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Estava deitado na minha cama pensando, quando a porta do meu quarto é aberta de repente.
- Maninho, o que tu acha da gente ir tomar sorvete hoje? - RenJun fecha a porta e se sentada na borda da cama
- RenJun... - me sento ao seu lado - Eu vou me assumir para nosso pais
- Sério? - me olha surpreso
- Sim. O que acha?
- Acho maravilhoso! - ele me abraça - Eles vão te aceitar com todo o amor do mundo, com certeza
- Eu espero que sim - sorrio, retribuindo o abraço
Fazia um tempo que eu tinha me assumido gay para o meu irmão, ele levou tudo em uma boa, mas eu estava com medo do que meus pais iam achar. Mas hoje, hoje eu vou falar com eles no jantar.
♡~♡~♡
Horas se passaram e era a hora do jantar. Nós continuamos comer na mesa. Já estávamos todos sentamos nós servindo, eu estava tentando criar coragem para me assumir.
- Querido, você viu a novela hoje? - minha mãe começa - Tinha um casal de garotos nele. Isso é um absurdo
Talvez... Talvez meu pai pense diferente.
- Sério? Que coisa mais repugnante é nojenta, deveriam ter vergonha de transmitir algo assim - meu pai completa.
- O pior é que deixaram um beijo gay ser transmitido ao vivo. - minha mãe disse fazendo uma careta de desgosto.
- Ainda por cima eles ficam com todo esse vitimismo que eles sofrem de mais e etc... - meu pai fala rindo irônico e minha mãe gargalha.
- Sim, onde já se viu? Eles escolhem ser assim, irem para o inferno, e aí vem com esse papinho... Aí, aí.. Eu sinto pena deles.
Meu irmão segura minha mão, e eu começo a sentir um desconforto no peito.
- É.... Com.... Com licença, eu preciso ir ao banheiro - me levanto rapidamente entrando no corredor.
Sentia minhas mãos tremerem, meu peito se apertar cada vez mais, junto com minha respiração ficando cada vez mais difícil, meus olhos lacrimejar e minhas pernas estavam fraquejando, eu estava com medo.
Medo de meus pais, de comentários maldosos, pensava em inúmeras possibilidades do que podia acontecer e todas elas eram algo ruim, algo que me assombrava.
Quando eu percebi já estava caída no corredor de casa tremendo e chorando, não conseguia respirar meu peito ardia, não... Parecia estar em chamas. Não conseguia pensar em algo concreto, não conseguia enxergar nada além de um borrão por conta das minhas lágrimas. Sentia como se o peso do mundo estivesse em minhas costas, junto com alguém me apunhalado no peito diversas vezes.
- Filho, o que está acontecendo? - minha mãe vem até mim, com meu pai trás
- Maninho, vai ficar tudo bem - RenJun vem calmamente até mim e ele olha para os meus pais - Podem se afastar um pouco?
Eles apenas concordam e se vão para trás do meu irmão.
- S/n, está tudo bem. Eu estou com você, olha... Tenta respirar junto comigo, tente o máximo que conseguir - ele começa a respirar e expirava devagar, e eu o acompanhar
Eu sentia que estava um pouco mais calmo, mas ainda sim o desconforto estava presente.
- Vou te ajudar - ele me levanta levemente, me deixando sentado no chão, e ele se senta ao meu lado - Você lembra quando das festas do pijama que fazíamos quando nossos tios vinham para cá? - ele sorri - Teve até uma vez que nos derrubamos pudim de chocolate no tapete da mamãe. Ela ficou uma fera - ele faz uma cara feia e ri baixo, mas era como um bloqueio e eu ouvia sua voz abafada. - Aqui, respira comigo. - ele pega minha mão e coloca sob seu peito esquerdo. - inspira.... Expira...
Eu tentava acompanhar seus comando, ele pediu para eu olhar em seus olhos e eu fazia isso, fazendo eu esquecer aos poucos tudo e todos ao redor. Eu não tinha a mínima noção de tempo, mas quando olhei de relance no relógio do corredor que marcava 21:22, eu já estava a trinta minutos naquela situação, e meu irmão conseguia me acalmar com o tempo.
- Está tudo bem agora? - ele me olha
- Está sim - sorrio - Eu estou bem
- Que bom. Você foi muito bem - ele me abraça de lado
- Filho... - meu pai diz com uma voz meio trêmula - O que aconteceu? - ele vem até mim, e segura minhas mãos
- Nós ficamos desesperados. Que bom que está bem agora - minha mãe fala
Eu nem percebi, mas eles ficaram atrás de RenJun o tempo todo, esperando que eu ficasse bem.
- Está tudo bem agora, não se preocupem, tá bom? - rio fraco
- Mas o que aconteceu para você ficar assim? - ela pergunta
- Eu... - olho para meu irmão, e ele sorri assentindo - Eu queria... Falar uma coisa para vocês
- Podem dizer qualquer coisa - meu pai diz
- Eu gosto de meninos... - falo, baixo - Eu ia falar isso no jantar, mas vocês começaram a falar aquilo tudo, e eu comecei a entrar em pânico e isso aconteceu
- Oh, meu filho - minha mãe me abraça - se você pensou que iríamos rejeitar você ou alho do tipo, você está errado, ok? Nós nunca faríamos isso com nenhum de nosso filhos
- Ela tem razão - meu pai nos abraça - Nós não estamos acostumados a ver isso, somos de épocas diferente, mas nós vamos tentar entender isso.... Nós prometemos, viu?
- Obrigado - eu os abraço
- Adoro finais felizes - RenJun finge secar uma lágrima falsa
- Para de ser idiota - rio, e ele nos abraça também
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