Atrás da Felicidade, por Hézǎo [PT-BR]

1 一 拘禁, Detenção

Era de manhã no Pavilhão Shengmei.

Depois de se mexer na cama a noite toda, não muito depois de adormecer, Shu Huan foi acordada pelo empurrão de alguém.

Ela abriu os olhos em confusão e viu a empregada Qiaoyun parada na frente da cama. A criada Qiaoyun disse a ela: — Segunda jovem mestre, perdoe minha ofensa!

Antes que pudesse reagir, dois servos avançaram. Com um à direita e outro à esquerda, ela foi retirada da sala.

Ela não conseguiu evitar o pânico: — O que você está fazendo?

Qiaoyun liderou o caminho indo na frente. Ela não se virou. — A anciã disse para mudar para um lugar mais adequado para uma segunda jovem mestre, para evitar que você cometa suicídio a cada dois dias.

O chamado lugar adequado era uma pequena sala dentro do Pavilhão de Flores de Ameixa. Havia apenas quatro paredes, e nem sequer um móvel dentro da sala. Tão vazio que nem havia cama, apenas uma pilha de palhas secas no chão. Parecia um lugar onde as pessoas costumavam se sentar.

Como era esse um lugar onde as pessoas residiam? Obviamente, isso era detenção.

Shu Huan foi empurrada para a pilha de palha. Antes que ela pudesse se levantar, ouviu a porta sendo batida. Não apenas a porta estava fechada, mas ela podia ouvir o som dela sendo trancada.

Parecia que eles estavam decididos a prendê-la. Então, não adiantaria gritar ou bater na porta e ela não desperdiçaria sua energia. Apenas se sentou abraçando os joelhos e apoiou o queixo nos joelhos. De repente, sentiu seus olhos arderem e teve vontade de chorar.

Ela já estava infeliz por ter inexplicavelmente viajado no tempo.

E, a dona original deste corpo teve que cometer suicídio enforcando-se, fazendo-a ficar de cama por dois dias, sendo forçada a beber um remédio muito amargo desde o momento em que viajou no tempo até ali. Ela nem mesmo teve tempo para pensar sobre o que fazer a seguir antes de chegar ao ponto de ser detida neste lugar. Parecia que essa bagunça deixada pela proprietária original era mais problemática do que ela pensava.

Uma experiência anormal, dor física e tortura mental...

Sob tanta pressão, Shu Huan não aguentou mais e adormeceu novamente.

Mesmo em seu sono, seu interior ainda estava emaranhado. Então, ela acordava, mas logo voltava a dormir. Não sabia quantas vezes recobrou a consciência e desmaiou. Também não sabia quanto tempo havia passado. Quando realmente acordou, ela percebeu isso e se acalmou.

Valorize a vida e fique segura.

Afinal, um escorpião não tem medo de ser mordido. Se alguém já nascesse azarado, já estaria acostumado.

Ela se levantou e separou a pilha de palha para que pudesse se sentar e dormir com mais conforto. De repente, ouviu a porta sendo destrancada. Ela se virou e viu a empregada Huiyun entrar segurando uma bandeja vermelha. Atrás dela estava o pôr do Sol.

Era quase de noite; não era de se admirar que o quarto estivesse tão escuro.

Quando Huiyun se agachou e colocou a bandeja vermelha no chão, ela viu a comida que era enviada pela manhã e ao meio-dia. Eles não foram tocados. Ela não pôde deixar de franzir a testa com preocupação, — Segunda jovem mestre, não importa quantas mágoas e quão triste você esteja, você deve comer.

— Comer! Claro, vou comer!

Antes, o quarto estava muito escuro, então Shu Huan não notava aquelas refeições. Agora, ela já estava com muita fome. Ela estendeu a mão e pegou um pãozinho chinês trançado no vapor da bandeja, colocou-o na boca e começou a mastigar.