Capítulo Dezessete

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Capítulo Dezessete

Ana Júlia

(Little Mix - Love Me or Leave Me)

Ainda me encarando,     Rodrigo não havia se movido e muito menos piscado.

Talvez ele tenha se assustado com a resposta que lhe dei. Não me movi também, continuei no mesmo lugar onde ele havia me encurralado. Parecia triste e ao mesmo tempo furioso.

"O que?" com a voz rouca e baixa ele havia se pronunciado pela primeira vez depois de um bom tempo.

"Não me faça repetir."

"Inferno mulher!" sua testa estava colada a minha e suas mãos alisavam meu rosto. "Por que não me disse isso antes?"

"Com certeza você iria rir e me chamar de doida, como sempre."

"Você sabe o que isso significa para mim?" seus olhos pareciam se encher d'água. "Essa era a coisa que eu mais precisava ouvir em toda a minha vida, Ana Júlia. Eu nunca precisei tanto de você. Entenda isso de uma vez."

Seus lábios estavam tocando os meus depois de quase dois meses e eu tremi com toda aquela sensação.

O puxei para mais perto, precisava sentir seu corpo próximo ao meu, era tão bom que eu não sabia ao menos dizer o porquê. Só era como uma necessidade gigante.

Suas mãos tocando meu rosto, pescoço e cada parte do meu corpo era tudo que eu precisava naquele momento. Eu não imaginava estar tão apaixonada e fodida ao mesmo tempo, porque o amor era isso. A melhor e a pior coisa que existia.

Nos assustamos com a voz de Mia soar no alto falante.

"Senhorita Sherman, o senhor Brandon Scott está aqui."

Me soltei dele para responder a assistente. Aproximei-me da mesa e apertei o botão para respondê-la.

"Estou ocupada. Diga a ele que ligo logo."

"OK."

"Mais profissional impossível." o loiro sorriu sarcástico.

"Você não entende, não é? Eu preciso agir assim. Isso aqui é uma empresa, Rodrigo."

"Você só esquece de viver."

"Acha que cuidar de uma indústria é a mesma coisa que cuidar de um bar?" ergui a sobrancelha.

"Acha que não dá trabalho?"

"Bom, dá trabalho, mas não o que uma indústria exige."

"Sabe, as vezes me pergunto: por que diabos fui me apaixonar por um nojo como você? Deve ser muita sorte."

"Você me chamou do que?" me aproximei.

"Nojo. Você é em vários momentos sim, e eu tenho a certeza de que você já percebeu isso também."

"Sai da minha sala."

"Vai chamar os seguranças também?"

"Se for necessário."

"Ana Júlia."

"Vai cuidar do seu filho, Rodrigo." me neguei a encará-lo.

Vi se aproximar um pouco mais e já criei um escudo automático, senti o beijo na minha testa e um suspiro.

"Desculpa." disse antes de sair.

Senti a primeira e a segunda lágrima escorrer sob o meu rosto e o vulto quando joguei todas as coisas da mesa no chão Me sentei no tapete me sentindo fraca. Eu era a pessoa mais instável que alguém poderia conhecer. Nem eu me suportava.

ATRAÇÃO PERIGOSA [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora