Capítulo 24

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"Pat está bem". Foi tudo que entendi no telefone quando a Tiff ligou essa manhã. Ela chorava muito. Um choro aliviado e não triste. Ele ainda estava na UTI, ainda era bastante grave, mas logo ficaria bem. 

As crianças choraram bastante a noite porque queriam a mãe. Levi e eu fizemos de tudo e só bem tarde da noite eles dormiram. Ainda estou muito estressada por conta de tudo isso. Levi como sempre, está surpreendentemente feliz. 

"Por que está tão feliz, Levi? Não dormimos nem 30 min essa noite." Eu digo bastante mal humorada. 

Ele ri e diz: "Ah Lo, sabe o que é? É que isso me faz feliz. Muito feliz. Estar com você, com essas crianças e saber que o Pat está bem. Me sinto em casa aqui."

Me sentei ao lado dele no sofá e o abracei. 

"É incrível como você muda meu dia, Levi. Obrigada por ficar comigo ontem. Eu teria ficado louca!" 

"Eu sei, por isso fiquei. Fiquei imaginando você cuidando de três crianças pequenas sozinhas, sem os pais, e cá entre nós, eles são bem agitados. E resolvi ficar." 

"Obrigada, então. " 

Quando as crianças acordaram, tomaram café da manhã e tomaram banho. Levamos eles pra ver os pais no hospital. Como prometido, peguei algumas coisas pra Tiffany. O Hospital era um pouco longe, tão longe que as crianças dormiram no banco de trás. 

Chegando lá, as crianças já tinham acordado há um tempo. Estavam falando muito, rindo muito. Estavam felizes. Tentei pegar um pouco dessa alegria pra mim porque achei que estava muito triste, mas aí olhei pro lado e vi o Levi com o Cameron no colo, brincando, rindo e vi que o bebê também estava rindo muito. Sinceramente, eu não tinha motivos pra ficar triste, Minha família estava bem e o Pat logo ficaria bem. Além do mais, Levi estava comigo. E algo me dizia que ele sempre ficaria. 

"Meus bebês!" Tiff disse vindo na direção das crianças e os abraçando. Eles sentiram muita falta dela, disso eu sabia, mas percebi que ela também sentiu. Queria viver isso um dia. Tão lindo. 

Dei as coisas pra Tiffany, ela nos abraçou, contou sobre o Pat, mas logo voltou para as crianças. Levi pegou minha mão e me sentou no banco do jardim de fora do Hospital. Lugar lindo! Me lembrou sobre o nosso picnic na plantação de Girassóis em Belissario. Onde começamos a gostar ainda mais um do outro. 

"Levi, esse lugar me lembrou Belissario. E lógico, que sua mãe também. Como ela está? Como estão as coisas entre vocês?" 

"Ela está bem, Lo. Trabalhando e até começou a sair com um cara do trabalho dela, o nome dele é Rodrigo. Ele é bem legal. Conversei umas duas vezes pelo Skype com ele."

"Mas e vocês dois?" Eu perguntei de novo. 

"Ah, você sabe...estamos bem. Na medida do possível. Eu ainda estou magoado. Mas ela tem sido ótima. E ela gosta de você agora e isso já ajuda muito na minha relação com ela."

"Eu sei que é difícil, amor. Eu sei disso. Mas logo vai passar. Não sei se toda a mágoa um dia vai embora, mas você terá mais motivos pra sorrir com ela, do que chorou sem ela." 

"Você está certíssima, Lorena!" Sorri ao ouvir ele dizer meu nome. Na voz dele ele soava bem mais bonito. 

Uma semana depois

"Vamos amor! Você já está atrasado!"  Eu gritei lá de baixo. Primeiro dia de aula dele. Ao meu lado! Eu estava tão feliz! Levi demorou mais 10 minutos até descer. Sempre atrasado! 

"Podemos ir agora, Levi?" Eu perguntei, pegando a mão dele e o guiando pra fora da casa. Ele tinha dormido lá porque estava com medo de chegar atrasado. O que ele ficou de qualquer jeito. Mas eu amava quando ele vinha dormir aqui em casa. Ele estava na casa host dele também. A família Ramirez. Mexicanos que viviam aqui já fazia 20 anos. Eles moravam perto da minha rua. O que facilitava a nossa vida. 

"Mentira que é aqui que estudo agora?" Disse Levi, chocado com a entrada da escola. Escadas enormes que ligavam a rua com a escola. Milhares de alunos já perto das portas de vidro. Uma placa prateada com letras enormes douradas que diziam "School of Art - San Francisco"  Imagina só quando ele entrar. Tudo aqui é tão lindo!

" Pois é, amor. Agora vamos entrar!"

Corredores enormes, com os típicos armários, mas não simples armários, cada pessoa personaliza o seu. Com cores, músicas que tocam quando são abertos e muita diferença musical, porque a vida é feita disso. A vida nessa escola, pelo menos. 

"Uau. Aqui tudo é tão incrível! To amando estar aqui e principalmente com você!" Levi disse. 

"Eu também. Tudo agora está perfeito e em seu devido lugar. Eu amo você!" Eu disse e o beijei.

"Eu que amo!" Ele disse enquanto andávamos de mãos dadas em direção ao nosso futuro. Juntos. 

Levi&LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora