afasta do contato assustada, como se tivesse sido queimada, mas assim que sua visão fica menos embaçada e seus olhos recaem sobre a figura da outra mulher ela sente seu mundo começar a girar rápido demais. A única coisa que Sierra consegue fazer antes de perder a consciência é sussurrar o nome da irmã.
— Ei! — Tatiana a chama preocupada, dando leves palmadas em seu rosto. — Ali, acorda!
Enquanto isso, Marsella procura a chave das algemas no casaco da inspetora e corre até o Professor, finalmente libertando-o e verificando seus ferimentos.
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A escolha
Fanfiction"Porque no era una hija de puta, pero ahora sí lo soy." As palavras de Alicia Sierra escondiam um grande segredo que estava prestes a vir à tona. Qual seria a verdadeira motivação por trás de cada uma das ações da inspetora? Uma fanfic interativa on...