Capítulo Seis
Ana Júlia
Eram pernas em cima de pernas, respirações profundas e um sol dos infernos no meu rosto. Estávamos tão bons que esquecemos simplesmente de apertar o botão do controle ao lado da cama para as cortinas se fecharem.
Antes de finalmente conseguir focar em alguma coisa, tive que levar minha cabeça dolorida novamente até o travesseiro causado pela bebedeira da noite anterior e toda a madrugada.
Me sentei novamente e percebi que estava no meu quarto com Lavínia e Maya deitadas na minha cama. Onde estava Lis?
Levantei-me jogando a perna de Lavínia para o lado oposto, já que ela era bem folgada, se tratando de cama.
Quando as portas do closet foram acionadas pelo sensor abrindo automaticamente, vi uma Lis deitada no chão com Mason. Meu Deus!
Passei por eles e peguei o que era necessário e fui direto para o banheiro, uma ducha cairia bem após um comprimido para dor de cabeça.
Sai do quarto deixando os desmaiados nos seus lugares, a casa parecia bem movimentada, claro. Segundo o smartwatch já se passava da uma da tarde.
"Bom dia." falei com meu pai.
"Boa tarde, preciso falar com você."
Me sentindo um pouco sonâmbula só o segui até seu escritório.
"Aconteceu alguma coisa na empresa?" perguntei antes de notar que não estávamos sozinhos.
"Na empresa tudo às mil maravilhas. E parece que entre vocês também não é!?" ele encarou a mim e Miguel que estava de cabeça baixa sentado no sofá.
"Padrinho, eu posso explicar."
"Adoraria ouvi-lo." Caio o encarou.
"Espera aí! Do que vocês estão falando?" os encarei.
"Jura que você não sabe? Ou eu preciso refrescar a sua mente e dizer que vi vocês dois aos beijos essa noite!?"
"Shit!" levei a mão ao rosto. "I can explain."
"Em português, Ana Júlia."
"Desculpa, eu esqueço e acabo trocando os idiomas. Pai eu posso explicar."
"Você precisa praticar mais o seu idioma nativo."
"Tudo bem. Estamos aqui para isso, não é!?" abri um sorriso amigável e me aproximei dele. "Paizinho, Miguel e eu nos beijamos mesmo. Não vou colocar a culpa total no álcool, seria o maior clichê. Nós sentimos vontade, mas isso não quer dizer que estamos apaixonados um pelo outro e que daqui um tempo vamos casar e ter filhos. Longe disso! Só somos solteiros e pessoas solteiras podem curtir a vida. Não é?"
"É exatamente isso!" Miguel saltou do sofá e se aproximou. "Não precisa se preocupar."
"Quando você for pai, vai saber o que é isso, Miguel." ele nos encarou.
"É natal pessoal! Pelo amor de Deus! Não vamos ficar mal por essa besteira."
"Miguel, eu quero você longe da boca da Ana Júlia e de outras partes também, se é que você me entende."
"Sim senhor." Miguel parecia um soldado batendo continência.
"Isso serve para você também Ana Júlia."
"Claro pai."
"Agora sumam da minha frente! Se alimentem e se hidratem, nem eu bebia como vocês bebem."
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ATRAÇÃO PERIGOSA [FINALIZADA]
RomanceSEGUNDA GERAÇÃO DA TRILOGIA A FILHA DA EMPREGADA A atração por ele parecia um imã. Eu fugia por todos os meios possíveis, mas no final estávamos grudados de algum modo. Sabíamos que aquilo não teria futuro, mas o que faríamos se já não tínhamos mais...