Eu com certeza iria enfartar a qualquer instante.
Meu coração estava tão acelerado que eu podia sentir todo o meu corpo tremer. Parecia que meu sangue havia sido substituído por água gelada que agora rondava por dentro das minhas veias, minha garganta estava seca, assim como meus lábios e eu parecia estar com falta de ar. Era assim que as pessoas prestes a ter um a ter um ataque cardíaco se sentiam? Eu podia jurar que sim.
Tive que pilotar minha Honda PCX 150 com mais cuidado do que normalmente eu fazia para não cometer nenhum acidente. Homens bonitos não pediam meu número. Homens altos, fortes, morenos, com sorrisos brilhantes e lindos olhos castanhos não me convidavam para almoçar ou para tomar café, aliás, eu nem gostava de café, pelo amor de Deus! Na verdade, vamos ser sinceras né? HOMENS não me pediam número de celular, não me convidavam para sair nem nada. Os únicos homens que falava comigo sem ser no âmbito profissional eram meu pai, vovô Antônio e meu tio Olavo. E ok, vez ou outra o porteiro e Clovis, o faxineiro do Centro. E fim.
Por que Mathias além de falar comigo, pediria meu número e me convidaria para sair? Será que queria tirar sarro de mim? Jesus! Estremeci lembrando os traumas na época da escola e engoli em seco.
— Ok Helena, não criemos pânico. – sussurrei para mim mesma, estacionando em frente à casa da minha tia Marta. – Ele provavelmente só quis ser gentil. Com certeza não vai falar com você, não cria expectativa e esquece isso! – ordenei ao meu cérebro e para o errático coração também, enquanto tirava o capacete e descia da moto.
Minha mãe e minha irmã haviam ido para o centro da cidade e não puderam pegar Lara na escola, papai já havia viajado para o Rio de Janeiro onde ficaria embarcado na plataforma de petróleo e gás durante as próximas semanas, então tia Marta que morava no mesmo quarteirão da escolinha da minha sobrinha, a pegara.
— Heleninha! – ela me abraçou quando abriu a porta. – Larinha está assistindo televisão, já almoçou e tomou um banho também, hoje está tão quente não é minha filha? – me encarou e sorriu. – Vamos, vamos, entre!
— Está quente sim, tia. Sua benção?
— Deus te abençoe meu anjo. – fechou a porta. – Vai querer almoçar? Tem feijãozinho preto e arrozinho refogado, tudo novinho e o bife acebolado que você ama. Está uma delícia!
Tia Marta tinha mania de dizer algumas coisas no diminutivo e também de falar pelos cotovelos. Minha mãe sempre brincava que ela havia tomado água de chocalho quando nasceu.
— Vou querer comer sim, tia. – aceitei, porque a comida de tia Marta era simplesmente divina.
— Dindinha! – Lara levantou-se do chão vestindo apenas uma calcinha de algodão cor de rosa e com os cabelos loirinhos ainda molhados, correu para me abraçar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Todas as Batidas do Coração (DUOLOGIA CORAÇÃO - LIVRO 1)
RomansaDUOLOGIA CORAÇÃO - LIVRO 1 Ela é grande. De coração, alma, doçura e manequim. Ele nunca se importou com padrões. Ela é farmacêutica bioquímica, tem dois empregos e ama o que faz. Ele é médico oncologista e hematologista, um dos donos de um Centro...