Capítulo 17

53 3 1
                                    

Depois daqueles péssimos sentimentos sobre o tal "chá", recebi uma mensagem da Sarah,  dizendo que teria um compromisso e sugeriu sobre o próximo dia. Graças a Deus!
Eu, Levi e Ana fomos ver a Manu e depois comprar as comidas e os enfeites para a festa de boas vindas dela. Compramos algumas toalhas de mesa violeta e cheia de florzinhas, copos e pratos de plástico e combinei com a Ana que faríamos um cartaz bem grande de boas vindas. Ela, como é toda artista, assim como eu, adorou a ideia.
Demoramos um bom tempo na loja onde compramos as coisas e a Ana queria comprar tudo que via para a Manu. Levi teve que ficar dizendo que o nosso foco agora era a toalha perfeita e blablabla.
Quando estávamos chegando na nossa rua, depois de deixar Levi em casa, eu vi na esquina uma silhueta conhecida, um cabelo comprido, liso e preto que eu conhecia desde que nasci e ao chegar mais perto, vi aquele sorriso lindo, da minha tia  Lilian, irmã mais nova da minha mãe, que era linda como ela, tirando que os olhos azuis da minha mãe eram bem maiores, assim como os das minhas irmãs.
Assim que ela me viu, chegou perto do carro e disse: "Oi,Lorena!" Olhou pra cadeirinha atrás de mim e disse: "Oi Aninha!" Dissemos oi e saímos do carro.
"Já faz um tempo que você não vem, tia." Eu disse, olhando para aqueles grandes olhos.
Entramos em casa e finalmente ela respondeu: "Eu sei, Lo. Mas a minha vida estava uma bagunça. Desde que o Fábio se foi, as coisas têm sido difíceis." Eu podia sentir a sua dor nos seus olhos ainda. Ela havia casado fazia cinco anos, quando um acidente de moto, o levou. Minha tia tinha ficado tão arrasada, que passou com milhares de psicólogos, até conseguir se firmar novamente. Isso já faz dois anos desde que ela se mudou para o interior tentando recomeçar.
Eu a abracei e disse: "Eu sei tia, e estamos felizes que esteja por perto novamente, não só fisicamente, mas a nossa Lilian está voltando aos poucos."
Ela sorriu e sentamos no sofá. "Fiquei sabendo do seu namorado, como ele chama? Ele é legal? É bonito? Trabalha?" Ela perguntou e ficou me encarando sorrindo.
"Ah tia, é verdade. Ele se chama Levi. E sim, ele trabalha. Ele dá aula de violão naquele curso que eu faço, lembra? E sim, ele é lindo demais e super legal. Um príncipe encantado. Amanhã de manhã ele vem aqui te conhecer, o que você acha?" Eu disse, sorrindo.
"Eu super topo. Mas agora vou dormir, ok? A viagem acabou comigo. Seu pai já chegou e pelo jeito, já foi fazer a Ana dormir. Então, boa noite minha linda. Obrigada por estar aqui. Te amo!" Ela me deu um beijo na testa e saiu.
Graças a Deus, eu podia ir dormir. Não por nada, eu amava minha tia, mas o dia tinha sido muito puxado e incrível, graças ao Levi, meu amor.
Antes de dormir, eu tive que mandar uma mensagem pra ele, agradecendo pela noite e por toda a ajuda com a Ana. Eu não poderia não amar aquele lindo menino.
Naquela noite eu tinha dormido mal, tinha sonhado com o Levi entrando num ônibus e se despedindo de mim. O sonho seguinte, foi uma escuridão e apenas a voz do Levi tinha algum sentido. Ela dizia "Eu sinto muito. Tenho que ir. Adeus." Essa frase era repetida e parecia gravada num celular de péssima qualidade. O pior de ouvir essas palavras, era a escuridão e a falta que o rosto dele, o sorriso, os braços fortes e o meu lindo Levi faziam dentro daquela escuridão. Eu só chorava dentro sonhos e quando acordei, só chorava também. E fiquei buscando o celular pra poder ligar pro Levi. Quando finalmente o encontrei, liguei.
"Alô?" Ele atendeu com uma voz de sono que fez meu coração disparar.
"Lorena? Lo? O que houve? Me responde!" Ele ficou me chamando, mas eu só chorava.
"Levi...vem pra cá, por favor." Foram as únicas palavras que conseguiram sair da minha boca.
"Eu estou indo, amor. Se acalma. Já estou chegando." Ele falava e eu podia sentir que ele estava se trocando pela forma que sua respiração estava cortada.
"Vou desligar pra poder dirigir mas daqui há quinze minutos eu chego. Te amo, beijo." Ele se despediu e desligou.
Ele se despediu no telefone, não como no sonho mas nem isso me fez parar de chorar.
Depois de quinze minutos esperando na sala o som do carro dele ou sua voz, ele chegou e bateu na porta.
Eu abri e pulei em cima dele. Chorei e senti o cheiro dele. Apertei, beijei e chorei mais um pouco. Levi apenas respondia aos meus movimentos e dizia que estava tudo bem. Quando estava me acalmando percebi quão tonta eu havia sido.
"Perdão te fazer sair de casa esse horário, Levi. Foi apenas um sonho e eu atrapalhei sua vida por isso. Perdão!" Eu disse enxugando as lágrimas e puxando ele pra dentro.
"Nunca, nem por um segundo de sua existência, pense que você me atrapalha. Nunca!" Ele disse num tom que me acalmou e me fez acreditar naquelas palavras.
"Obrigada por vir. Eu...eu nem sei o que dizer."
"Não precisa agradecer ou se desculpar. Sou seu namorado. Você é a coisa mais importante do mundo pra mim. Você é minha família, lembra? E eu sempre estarei ao seu lado." Ele disse sorrindo e me abraçou.
Aquele abraço me fez acalmar os nervos e respirar corretamente. Apesar do meu coração ainda estar acelerado, mas mais por causa do Levi do que de resto.
"Você vai ficar bem sozinha? Porque preciso voltar pra casa. Se precisar que eu fique, eu fico." Ele disse me olhando profundamente nos olhos, enxergando minha alma mais uma vez.
"Pode ir. Vou ficar bem. Eu te amo, Levi." Eu disse e o beijei de leve.
"Eu te amo, Lorena. Te amo mais do que um céu estrelado ou uma música perfeita no pôr do sol na praia." Ele disse sorrindo, me beijou. Nos olhamos profundamente e depois ele foi embora.
Ele foi embora e deixou pra trás, a menina mais feliz do mundo. Ele foi embora sorrindo e não sofrendo como nos sonhos. Isso me fez perceber que não importava o que acontecesse, Levi e eu sempre nos amaríamos. Ele sempre estaria comigo. E eu? Eu amaria aquele garoto, até o fim dos meus dias. 

Levi&LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora