𝙽𝚘𝚜𝚜𝚘 𝚖𝚘𝚖𝚎𝚗𝚝𝚘...

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09:30 da manhã
Base Ordo Realitas
1 mês após o ocorrido
Da casa endiabrada

Joui Jouki POV's

A culpa sempre me rodeia...Perdi muitos no meu caminhar, sendo que deveria ter sido eu no lugar deles. Ser o que sobreviveu é muito difícil, pois nem sempre você sabe seguir sua jornada novamente, nem sempre você se firma no chão e continua o caminho que estava traçando, nem sempre te resta forças pra pelo menos conseguir ir de passo em passo calmamente, nem sempre uma luz brilha pra você te mostrando qual caminho prosseguir, nem sempre você se levanta de novo depois que cai...

Perdi meus amigos, meus mentores e pilares, centenas de inocentes morreram queimando em agonia por terem se tornado um só com aquele maldito parasita, perdi minha mãe sem poder fazer nada enquanto ela era morta pela minha espada, perdi meu companheiro de equipe por não sabe o que fazer no momento e perdi minha aprendiz...Tudo isso foi culpa minha...

Já se passou um mês das três perdas da casa endiabrada, quase ninguém ainda se recuperou do lugar traumático. Dante está mais isolado e aéreo que nunca, Kaiser fica mais quieto e se limitou de ir em missões, Fernando tentando constantemente ajudar Erin mas também estando abalado não tem total êxito no objetivo e Erin....

Ela tinha um brilho que conseguia iluminar das mais densas escuridões que haviam, mas eu vi seu brilho se apagando lentamente com o tempo...Sempre sendo um solzinho tão radiante, agora sempre tão sem cor e sem vida. Me culpo todo dia por ver ela ter visto o que viu; ela não merecia, ela não precisava de tanta dor e sofrimento, até do próprio sorriso ela teme....

Ela agora age de maneira diferente, como se fosse desconfortável ver o riso dos outros, ouço sua voz chorosa do banheiro tentando controlar os soluços após os dragões metálicos chegarem esbaforidos e rindo alto.

Não sei o que acontece com ela, mas me dói tão profundamente ver ela assim, tudo está sendo tão difícil e desesperador a cada dia que se passa, quase nem se dá pra respirar direito que já temos que enfrentar mais coisas que são direcionadas a nós, a exaustão nos domina constantemente pela falta de cuidado que agora temos com nós mesmos.

Isso já tá saindo do controle, não dá pra aguentar mais, está  sobrecarregando a todos, não somos robôs nem feitos de cobre, estamos na ordem para sacrificar nossas vidas para proteger o mundo do mal que os ocultistas proporcionam a nossa realidade. Mas se não estamos bem, como faremos tudo com êxito?

O ódio toma conta de mim, não tem como explicar o quanto eu abomino cada um deles, eu já jurei que vou matar um por um e assim será. Pelos que se foram e pelo que estão aqui.

Perdido nos meus pensamentos obscuros, fui trazido de volta a realidade com um chamar do meu nome. Não sei de onde vem a voz, mas eu a reconheço, assim que olho pra trás, vejo a silhueta de uma mulher ruiva de olheiras profundas mas que não perde seu charme natural.

A observo por alguns segundos ainda tentando processar algumas coisas que se passavam na minha mente finalmente atendendo o seu chamado.

Joui? Tem um tempo livre? - seu tom doce e tristinho mexem com meu pobre coração de menino, não poderia negar algo a ela, então ajeitei a postura já me pronunciando. -

Erin? Annh, acho que sim, o Veríssimo não me mandou em nenhuma missão até agora. Precisa de algo? - deixo bem clara minha preocupação com a moça a minha frente, sua expressão era distante e monótona, me dando certa aflição por não poder fazer nada no momento para deixar seu humor um pouco mais pra cima. -

 𝕋𝕙𝕖 𝕝𝕠𝕧𝕖 𝕚𝕤...𝕂𝕒𝕓𝕠𝕠𝕞? ☢︎︎⚠︎💥 (𝙾𝚗𝚎-𝚜𝚑𝚘𝚝𝚜 𝙹𝚘𝚞𝚛𝚒𝚗)Onde histórias criam vida. Descubra agora