Capítulo 1 - Visita indesejada

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Há dias eu vivia sobre a nuvem do dossiê e a leucemia de Yussuf sobre a minha cabeça. Não sabia o que era mentira ou o que era verdade sobre mulher que tanto confiei. Entre ela ser uma pessoa como aquela mulher que me abandonou e a pessoa que não teme dar-me a mão nos meus piores momentos e me por de pé, eu me encontro desnorteado.

Eu esqueci a carteira no quarto, e antes do café da manhã retornei para buscar. Quando estava saindo ouvi os passos dela, com seu cheiro de baunilha e tamanha elegância e beleza com o seu vestido vinho, a única coisa que eu pensava era que eu não queria ver os expressivos olhos verdes dela que me faziam querer fugir de toda a confusão em que eu me encontrava e abraça-la.

Até que eu escutei o Cengar entrando na antessala e anunciando para ela que aquele maldito sopeiro estava aqui e insistia muito em vê-la. Eu paralisei próximo da porta fechada do quarto, e esperei a reação dela.

Ela respirou profundamente e com a voz contida disse: "O senhor poderia trazê-lo até aqui, Cengar Abe?", quando Cengar abriu a porta para sair ela o chamou, e disse que não precisava trazer café porque a conversa não se estenderia.

Eu me enchi de fúria, como ela teria coragem de acolher aquele homem aqui, no nosso quarto? Mas, resolvi esperar a conversa deixando uma fresta da porta aberta para escutar melhor, afinal eu precisava de provas para tirar Yussuf dela e nunca mais vê-la. Afinal, quem precisa dela?

*

Eu estava no escritório do meu marido, fui buscar minha bolsa no quarto para após o café convida-lo para levarmos Yussuf para ver o mar. Eu estava confiante que não perderíamos o meu bebê, mas ao mesmo tempo eu precisava de um lugar tranquilo para colocar as ideias em ordem.

Em poucos dias eu passei pelos dias felizes ao lado do homem que eu amo, e depois dele se tornar meu pior inimigo, tentei buscar meios para que eu pudesse reconstruir minha vida ao lado do meu legado, pois, os respingos do ódio do seu tio por mim estava o atingindo e o ferindo também. Eu precisava de um lugar sadio para que Yussuf crescesse feliz. Até que a bomba da doença dele estourou diante dos meus olhos, e eu vi o gigante ruir aos meus pés como pó.

E mesmo que eu estivesse com muita raiva, eu precisei relembrar que Yussuf nunca estaria completo sem a minha presença e a do tio na vida dele. Tio este, que estava desmoronado. Eu precisei guardar a minha raiva e estender a mão para aquele homem que eu jurei nunca mais decidir amar. E não sendo suficiente, Selim tem tornado minha vida cada vez mais difícil, ele se desfez da minha amizade e ainda acha que eu tenho escuta-lo.

Quando o Sr. Cengar disse que ele estava lá embaixo resolvi por um ponto final em qualquer contato com ele, o tapa não deve ter sido suficiente para ele entender que eu o queria longe, então resolvi escuta-lo num lugar onde Zuhal não fique espionando atrás da porta.

Apoiei-me na secretária, e esperei até que Selim entrasse.

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