Capítulo 6

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Quando abri a porta, encontrei o Levi descansando. Ele tinha quebrado as duas pernas. Tadinho. Dormindo igual um anjo agora e nem parecia sentir tanta dor, quanto eu sabia que estava.

Fui entrando na pontinha dos pés e quando fui sentar na poltrona pra esperar ele acordar, ele segura minha mão e e diz: "Oi Lo, que bom que está aqui!" Disse e sorriu.

Meu coração se derreteu quando ele me chamou de "Lo" e sorriu. Eu fiquei feliz por estar com ele nesse momento difícil. Já tinha ficado internada e sabia quão difícil era.

"Oi, como está se sentindo?" Eu disse, sorrindo.

"Melhor porque você está aqui e porque tomei o remédio." Ele disse brincando.

Nós dois rimos.

"Como você é besta!" Eu disse rindo.

"Já fiz minha parte. Você tava aí toda preocupada e parecia aliviada em ver que estava vivo. Tinha que te fazer sorrir." Ele disse sorrindo. Sorri e corei.

Ele quer me matar né? Só pode!

"Valeu! Agora é a minha vez." Eu disse.

"Pode começar, mas dessa vez, vê se não bate a testa em lugar nenhum, hein?" Ele disse rindo bastante, lembrando do ocorrido. Eu ri também.

"Pode deixar. Mas então..." sentei no canto da cama e só aí percebi que ele ainda segurava a minha mão. Corei de novo.

"Então...?" Ele disse, me lembrando do resto da minha frase incompleta.

"Como você se machucou, menino? Fiquei preocupada ontem em não te ver na escola, mas achei que estava tudo bem. Tabom, uma parte de mim achava que estava com problemas, mas achei que fosse só porque sou meio pessimista." Sorriso tímido escapando, pronto, saiu de novo.

"Ah, mesmo? Que linda você!" Fiquei com as bochechas de cor de maçã da Branca de Neve.

"Mas então, eu tava distraído pensando, cantando e nem percebi quando o carro chegou. Ele estava em alta velocidade e eu lento demais no meio da rua." Ele contou.

"Entendi. E as pernas? Estão doendo?" Eu perguntei.

"Você não faz ideia. A pior parte é não conseguir andar e nem tocar violão. Sinto falta do violão." Ele disse com um sorriso triste. Seus olhos estavam tristes. E isso doeu, muito!

"Tive uma ideia!" Eu disse, levantando o dedo indicador.

"Aé? Qual?" Ele perguntou, bastante curioso. Os olhos brilhavam, isso fez meus ombros relaxarem.

"Eu posso ir pegar meu violão e aí eu toco pra você. O que acha?" Eu perguntei. 

"Eu vou adorar, mas você pode ficar muito tempo aqui?" Ele perguntou.

Nesse instante lembrei da enfermeira e contei a história pra ele. Eu só tinha mais 20 minutos. Combinamos de eu ficar um pouco mais com ele agora, ouvimos música e amanhã eu volto no horário de visita e fico com ele o resto do dia. Aí poderemos tocar, cantar, assistir filme e contar as histórias.

Depois que a última música acabou, a enfermeira entrou e me lembrou. Eu já estava pronta pra ir quando ela chegou. Ela pareceu feliz em ver que pôde confiar em mim. Ela saiu pra podermos nos despedir. Eu fui a primeira a dizer qualquer coisa:

"Tenho que ir, Levi. Obrigada pelas histórias e pela música. Já tem o meu número, qualquer coisa me liga, ta?" Ele concordou sorrindo, dei um beijo na testa dele e saí.

Levi&LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora