11

211 18 4
                                    

𝑺/𝒏 𝑩𝒐𝒏𝒉𝒆𝒖𝒓

O encontro foi perfeito.

Noah me levou para Beaver Lake, onde os canadenses de Montreal vão patinar no gelo quando neva. Neste dia havia pessoas curtindo com suas famílias ou deslizando sozinhas pelo gelo.

Consigo patinar, mas não no gelo. Eu acabei escorregando várias vezes, mas enquanto patinávamos Noah me instruía.

Certa hora ele disse que mesmo não sabendo muito bem, eu era linda patinando.

Quando cansamos, Noah devolveu os patins que alugamos e me levou à uma lanchonete. Eu pedi um smoothie de blueberry e ele um hambúrguer. Nós dividimos as fritas.

Conversamos sobre a escola, objetivos e nossas famílias. Noah tem uma irmã mais velha que está cursando fotografia na Royal College of Art — que fica em Londres — e outro irmão mais velho que mora em Ottawa; é um contador. Seus pais se chamam Wendy e Marco.

Noah também disse que quer trabalhar como neurocirurgião na mesma cidade que o irmão mora.

Eu o contei sobre minha família francesa; sobre minha avó paterna, Annabel, que me educou junto com meu pai em Paris. Depois que ela morreu meu pai, Thomas, pegou a herança que minha avó havia deixado e viemos para o Canadá; começar uma nova vida. Ele acabou conhecendo Helena, minha madrasta e agora levo a vida que tenho.

Estou na arquibancada da escola esperando Beauchamp terminar o treino de rugby para estudarmos, e eu ter uma chance de contar sobre ontem. Enquanto não acaba, observo Noah que está treinando também.

Ele me pega o observando e meu primeiro instinto é desviar o olhar, mas mudo de ideia quando ele acena sorridente para mim. Faço o mesmo em resposta.

Disputa de posse, recuperação de bola e contra-ataque. Esses foram os últimos exercícios de treinamento que os meninos fizeram; chamo Josh acenando com minha mão esquerda e ele vem correndo até mim.

— O quê?

Puxo seu braço mas logo me arrependo quando vejo que seu membro está suado; Josh riu. Agarro sua mão e o puxo para o banco ao lado do meu.

— Nós vamos estudar. Agora — ele fez uma feição reclamona, eu ignorei. — As provas finais estão chegando. Você quer ou não quer participar do campeonato?

Beauchamp murmurou um "sim" e eu peguei o livro de francês, dando início ao estudo.

Não demorou muito para Josh começar a fazer os exercícios. Eu estava mexendo no celular, esperando o canadense acabar a lição mas o largo quando vejo Sabina se aproximando.

— Finalmente achei você. Rodei a escola inteira te procurando, porra.

Ela se joga na arquibancada ao meu lado e cumprimenta Beauchamp. Começamos a conversar enquanto ele não terminava.

— Mas, ei, me diga como foi ontem com o Noah. Vocês se beijaram?

Ela perguntou animada, e com um certo ar malicioso. Ouço Josh bufar.

— Foi ótimo. Urrea me levou pra patinar no gelo, e depois fomos para uma lanchonete...

Comecei a contar animada, Sabina estava ouvindo atenta e quase sempre me interrompia para comentar certos momentos. Mas Josh interfere.

— S/n, você pode conversar sobre isso depois? Eu 'tô tentando terminar isso aqui.

Um pouco sem graça, concordei. Sabina e eu nos entreolhamos e mudamos de assunto.

Minutos depois, ela foi embora e Josh terminou seu dever. Ele vêm melhorando muito nesses últimos meses; antes ele não conseguia formar uma frase em francês, tampouco pronunciar.

Love LessonsOnde histórias criam vida. Descubra agora