Capítulo 8

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Nós dois começamos a rir e dissemos juntos: "Muito cedo ainda." O beijo ainda não.

"Mas então, vamos ler os livros que eu peguei na biblioteca?" Eu sugeri.

"Por mim tudo bem, Lo. Obrigada mais uma vez por estar aqui." Ele disse agradecendo com os olhos brilhando.

"Estarei com você sempre que precisar, Levi." Eu sorri e começamos a ler.

Passamos o resto do horário de visita, rindo, lendo, ouvindo música e cantando. Ele era maravilhoso, por dentro e por fora.

Com o passar dos dias, nos tornamos muito próximos, eu pegava as lições de casa pra ele e o ajudava a fazer. A cada dia eu gostava mais da pessoa que ele era e da pessoa que eu era quando perto dele. Eu era mais feliz, mais positiva, uma pessoa melhor.

Ele tinha quebrado as duas pernas e isso era muito difícil pra ele, por causa da dor e da debilitação que isso causava. Eu ia lá todos os dias. Meus pais foram uma vez visitá-lo e amaram o Levi. As minhas irmãs se apaixonaram por ele, falavam dele o dia inteiro. Umas fofas!

Hoje eu não iria vê-lo, tinha quatro trabalhos pra fazer da escola e duas músicas pra estudar, que o professor substituto de violão, tinha passado.

O dia demorou muito pra passar. A escola foi uma eternidade. Em casa, seis horas fazendo os trabalhos e de noite estudei as músicas. A minha vida sem o Levi já não tinha tanta graça. Eu precisava vê-lo, mas já estava tarde demais pra ir no hospital.

Eu tive que engolir a vontade desesperadora de ir vê-lo e fui dormir, tentar dormir na verdade.

Quando eu finalmente peguei no sono, meu celular tremeu embaixo do travesseiro. Mensagem do Levi: "Lo, saí do hospital hoje(voltei de táxi :/) e amanhã eu vou ter a primeira fisioterapia. To muito animado! Já que você se tornou a pessoa mais importante daqui pra mim, você não gostaria de vir? Com amor, L."

Fiquei tão feliz em ler aquilo mas eu estava cansada demais pra responder, meus olhos estavam pesados, então resolvi responder só no dia seguinte.

No outro dia, acordei, respondi o Levi dizendo o seguinte: "Saiu? Que demais! Fico feliz por você. Eu quero ir sim. Que horas?" Depois disso, tomei café com a minha família. Fiquei um pouco com a Ana e a Manu, antes de irmos para a escola.

Quando eu estava saindo de casa, o Levi me respondeu: "Lo, será que pode me pegar? Porque não tenho condições ainda. To abusando muito? Risos.

Então, às 14hrs, pode ser? Agora boa aula, beijo."

"Não está abusando não, Levi. Te pego às 14hrs então. Agora, aula de química, oh pesadelo. Risos. Beijo." Respondi.

Levi me ligou no intervalo e me contou como estava o dia dele. Ele parecia bem melhor, porque até a voz dele mudou, só de ter saído do hospital. E eu sentia falta dele. Estava muito feliz em poder ir com ele na fisioterapia.

No fim das aulas, fui pra casa, fiz o  almoço pra mim e pras meninas, deixei elas na casa de uma amiguinha e fui pegar o Levi na casa dele.

Quando cheguei lá, buzinei e ele saiu na porta apontando pra cadeira de rodas. Ele tinha tirado o gesso fazia uns dias, estava só com as botinhas, o que o deixava tomar banho sozinho, sem ajuda de enfermeiros, etc.  Pensei "tadinho" até olhar pro rosto dele. Até olhar pros olhos mel dele. Até olhar para aquele corpo dourado e mesmo machucado, lindíssimo. Me forcei a sair do carro e parar de encará-lo, para o ajudar a chegar onde eu estava.  Eu não sei como, mas ele conseguiu entrar e se sentar. Eu coloquei a cadeira no porta-malas. Entrei no carro e o ajudei a se sentar direitinho. Colocamos o cinto e seguimos pra clínica de fisioterapia, onde ele faria a primeira sessão.

Levi&LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora